sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tarifa de celular no Brasil é a mais cara da América Latina

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Pior situação está na modalidade pré-paga, cujo minuto custa o dobro do pós-pago

Aconteceu ontem (18/5) na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados uma audiência pública para discutir as tarifas de telefonia móvel praticadas no país. Apesar de não poder comparecer ao evento, o Idec enviou suas contribuições ao debate.

Na carta enviada aos parlamentares, o Instituto apontou que o consumidor brasileiro ainda paga muito para ter uma linha de celular e, por conta dos preços altos das ligações, usa pouco o serviço.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008, a tarifa média de celular pós-pago na região sudeste era de R$0,64 o minuto, para ligações entre a mesma operadora, e R$ 0,69 o minuto para operadora diferente. Para os pré-pagos, que correspondem a mais de 80% das linhas ativas no Brasil, o valor dobra: na mesma região e período, o preço médio do minuto pré-pago entre a mesma operadora era R$1,20 e R$1,23 entre operadoras diferentes.

Na modalidade pré-paga os valores praticados pelas operadoras no Brasil são superiores aos de outros países latino-americanos e o preço alto se reflete num baixo uso das linhas. De acordo com a pesquisa Global Wireless Matrix 2008, no Brasil, o assinante pré-pago fala, em média, 70 minutos por mês. No Chile, onde a tarifa por minuto corresponde a R$ 0,43, os usuários da mesma modalidade falam ao celular em média 150 minutos por mês. Segundo o mesmo estudo, a média de uso total do Brasil, somando os assinantes pós e pré-pagos, é de 85 minutos falados por mês, a quarta mais baixa do mundo, atrás apenas do Peru, do Marrocos e das Filipinas.

A explicação para o preço alto pode estar na ausência de uma regulamentação mais forte no setor. `Como a telefonia móvel é prestada em regime privado, as tarifas são definidas pelas próprias operadoras, que apenas comunicam os preços ao órgão regulador. Já na telefonia fixa, os reajustes são definidos pela Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações]`, aponta Estela Guerrini, advogada do Idec.

Respeito ao consumidor

Apesar de pagar caro, o consumidor brasileiro não conta com boa qualidade, já que a telefonia móvel figura entre os setores mais reclamados nos órgãos de defesa do consumidor.

Para o Idec, a portabilidade numérica (que permite que o consumidor troque de operadora e mantenha seu número) e disputa de pelo menos quatro empresas no setor, apesar de positivas, são insuficientes para garantir qualidade aos consumidores. `Se todos os serviços são ruins, todos os atendimentos inadequados e todos os preços são altos, os problemas enfrentados pelos consumidores permanecem`, destaca Guerrini.

Assim, junto com a concorrência, é imprescindível mais respeito por parte das empresas às normas mais básicas de proteção ao consumidor e são essenciais medidas preventivas e repressivas por parte da Anatel para que todos os direitos dos consumidores sejam respeitados.

Britânico que ganhou R$ 26 mi na loteria quer emprego de lixeiro de volta

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Michael Carroll

Michael Carroll disse que gastou todo o dinheiro ganho na loteria

Um inglês que ganhou 9,7 milhões de libras (cerca de R$ 26 milhões) na loteria oito anos atrás quer de volta seu emprego de lixeiro depois de ter gastado toda a sua fortuna.

Michael Carroll, de Norfolk, na Inglaterra, tinha 19 anos quando ganhou o prêmio, em novembro de 2002.

Na ocasião, ele foi apelidado de “grosseirão da Lotto” pelos tabloides por causa de seu histórico de problemas com a Justiça. Ele ainda era monitorado pelas autoridades penitenciárias com uma etiqueta eletrônica - depois de ser condenado por bebedeira e desordem pública - quando foi receber o prêmio.

Ele agora colocou sua casa de seis quartos à venda e está tentando voltar ao antigo emprego para poder sustentar as duas filhas.

A empresa Veolia, que controla a limpeza das ruas na região, no entanto, afirmou que não está contratando novos lixeiros no momento.

Carroll disse à BBC que fez com o dinheiro o que, segundo ele, qualquer garoto de 19 anos faria se ganhasse 9,7 milhões de libras: gastou-o.


A vida de Michael Carroll

  • Novembro de 2002: Carroll ganha 9,7 milhões de libras na loteria enquanto era monitorado pelas autoridades penitenciárias por ter cometido desordens quando estava bêbado.
  • Dezembro de 2002: Ele é multado em 1.300 libras (cerca de R$ 3.500) por não ter pago dois bilhetes de trem no valor de cinco libras cada.
  • Junho de 2003: multado em 12 mil libras (cerca de R$ 32 mil) por ter recebido quase 330 libras (R$ 894) em seguro desemprego quando trabalhava de lixeiro.
  • Julho de 2004: Preso por cinco meses por desobedecer uma ordem judiciária.
  • Fevereiro de 2006: Condenado a nove meses de prisão depois de admitir a acusação de causar desordem.
  • Janeiro de 2007: condenado a dois anos de serviços comunitários por agredir passageiros de trens.

Ele afirma que não se arrepende de nada e lembra, como pontos altos da vida de milionário, as viagens, prostitutas e o dinheiro. Entre os pontos baixos está o vício em crack, que ele conta já ter superado.

“Fiz o que fiz, me diverti, tenho duas filhas lindas, não preciso de mais nada.”

O ex-milionário diz que quer voltar a ser lixeiro porque foi o “melhor emprego” que ele já teve.

“Trabalhava do lado de fora, me divertia com as pessoas na rua”.

Em 2006, quando Carroll foi condenado por tumulto em Norwich, o tribunal ouviu que ele havia cometido mais de 42 ofensas criminais desde 1997.

No passado, ele admitiu à BBC ter gasto 1,2 milhão de libras de sua fortuna (cerca de R$ 3,2 milhões) em cocaína, antes de se livrar do vício.

Ao aconselhar outros jovens que recebam tanto dinheiro quanto ele, Carrol falou: “boa sorte. Não confiem em ninguém, nem na sua família”.

Estudo associa uso de Viagra a perda de audição

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Médicos recomendam procurar ajuda logo para evitar danos permanentes

Um estudo da universidade do Alabama, nos Estados Unidos, descobriu que homens que usam Viagra e possivelmente outros remédios contra disfunção erétil, como Cialis e Levitra, têm duas vezes mais riscos de perda de audição em longo prazo.

Os resultados da análise de mais de 11,5 mil casos de homens com mais de 40 anos foram publicados na última edição da revista especializada Archives of Otolaryngology-Head and Neck Surgery, embora os autores destaquem que são inconclusivos.

"A partir dessas descobertas, parece que a advertência atual do governo (americano) sobre perda de audição e uso de medicamentos PDE-5i (inibidores da fosfodiesterase do tipo 5) é pertinente", afirmou o autor do estudo, Gerald McGwin.

"Embora o estudo tenha limitações, é prudente que pacientes usando esses medicamentos sejam advertidos sobre sinais e sintomas de deficiência auditiva e incentivados a procurar atenção médica imediata para se prevenir contra danos potencialmente permanentes."

Advertência nos EUA

A advertência atual da Food and Drug Administration (FDA) foi feita em 2007, que regulamenta o uso de medicamentos nos Estados Unidos, após a divulgação de vários estudos que reforçavam a relação entre perda de audição e uso de drogas PDE-5i como o Viagra.

O estudo atual, segundo McGwin, é o primeiro epidemiológico a avaliar a relação entre o uso destas drogas e a perda de audição em longo prazo.

Os dados de 11.525 acima de 40 anos que afirmaram usar medicamentos PDE-5i foram recolhidos pelo governo entre 2003 e 2006.

De acordo com McGwin, a relação entre o uso de medicamentos e a perda de audição é mais evidente em homens que usam drogas à base de sildenafil (Viagra), do que tadalafil (Cialis) ou vardenafil (Levitra).

Em parte, isso pode se dever ao fato de que a amostra de homens usando as duas últimas drogas é menor.

Hipertensão pulmonar

McGwin afirma que os resultados mostram que há uma elevação na perda de audição entre os usuários de tadalafil e vardenafil, mas ela não é "estatisticamente relevante".

As drogas PDE-5i foram desenvolvidas inicialmente para tratar de hipertensão pulmonar, mas hoje são amplamente usadas em tratamentos de disfunção erétil.

"As medicações PDE-5i atuam em pacientes com disfunção erétil ao aumentar a circulação de sangue em certos tecidos do corpo. Existem hipóteses de que possam provocar um efeito semelhante em tecidos do ouvido, onde um aumento de circulação poderia potencialmente levar a danos na audição."

Entre as limitações do estudo, citadas pelo próprio autor, estão a amostragem limitada de usuários de tadalafil e vardenafil, a possível falta de precisão nas informações sobre a frequencia no uso do medicamento e pré-condições que poderiam contribuir para a perda de audição.

McGwin recomendou a realização de mais estudos sobre os riscos das PDE-5i.

Solidão pode ser tão nociva quanto o cigarro, diz especialista

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Para especialista o isolamento social pode alterar funções do cérebro

O isolamento social prejudica a saúde e pode ser tão nocivo quanto fumar, de acordo com o pesquisador John Cacioppo, professor de psicologia da Universidade de Chicago e um dos mais renomados pesquisadores sobre solidão dos Estados Unidos.

Um novo estudo realizado por Cacioppo e outros pesquisadores da Universidade de Chicago indica que a solidão afeta o comportamento das pessoas e a forma como seus cérebros funcionam.

A pesquisa, apresentada durante a conferência anual da American Association for the Advancement of Science (AAAS), utilizou exames de ressonância magnética (fMRI) para estudar as conexões entre isolamento social e atividade cerebral.

Os especialistas verificaram que, em pessoas mais sociáveis, uma região do cérebro conhecida como estriato ventral ficou muito mais ativa quando elas observavam imagens de pessoas em situações agradáveis. O mesmo não ocorreu nos cérebros de pessoas solitárias.

O estriato ventral, crucial para o aprendizado, é uma região importante do cérebro, ativada por estímulos que os especialistas chamam de recompensas primárias (como a comida) e recompensas secundárias (como o dinheiro). A convivência social e o amor também podem ativar a região.

Empatia

Os especialistas também verificaram que uma outra região do cérebro, associada à capacidade de empatia com o próximo, ficou muito menos ativa entre os solitários do que nos mais sociáveis quando observavam imagens de pessoas em situações desagradáveis.

"Devido aos sentimentos de isolamento social, indivíduos solitários podem ser levados a buscar um certo conforto em prazeres não sociais", disse Cacioppo. O professor cita como exemplos comer ou beber demais.

De acordo com reportagem sobre o estudo publicada pelo jornal britânico Daily Telegraph, a solidão prejudica a imunidade, provoca depressão, aumenta o estresse e a pressão sanguínea e também aumenta as chances de uma pessoa desenvolver o Mal de Alzheimer.

Indivíduos solitários tendem a ter menos motivação e menos perseverança, o que dificulta a adoção de dietas mais saudáveis e a prática de exercícios. Segundo Cacioppo, um em cada cinco americanos sente solidão.

Voluntárias

O especialista é um entre cinco autores de um artigo publicado na edição mais recente da revista científica Journal of Cognitive Neuroscience.

Como parte do estudo, 23 estudantes do sexo feminino foram testadas para determinar quão solitárias elas eram.

Depois, enquanto seus cérebros eram monitorados com exames de ressonância magnética, as participantes observaram imagens de situações desagradáveis (como conflitos humanos) e de situações agradáveis (pessoas felizes).

Entre as voluntárias classificadas como solitárias, verificou-se uma menor probabilidade de atividade intensa no estriato ventral quando elas observavam pessoas se divertindo.

Embora a solidão possa influenciar a atividade cerebral, a pesquisa também sugere uma relação inversa, ou seja, que a atividade no estriato ventral pode levar a sentimentos de solidão, segundo o pesquisador Jean Decety, outro autor do estudo.

"O estudo levanta a possibilidade intrigante de que a solidão pode ser o resultado de uma redução na atividade associada à recompensa no estriato em resposta a estímulos sociais", disse Decety.

Ao tentar explicar ao jornal Daily Telegraph as razões por trás de um mecanismo como esse nos seres humanos, Cacioppo mencionou as teorias do biólogo britânico Charles Darwin: a necessidade de conexão com o outro teria suas raízes na evolução da espécie.

Para sobreviver e criar seus filhos, humanos tiveram de se unir, diz o pesquisador. Altruísmo e cooperação ao longo da evolução humana permitiram que a espécie florecesse.

A solidão, como a dor física, teria evoluído nos humanos de forma a produzir uma mudança no comportamento. Esse mecanismo, de acordo com Cacioppo, sinaliza a necessidade ancestral do homem de se agregar socialmente.