domingo, 31 de janeiro de 2010

Australiano tem dedo do pé implantado na mão

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Roslyn (esposa) e Geoff McLaren no hospital de Sydney (imagem: Sydney Hospital)

Geoff McLaren (junto com a esposa Roslyn) está em período de recuperação

Um australiano de 62 anos que perdeu o polegar em um acidente de trabalho teve o dedão do pé implantado no lugar nessa semana em Sydney.

Cirurgiões do hospital de Sydney passaram 11 horas em uma operação complexa para amputar, transferir e conectar na mão esquerda de Geoff McLaren o seu primeiro dedo do pé.

Segundo o diretor do hospital e médico responsável pela cirurgia, Tim Heath, McLaren levará cerca de 12 meses para ter a mão em funcionamento normal novamente. O dedo deverá desinchar e parecer mais com um polegar, ele disse.

A microcirurgia ocorreu há uma semana e na quinta-feira McLaren viu o resultado.

"Meu novo polegar parece estar inchado o tempo todo, mas ao menos levarei menos tempo cortando as unhas", brincou ele, sem parecer se importar, à imprensa local. Para o paciente o único problema agora será usar chinelos, algo que ele gosta muito.

Satisfação

A perda do polegar ou dedos após acidentes, como no caso de Geoff McLaren, muitas vezes resulta em problemas estéticos e funcionais aos pacientes.

De acordo com especialistas, a transferência dos dedos dos pés para as mãos demonstra melhores resultados finais, tanto esteticamente como uma maior satisfação aos pacientes, do que próteses.

Operações de transferências de dedos dos pés às mãos são praticados globalmente desde 1975. No hospital de Sydney o caso de McLaren é o primeiro nos últimos dez anos.

De acordo com especialistas, esse tipo de cirurgia a qual McLaren se submeteu requer dos cirurgiões muito em termos técnicos. Os vasos sanguíneos são conectados usando fibras mais estreitas do que fios de cabelo humano.

Depois da primeira transferência de dedo do pé à mão feita em um macaco em 1966 e da primeira aplicação clínica em 1975, uma série de refinamentos foram introduzidos para reduzir os problemas depois da cirurgia.

Atualmente a técnica é usada em pacientes que desejam ter resultados funcionais e cosméticos melhores nas mãos após traumas e malformações congênitas.

Céticos encenam ‘overdose’ em massa de homeopatia na Inglaterra

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Manifestantes tomam frascos de remédios homeopáticos em Londres. Foto: Cortesia MSS

Os manifestantes tomaram frascos inteiros de remédios homeopáticos

Um grupo de pessoas céticas com relação aos efeitos da homeopatia encenou uma “overdose” massiva de remédios homeopáticos em 13 cidades britânicas para denunciar a falta de provas científicas sobre a eficácia dos tratamentos e tentar provar a ineficiência dos medicamentos.

Os manifestantes tomaram frascos inteiros de remédios homeopáticos em frente a lojas de uma rede de farmácias nas cidades de Londres, Liverpool, Manchester, Edimburgo, Glasgow, entre outras.

O protesto foi organizado pelo grupo Sociedade Merseyside de Céticos (MSS, na sigla em inglês).

Os manifestantes pediram à rede de drogarias Boots para interromper a venda de remédios homeopáticos em suas lojas, alegando que os mesmos são “um absurdo científico”.

“Eu acredito que eles devam estar vendendo pílulas de açúcar para os doentes. A homeopatia não funciona melhor do que um placebo, Os remédios são tão diluídos que não há nada neles”, afirmou Michael Marshall, porta-voz da MSS.

'Mau gosto'

A Sociedade de Homeopatas da Grã-Bretanha classificou a demonstração como um “trote”.

“Esse é um trote publicitário pouco aconselhável, de mau gosto, que não contribui em nada para o avanço do debate científico sobre a forma como a homeopatia funciona”, disse a diretora da Sociedade, Paula Ross.

Segundo ela, os manifestantes não devem sofrer reações adversas por terem tomado uma grande quantidade de remédios homeopáticos.

Já o diretor de padrões profissionais da Boots afirmou que a rede segue as regras da indústria farmacêutica para a venda de homeopatia.

“A homeopatia é reconhecida pelo NHS (o sistema nacional de saúde britânico) e muitos profissionais da saúde e nossos clientes optam por usar remédios homeopáticos”, disse.

De 2005 a 2009, o NHS, sistema nacional de saúde britânico, gastou cerca de £12 milhões em tratamentos homeopáticos, segundo um levantamento encomendado pela rede de televisão Channel 4.

Haiti prende americanos que saíam do país com 33 crianças

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Crianças em orfanato de Porto Príncipe

Governo quer mais controle sobre adoções

A polícia do Haiti prendeu, no sábado, dez cidadãos americanos por suspeita de que eles tentavam levar para fora do país 33 crianças, sem autorização.

Os americanos foram detidos na fronteira com a República Dominicana e, segundo um porta-voz do governo haitiano, não tinham nenhum documento provando que as crianças eram órfãs ou que eles tinham o direito de retirá-las do país.

O grupo pertence à ONG New Life Children's Refuge, com sede no Estado americano do Idaho. Em uma delegacia em Porto Príncipe, onde estão detidos, eles disseram à BBC que tinham a intenção de levar às crianças a um orfanato que montaram na República Dominicana.

Eles afirmaram ainda que a prisão é um erro e que eles achavam que tinham permissão para viajar para o país vizinho.

Adoção

O terremoto do último dia 12 matou até 200 mil pessoas e destruiu vários orfanatos no Haiti.

Muitas crianças ficaram órfãs e as autoridades já manifestaram a preocupação de que redes de tráfico se aproveitem da situação para levá-las para fora do país.

Diante disso, o governo impôs novos controles para a adoção dos órfãos do terremoto. Entre elas, está a exigência de uma autorização do Ministério de Assuntos Sociais para a saída de uma criança do Haiti.

Segundo o ministro Yves Christalin, as crianças acompanhadas pelos americanos tinham entre 2 meses e 12 anos de idade.

Os detidos ainda não foram indiciados.

Milhares de haitianos podem morrer por suspensão de tratamento nos EUA, dizem médicos

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Haitianos em hospital improvisado na Universidade de Miami

Centenas de pessoas com graves lesões já foram levadas para a Flórida

Médicos americanos atuando no Haiti alertaram que milhares de pessoas gravemente feridas no terremoto do último dia 12 podem morrer por causa da decisão dos Estados Unidos de suspender os voos que estavam levando os pacientes para tratamento na Flórida.

"A consequência para crianças com o peito esmagado, que estão com ajuda de máquinas para seguir respirando, e também para alguns adultos é que eles vão morrer", disse à BBC o médico americano Barth Green, que está trabalhando em um hospital de emergência montado no aeroporto de Porto Príncipe.

Segundo ele, há centenas de milhares de haitianos gravemente feridos e incapacitados. "Só estamos tentando mandar algumas centenas para os Estados Unidos. É uma questão realmente pequena."

Os militares americanos interromperam os voos na última quarta-feira. Um porta-voz da Casa Branca disse à BBC que a decisão teve "motivos logísticos" e não por causa dos custos, como havia sido noticiado anteriormente.

"Não houve nenhuma decisão política em se suspender os voos de evacuação de pacientes. Esta é uma operação de apoio sem precedentes, com enormes dificuldades logísticas, e estamos tentando lidar com elas em um esforço para retomar os voos", afirmou o porta-voz.

Disputa interna

Mas segundo o jornal americano The New York Times, representantes militares americanos teriam dito que os voos foram suspensos por causa de uma disputa entre quem pagaria pelo tratamento dos haitianos - se o governo federal ou o Estado da Flórida.

"Aparentemente, alguns Estados não querem aceitar a entrada de pacientes haitianos", disse um porta-voz do Comando de Transportes americano.

"Conseguimos gerenciar as missões de evacuação aérea, mas sem um destino, não podemos levar ninguém. Se não temos permissão para levar esses pacientes, ou se ninguém quer cuidar deles, não podemos fazer nada. É simples", disse o porta-voz, que se recusou a dizer quais Estados estão recusando os haitianos.

Um assessor do governo da Flórida disse não saber de hospitais que estivessem rejeitando pacientes.

Na última terça-feira, o governador Charlie Crist, que é republicano, enviou uma carta ao Departamento de Saúde pedindo que o governo federal acione o Sistema Médico Nacional para Desastres, que ormalmente paga para o tratamento de vítimas de catástrofes dentro dos Estados Unidos.

"O sistema de saúde da Flórida está rapidamente chegando a um ponto de saturação, principalmente na área de tratamento de vítimas altamente traumatizadas", diz a carta.

Centenas de pacientes com fraturas na coluna, queimaduras e outros ferimentos graves foram levados para os Estados Unidos desde o terremoto, que deixou até 200 mil mortos.