terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Inadimplência faz preço das mensalidades escolares subir acima da inflação em 2010

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Pais devem ser avisados de aumento 45 dias antes do ano letivo

Mensalidades das escolas particulares podem subir até 10%, forçadas pela inadimplência registrada no setor educacional, reflexo da crise econômica

A alta da inadimplência no pagamento das mensalidades de escolas particulares obrigou as instituições de ensino a aumentar o reajuste das tarifas - de 7% para quase 10% - em todo o país, segundo José Augusto de Matos Lourenço, vice-presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares). O valor é maior que a inflação acumulada no ano medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atualmente em 4,09%. O R7 fez um levantamento em cinco capitais mais o Distrito Federal e constatou que os maiores reajustes serão no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

- As escolas têm de buscar no mercado financeiro o dinheiro que deveria ter sido pago pelos alunos nas mensalidades. Isso pesa bastante na hora de definir o reajuste, uma vez que ele é medido com base na inflação do período e nas despesas das escolas [aluguel, luz e folha de pagamento].

O Estado com maior alta na inadimplência foi São Paulo, que registrou aumento de 16% na cidade de São José dos Campos devido às demissões da Embraer em fevereiro. Na época, cerca de 4.200 funcionários foram dispensados. A falta de pagamento das mensalidades é o primeiro sinal da queda na renda dos pais, segundo Lourenço.

- Os pais suspendem na hora o pagamento, pois sabem que os alunos podem continuar estudando normalmente. No ano passado, a inadimplência foi de 7,1%, o que significa que neste ano ela praticamente dobrou em algumas regiões devido à crise.

Levantamento feito pelo R7 aponta que no Rio de Janeiro o reajuste das mensalidades vai ficar entre 5% a 8%, seguido de Belo Horizonte (7% a 8%), Salvador (6,5%), Brasília (6,2%) e São Paulo (6%). Procurado pela reportagem, o sindicato do Paraná informou que não consegue definir uma média de reajuste.

O Distrito Federal foi a única região a registrar queda no valor do reajuste: 6,5% neste ano ante10% em 2008, e 8% em 2007. O sindicato informou que a redução foi motivada pela queda na taxa básica de juros, a Selic, que reduziu os gastos com material e encargos de manutenção.

O Fenep encaminhou neste ano ao Congresso Nacional uma proposta de mudança da lei, que permite aos alunos das escolas particulares continuarem os estudos mesmo com a mensalidade em atraso. O projeto ainda está em análise e, se for aprovado, irá permitir que a matrícula do estudante seja trancada, a exemplo do que ocorre nas universidades privadas.

Pela lei, as escolas particulares são obrigadas a comunicar os pais sobre o reajuste até 45 dias antes do início do ano letivo. Por conta das festas de fim de ano, a previsão é que o novo valor das mensalidades seja divulgado na segunda quinzena de dezembro.

Entenda as acusações contra o governador do Distrito Federal

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O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, em foto de arquivo (foto: Elza Fiúza/ABr)

Operação da PF aponta Arruda como articulador de esquema de corrupção

A operação “Caixa de Pandora”, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, aponta o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), como principal articulador de um esquema de corrupção envolvendo integrantes de seu governo, empresas com contratos públicos e deputados distritais.

De acordo com o inquérito, Arruda teria recebido dinheiro de empresas de forma ilegal – e usado parte da verba para cooptar parlamentares na Câmara Legislativa.

A Polícia Federal tem em mãos uma série de videos que mostram parlamentares e empresários recebendo maços de dinheiro das mãos de Durval Barbosa, secretário de Relações Institucionais do governo, que contribuiu com a PF nas investigações em troca de redução de pena.

Por meio de nota, o governador se diz inocente. Segundo ele, seu governo foi “vítima de um colaborador” (referindo-se a Barbosa), que “urdiu, de forma capciosa e premeditada, versão mentirosa dos fatos”.

Entenda as acusações e suas implicações políticas:

Quais são as acusações contra o governador do Distrito Federal?

Segundo o inquérito, há indícios de prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, peculato, fraude em licitação e crime eleitoral.

O inquérito diz que Arruda recebia dinheiro de empresas privadas a cada 15 dias e que ficava com 40% da verba. O restante era dividido entre seu vice-governador, Paulo Octávio, o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, e o assessor de imprensa, Omézio Pontes.

O inquérito coloca ainda Arruda sob acusação de crime eleitoral, supostamente cometido a partir de 2003, antes de sua eleição para o Governo do Distrito Federal – e que teria sido mantido após assumir o cargo.

De acordo com a investigação, Arruda teria recebido dinheiro não declarado de empresas privadas para sua campanha, prática conhecida como “caixa dois”.

Os diálogos coletados durante a investigação apontam que, após sua eleição, Arruda teria transferido parte desse dinheiro para parlamentares de sua base.

O que Arruda diz?

Em uma nota divulgada nesta segunda-feira, Arruda diz que os “recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante, nos anos de 2004, 2005 e 2006, entre os quais o que foi exibido pela TV, foram regularmente registrados ou contabilizados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral”. Ele não apresentou documentos de contabilidade relacionados ao dinheiro.

Ele também comentou a transcrição apresentada pela Polícia federal de uma conversa gravada entre Arruda e Barbosa em 21 de outubro, na qual Arruda teria opinado sobre como distribuir o dinheiro para aliados.

No caso, segundo o governador, a câmera usada pela Polícia para gravar o encontro teve problemas técnicos, o que prejudicou o entendimento do diálogo.

Antes, por meio de uma outra nota, assinada juntamente com seu vice, o empresário Paulo Octávio, Arruda disse que foi “vítima de um colaborador”, referindo-se a Durval Barbosa.

"Ainda perplexos pelo ato de vilania que fomos vítimas por parte de alguém que até recentemente se mostrava um colaborador, queremos expressar nossa indignação pela trama que estamos sendo vítimas, engendrada por adversários políticos", diz a nota.

O advogado do governador, José Gerardo Grossi, disse ainda que o dinheiro entregue a Arruda e que aparece em um dos vídeos, não seria propina – e sim uma doação, recebida em 2005, que seria usada na compra de panetones para famílias carentes.

O que diz o partido?

A cúpula do Democratas marcou um encontro com Arruda para a tarde desta segunda-feira. O presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), disse que espera ouvir “esclarecimentos convincentes” do governador.

Até o momento, a avaliação é de que as acusações contra o governador são “graves” e que as explicações não têm sido suficientes.

Nos bastidores, alguns dirigentes do DEM defendem que Arruda seja expulso do partido. Se isso acontecer, o atual governador do DF não poderá sair candidato nas eleições do ano que vem, pois não há mais tempo para se filiar a outro partido.

Qual a importância política do fato?

O que a princípio seria um problema na política local acabou ganhando uma proporção nacional em função do tamanho do escândalo e de ter sido revelado em momento crucial para as eleições de 2010.

Caso Arruda seja expulso do partido, como já cogitam alguns de seus integrantes, o DEM perde seu único governador – e um político que, pelo menos até antes do escândalo, tinha grandes chances de se reeleger.

Nesse cenário, o DEM perderia uma de suas principais apostas para sua manutenção no poder e poderia, inclusive, perder espaço político.

O impacto na administração do Distrito Federal também pode ser grande. Isso porque o inquérito cita não apenas o governador, mas também seu vice e o presidente da Câmara Legislativa – que seriam os substitutos de Arruda, na linha sucessória.

Se todos perderem seus cargos, a Casa poderá convocar nossas eleições para definir um governo provisório.

Que impacto as denúncias podem ter nas eleições de 2010?

Mesmo que não sejam confirmadas, as acusações contra Arruda devem ser ter impacto na campanha eleitorial do ano que vem – tanto para presidente como nos Estados.

A magnitude da repercussão, porém, deve depender de o quanto o caso vai ficar restrito ao Distrito Federal e ao governador José Roberto Arruda e o quanto as acusações vão atingir de forma mais ampla o Partido Democratas e seus aliados.

O DEM foi o principal porta-voz da oposição nas críticas ao mensalão do PT, denunciado pelo então deputado federal, Roberto Jefferson, em 2005. Com a denúncia de um esquema similar envolvendo Arruda, o discurso do partido de defesa da moralidade pública pode ficar enfraquecido.

Indiretamente, o caso também pode acabar sendo usado contra o PSDB. O DEM é o principal aliado dos tucanos, e os dois partidos têm atuado juntos na esfera nacional desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.

Quem é José Roberto Arruda?

Arruda está em seu primeiro mandato como governador do Distrito Federal. A grande bandeira de seu governo têm sido as obras públicas, amplamente anunciadas em peças publicitárias.

A carreira política de Arruda começou efetivamente em 1994, quando foi eleito senador pelo PP e chegou a líder do governo Fernando Henrique na Casa.

Em 2001, já no PSDB, renunciou ao

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, em foto de arquivo (foto: Elza Fiúza/ABr)

Operação da PF aponta Arruda como articulador de esquema de corrupção

A operação “Caixa de Pandora”, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira, aponta o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), como principal articulador de um esquema de corrupção envolvendo integrantes de seu governo, empresas com contratos públicos e deputados distritais.

De acordo com o inquérito, Arruda teria recebido dinheiro de empresas de forma ilegal – e usado parte da verba para cooptar parlamentares na Câmara Legislativa.

A Polícia Federal tem em mãos uma série de videos que mostram parlamentares e empresários recebendo maços de dinheiro das mãos de Durval Barbosa, secretário de Relações Institucionais do governo, que contribuiu com a PF nas investigações em troca de redução de pena.

Por meio de nota, o governador se diz inocente. Segundo ele, seu governo foi “vítima de um colaborador” (referindo-se a Barbosa), que “urdiu, de forma capciosa e premeditada, versão mentirosa dos fatos”.

Entenda as acusações e suas implicações políticas:

Quais são as acusações contra o governador do Distrito Federal?

Segundo o inquérito, há indícios de prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, peculato, fraude em licitação e crime eleitoral.

O inquérito diz que Arruda recebia dinheiro de empresas privadas a cada 15 dias e que ficava com 40% da verba. O restante era dividido entre seu vice-governador, Paulo Octávio, o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, e o assessor de imprensa, Omézio Pontes.

O inquérito coloca ainda Arruda sob acusação de crime eleitoral, supostamente cometido a partir de 2003, antes de sua eleição para o Governo do Distrito Federal – e que teria sido mantido após assumir o cargo.

De acordo com a investigação, Arruda teria recebido dinheiro não declarado de empresas privadas para sua campanha, prática conhecida como “caixa dois”.

Os diálogos coletados durante a investigação apontam que, após sua eleição, Arruda teria transferido parte desse dinheiro para parlamentares de sua base.

O que Arruda diz?

Em uma nota divulgada nesta segunda-feira, Arruda diz que os “recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante, nos anos de 2004, 2005 e 2006, entre os quais o que foi exibido pela TV, foram regularmente registrados ou contabilizados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral”. Ele não apresentou documentos de contabilidade relacionados ao dinheiro.

Ele também comentou a transcrição apresentada pela Polícia federal de uma conversa gravada entre Arruda e Barbosa em 21 de outubro, na qual Arruda teria opinado sobre como distribuir o dinheiro para aliados.

No caso, segundo o governador, a câmera usada pela Polícia para gravar o encontro teve problemas técnicos, o que prejudicou o entendimento do diálogo.

Antes, por meio de uma outra nota, assinada juntamente com seu vice, o empresário Paulo Octávio, Arruda disse que foi “vítima de um colaborador”, referindo-se a Durval Barbosa.

"Ainda perplexos pelo ato de vilania que fomos vítimas por parte de alguém que até recentemente se mostrava um colaborador, queremos expressar nossa indignação pela trama que estamos sendo vítimas, engendrada por adversários políticos", diz a nota.

O advogado do governador, José Gerardo Grossi, disse ainda que o dinheiro entregue a Arruda e que aparece em um dos vídeos, não seria propina – e sim uma doação, recebida em 2005, que seria usada na compra de panetones para famílias carentes.

O que diz o partido?

A cúpula do Democratas marcou um encontro com Arruda para a tarde desta segunda-feira. O presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), disse que espera ouvir “esclarecimentos convincentes” do governador.

Até o momento, a avaliação é de que as acusações contra o governador são “graves” e que as explicações não têm sido suficientes.

Nos bastidores, alguns dirigentes do DEM defendem que Arruda seja expulso do partido. Se isso acontecer, o atual governador do DF não poderá sair candidato nas eleições do ano que vem, pois não há mais tempo para se filiar a outro partido.

Qual a importância política do fato?

O que a princípio seria um problema na política local acabou ganhando uma proporção nacional em função do tamanho do escândalo e de ter sido revelado em momento crucial para as eleições de 2010.

Caso Arruda seja expulso do partido, como já cogitam alguns de seus integrantes, o DEM perde seu único governador – e um político que, pelo menos até antes do escândalo, tinha grandes chances de se reeleger.

Nesse cenário, o DEM perderia uma de suas principais apostas para sua manutenção no poder e poderia, inclusive, perder espaço político.

O impacto na administração do Distrito Federal também pode ser grande. Isso porque o inquérito cita não apenas o governador, mas também seu vice e o presidente da Câmara Legislativa – que seriam os substitutos de Arruda, na linha sucessória.

Se todos perderem seus cargos, a Casa poderá convocar nossas eleições para definir um governo provisório.

Que impacto as denúncias podem ter nas eleições de 2010?

Mesmo que não sejam confirmadas, as acusações contra Arruda devem ser ter impacto na campanha eleitorial do ano que vem – tanto para presidente como nos Estados.

A magnitude da repercussão, porém, deve depender de o quanto o caso vai ficar restrito ao Distrito Federal e ao governador José Roberto Arruda e o quanto as acusações vão atingir de forma mais ampla o Partido Democratas e seus aliados.

O DEM foi o principal porta-voz da oposição nas críticas ao mensalão do PT, denunciado pelo então deputado federal, Roberto Jefferson, em 2005. Com a denúncia de um esquema similar envolvendo Arruda, o discurso do partido de defesa da moralidade pública pode ficar enfraquecido.

Indiretamente, o caso também pode acabar sendo usado contra o PSDB. O DEM é o principal aliado dos tucanos, e os dois partidos têm atuado juntos na esfera nacional desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.

Quem é José Roberto Arruda?

Arruda está em seu primeiro mandato como governador do Distrito Federal. A grande bandeira de seu governo têm sido as obras públicas, amplamente anunciadas em peças publicitárias.

A carreira política de Arruda começou efetivamente em 1994, quando foi eleito senador pelo PP e chegou a líder do governo Fernando Henrique na Casa.

Em 2001, já no PSDB, renunciou ao mandato depois de ser acusado de participar da violação do painel eletrônico da Casa, na votação da cassação do mandato do senador Luís Estevão (PMDB).

Depois de um discurso negando a violação – tendo jurado publicamente pelos filhos – Arruda acabou admitindo a culpa e renunciou ao cargo, evitando a instalação de um processo de cassação contra ele.

Em 2002, Arruda foi eleito deputado federal, dessa vez pelo PFL (atual DEM), com o maior número de votos no Distrito Federal.

mandato depois de ser acusado de participar da violação do painel eletrônico da Casa, na votação da cassação do mandato do senador Luís Estevão (PMDB).

Depois de um discurso negando a violação – tendo jurado publicamente pelos filhos – Arruda acabou admitindo a culpa e renunciou ao cargo, evitando a instalação de um processo de cassação contra ele.

Em 2002, Arruda foi eleito deputado federal, dessa vez pelo PFL (atual DEM), com o maior número de votos no Distrito Federal.

Mistério cerca lançamento de canal de TV dedicado a Saddam Hussein

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Saddam Hussein (arquivo)

Saddam Hussein foi executado em dezembro de 2006

Um misterioso canal de televisão dedicado ao ex-líder iraquiano Saddam Hussein começo a veicular sua programação via satélite no mundo árabe.

Não se sabe ao certo quem é responsável pelo canal chamado Al-Arab ("O Árabe", em tradução livre), que transmite discursos, imagens e até mesmo a poesia de Saddam Hussein, tudo com músicas patrióticas como trilha sonora.

O lançamento ocorreu perto do terceiro aniversário da execução de Saddam, enforcado em 30 de dezembro de 2006.

O canal transmite de fora do Iraque, e alguns analistas suspeitam que os ex-partidários políticos de Saddam poderiam estar financiando as transmissões.

Apelidado de Saddam TV no Iraque, o canal apareceu pela primeira vez na rede de TV via satélite Noorsat, baseada no Barein, e na NileSat, do Egito, na sexta-feira. O canal também é transmitido pela internet.

A família de Saddam Hussein e alguns integrantes exilados do partido que ele liderava, o Baath, negaram envolvimento com o canal.

A agência de notícias Associated Press informou que entrou em contato com um homem chamado Mohammed Jarboua, que afirmou ser o presidente do canal, e que a sede ficaria em Damasco, na Síria, mas as alegações não foram confirmadas pela BBC.

'Tirano'

Saddam Hussein foi afastado do poder durante a invasão liderada pelos Estados Unidos no Iraque, em 2003, depois de mais de duas décadas liderando o país.

Depois de algum tempo escondido, o ex-líder foi capturado pelos americanos em dezembro de 2003, julgado e executado no próprio Iraque.

Um parlamentar iraquiano, Jaber Habib Jaber, condenou a emissora de TV, chamando-a de "glorificação de um tirano".

Um morador da capital iraquiana, Bagdá, disse à BBC que o canal já é um de seus favoritos, mesmo quando os discursos de Saddam Hussein o deixam triste por lembrar de uma época em que o Iraque era um país seguro.

De acordo com a correspondente da BBC em Bagdá Natalia Antelava, a produção é simples e intencionalmente cheia de nostalgia. Geralmente as imagens de Saddam Hussein se fundem umas nas outras: o ex-líder em um cavalo branco, Saddam com seu filho, Saddam acenando para uma multidão.

Junto com as fotografias, a produção coloca músicas tristes ou gravações antigas dos discursos do ex-líder, ou suas poesias. Este tipo de transmissão só é interrompido quando músicas patrióticas são transmitidas junto com imagens da bandeira americana em chamas e pedidos para que os telespectadores libertem o Iraque.

Alguns acreditam que o canal é patrocinado por iraquianos exilados ricos, e eles seriam a principal fonte de audiência do canal.

Apesar de alguns iraquianos falarem de sua preferência pelo novo canal, a correspondente da BBC afirma que muitos na capital do país estão indiferentes à nova emissora.

O lançamento do canal ocorre no momento em que as autoridades iraquianas se preparam para as eleições parlamentares, em janeiro de 2010.

Franceses apresentam 'primeiro navio vertical do mundo'

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Projeto do SeaOrbiter (Foto: Jacques Rougerie Architect/Divulgação)

Sea Orbiter terá 51 metros de altura (Foto: Jacques Rougerie Architect/Divulgação)

Um arquiteto francês apresentou publicamente o protótipo do que deve ser o primeiro navio vertical do mundo e que deve possibilitar ao homem uma nova maneira de explorar o fundo do mar.

Jacques Rougerie, de 64 anos, diz que sua invenção, uma estação oceanográfica batizada de SeaOrbiter, será realidade "em um futuro próximo".

Ele afirma já ter metade dos 35 milhões de euros necessários para a construção da estrutura, que, ao contrário das atuais estações submarinas, será móvel e poderá navegar pelos oceanos.

"Atualmente, os oceanógrafos só podem mergulhar por curtos períodos de tempo e depois têm de ser trazidos para a superfície. É como se fossem levados para a Amazônia e depois tirados de lá em um espaço de uma hora", comparou. "O SeaOrbiter vai oferecer uma presença móvel permanente com uma janela para tudo o que está abaixo da superfície do mar."

Plataformas

Segundo o projeto de Rougerie, a estação terá 51 metros de altura e contará com uma parte submersa e outra para fora da água.

Equipamentos de navegação e comunicação ficarão acima da superfície, juntamente com uma plataforma de observação.

Os cientistas viverão debaixo d'água e haverá uma plataforma pressurizada de onde mergulhadores poderão partir em missão.

O projeto conta ainda com a consultoria de Jean-Loup Chrétien, o primeiro astronauta da França, que está envolvido no design da estação.

O sistema anti-colisão da estrutura é baseado no que é atualmente utilizado na Estação Espacial Internacional.

Rougerie, que dirige um carro-anfíbio, vive e trabalha em um barco e já passou 70 dias em uma expedição submarina, disse que as chances de o SeaOrbiter ser realmente construído "são de 90%".

Um grande estaleiro francês já assinou sua participação no projeto, que também ganhou o apoio do presidente francês, Nicolas Sarkozy.