O novo Museu da Acrópole tem três andares e vista panorâmica
Autoridades da Grécia inauguraram neste sábado o aguardado Museu da Acrópole, em Atenas, quase 30 anos desde sua concepção e ao custo de mais de R$ 350 milhões.
O prédio moderno, um projeto do arquiteto suíço Bernard Tschumi em vidro e concreto construído ao pé das históricas construções gregas, abriga esculturas da época em que a democracia de Atenas vivia o seu apogeu.
O ministro da Cultura grego, Antonis Samaras, disse esperar que a abertura do museu sirva como "catalisador" para a volta das esculturas que decoravam o Partenon – abrigadas há quase 200 anos no Museu Britânico, em Londres.
As obras, também conhecidas como Mármores de Elgin, foram adquiridos pela instituição britânica em 1817.
"Depois de várias aventuras, obstruções e críticas, o novo Museu da Acrópole está pronto: um símbolo da Grécia moderna que presta homenagem aos seus ancestrais,o dever de uma nação à sua herança cultural", afirmou Samaris.
O diretor do novo museu grego, Dimitris Pandermalis, criticou duramente a retirada das peças de Atenas, que classificou de"ato de barbárie".
"Um destino trágico as separou, mas os seus criadores tiveram a intenção de que ficassem juntas", afirmou Pandermalis.
Novo prédio
O prédio tem três andares, vistas panorâmicas da Acrópole e abriga cerca de 350 objetos e esculturas que antes podiam ser vistas em um pequeno museu no alto do monte.
No primeiro andar, encontram-se cerâmicas e esculturas, enquanto as famosas cariátides, colunas esculpidas na forma de mulheres, que sustentavam o pórtico sul do templo de Erecteion, agora decoram a rampa que leva ao segundo andar.
Neste piso, pode-se ver as esculturas dos templos de Atena e o propileu na entrada da Acrópole. No terceiro, está uma reconstrução dos mármores do Partenon.
A cópia foi feita a partir de vários elementos que sobreviveram em Atenas, bem como reproduções dos polêmicos mármores do Museu Britânico.
A instituição londrina abriga 75 metros dos 160 metros originais do friso que rodeava o salão central do prédio, e afasta a possibilidade de devolução das peças.
"Acho que elas pertencem a todos nós. Somos todos cidadãos globais hoje em dia", disse a porta-voz do museu, Hannah Boulton.
A diferença entre os originais e as cópias é a cor mais branca das últimas, feitas a partir de moldes de gesso, enquanto os originais tem o tom amarelado do mármore milenar.