quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Produção científica do Brasil ultrapassa a da Rússia, indica levantamento

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Plantação de milho transgênico

Produção científica brasileira é forte na área de agricultura

A produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.

O levantamento acompanhou a produção científica nos quatro países com base na análise das 10.500 principais revistas científicas do mundo.

Segundo a pesquisa, a produção brasileira avançou de 3.665 para 30.021 artigos científicos publicados entre 1990 e 2008. No mesmo período, a produção russa manteve-se estável – o número de 1990, de 27.603 artigos, é praticamente o mesmo que o de 2008 – 27.605 artigos.

A produção científica da Índia, que em 1990 contabilizava 13.984 artigos publicados, chegou a 38.366 artigos em 2008.

Se o índice de aumento da produção científica dos países se mantiver, o Brasil deverá ultrapassar a Índia nos próximos anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica chinesa, que em 1990 ainda estava atrás da russa e da indiana, com 8.581 artigos, chegou a 2008 com 112.318 artigos, numa expansão que, se mantida, verá a China ultrapassar os Estados Unidos e se tornar líder mundial em produção científica até 2020.

Dados revisados

Segundo Jonathan Adams, diretor de avaliação de pesquisas da Thomson Reuters, os dados dos levantamentos foram revisados após 2007, para evitar que a base de revistas científicas analisadas refletisse um viés pró-países desenvolvidos.

“A revisão dos dados levou a uma considerável elevação do número de artigos científicos de China, Brasil e Índia. Porém essas elevações refletiram tendências já evidentes nos dados, em vez de mudar a trajetória geral”, explicou Adams à BBC Brasil.

Segundo ele, os dados dos últimos anos já indicavam que a produção brasileira superaria a russa, o que ficou expresso nos números de 2008, mas ele observa que, se a base de análise já tivesse sido revista antes, isso já teria acontecido há vários anos.

De acordo com os últimos dados compilados, de 2008, a produção científica brasileira naquele ano representou 2,6% do total de 1.136.676 artigos publicados em todas as 10.500 revistas analisadas. Em 1990, o Brasil tinha apenas 0,6% da produção mundial.

A produção científica americana - 332.916 artigos em 2008 - ainda representa 29% de todos os artigos publicados no mundo, enquanto a chinesa é de 9,9%. Em 1990, porém, os Estados Unidos tinham 38% de toda a produção científica mundial, enquanto a China respondia por apenas 1,4% do total.

No mesmo período, a produção russa, que já foi considerada uma das mais avançadas do mundo, passou de 4,7% do total em 1990 para apenas 2,4% em 2008.

A produção indiana, por sua vez, teve sua participação no total mundial elevada de 2,3% para 3,4% no período, numa elevação proporcionalmente menor que as da China e do Brasil.

Gastos

Em sua análise da produção científica do Brasil, a Thomson Reuters observa que os gastos com pesquisa e desenvolvimento no Brasil chegaram em 2007 a quase 1% do PIB, proporção inferior aos cerca de 2% gastos nos Estados Unidos e na média dos países de desenvolvidos, mas ainda bem acima de outros países latino-americanos.

Segundo o levantamento, o Brasil tem 0,92 pesquisador para cada mil trabalhadores – bem abaixo da média de 6 a 8 pesquisadores por mil trabalhadores dos países do G7, o grupo das nações mais industrializadas do planeta.

Apesar disso, o documento afirma que a proporção brasileira é semelhante à de outros países em desenvolvimento, como a própria China, e que a base de pesquisadores vem crescendo.

Segundo a Thomson Reuters, o Brasil formou cerca de 10 mil novos pesquisadores doutores no último ano analisado, num crescimento de dez vezes em 20 anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica do país é mais forte em áreas como pesquisas agrícolas e ciências naturais.

Entenda a polêmica entre o governo da Venezuela e o canal RCTV

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Protesto em Caracas

Estudantes saíram às ruas para protestar contra suspensão da RCTV

O canal de televisão RCTV e outras cinco emissoras tiveram seus sinais suspensos na madrugada do domingo por determinação do governo do presidente Hugo Chávez.

A Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL) - organismo que regulamenta a radiodifusão no país - argumenta que esses canais desrespeitaram as novas regras para transmissão por cabo, que prevê entre outras mudanças, a difusão obrigatória de cadeias nacionais e limita os anúncios publicitários.

A suspensão do sinal do canal RCTV, considerado um dos principais opositores do governo, foi vista pela oposição como um novo ataque à liberdade de expressão. Estudantes anti-governo, apoiados por partidos políticos opositores, sairam às ruas para protestar contra a medida. Dois estudantes simpatizantes do governo morreram durante enfrentamentos entre grupos pró e anti-Chávez.

Para entender a nova disputa entre o canal RCTV e o governo venezuelano, a BBC Brasil preparou uma série de perguntas e respostas sobre a polêmica:

Porque seis canais foram tirados do ar, incluindo a RCTV?

No dia 23 de dezembro foi firmado um decreto que complementa a Lei de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão. As novas regras determinavam que os canais teriam até quinze dias para apresentar-se à Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) e protocolar seu pedido de inclusão ao grupo de produtores nacionais ou internacionais.

Os canais que não compareceram, como a RCTV ou a TV Chile, por exemplo, foram qualificados automaticamente como produtor nacional. Como produtores nacionais, as emissoras teriam de respeitar a legislação interna, o que não ocorreu, segundo o governo.

Dois dias antes da suspensão das transmissões dos seis canais, o diretor da Conatel advertiu que as emissoras teriam de enquadrar-se à legislação, do contrário, seriam tiradas do ar.

A RCTV e os canais os canais Sport Plus, Momentum, Ritmo Son, America TV, TV Chile e American Network foram tirados do ar à meia-noite do sábado, 23 de janeiro.

Quando um canal é considerado Produtor Nacional na Venezuela?

São considerados como produtores nacionais aquelas emissoras com 70% ou mais de produção nacional, que seja realizada com capital, pessoal técnico, artístico e que sejam produzidas em locações venezuelanas.

Neste caso, os canais devem se submeter à legislação nacional, que prevê a transmissão de cadeias nacionais e mensagens governamentais, estabelece limites para a transmissão publicitária e regulamenta a programação por recomendação por faixa etária, entre outras normas.

Para constatar se uma emissora é nacional ou internacional, a Conatel avaliou o conteúdo de programações durante quatro meses consecutivos e constatou, no caso da RCTV, que 94% da programação era de conteúdo nacional e apenas 6% internacional.

A RCTV por sua vez, alega que desde o dia 13 de janeiro sua programação contém 71% de conteúdo internacional e 29% de programação nacional, equação gerada depois da avaliação realizada pela CONATEL.

A decisão é definitiva? Os canais poderão voltar ao ar?

A Conatel afirma que a suspensão é transitória e pode ser revertida se a RCTV e os demais canais se apresentarem ao organismo, solicitando seu registro como produtor nacional audiovisual. As emissoras também devem firmar um documento comprometendo-se a cumprir a lei.

De acordo com o deputado oficialista Manuel Villalba, cinco, dos seis canais suspensos, já apresentaram documentos para regularização de suas transmissões, com exceção da RCTV.

A RCTV decidiu por enquanto não negociar e espera pelo resultado de uma liminar pedida ao Supremo Tribunal de Justiça para que se respeite sua condição de canal internacional.

O que diz a novas regra sobre a publicidade na televisão?

Um dos principais pontos de controvérsia na nova disputa entre governo e o canal RCTV se refere às normas publicitárias. Um decreto firmado no dia 23 de dezembro de 2009 estabelece que a difusão de publicidade nos canais nacionais transmitidos por cabo só poderá ocorrer entre um programa e outro e não mais ao longo da programação, durante os blocos, como costuma ocorrer no sinal aberto.

Para a RCTV essa regra afeta a economia do canal e colocaria em risco sua sustentabilidade financeira.

De acordo com o diretor da Conatel, Diosdado Cabello, essa normativa foi resultado de uma consulta pública com a Comissão de Usuários, que se "queixava" do excesso de publicidade entre os programas.

Quando começou a queda-de-braço entre governo e o canal RCTV?

A disputa entre o Executivo e o canal privado RCTV, que chegou a ser um dos mais populares no país, teve início durante o frustrado golpe de Estado de abril de 2002. Os canais de televisão privados foram acusados pelo governo de participar da conspiração que culminou com o breve derrocamento de Hugo Chávez.

Em 2005 foi promulgada a Lei de Responsabilidade Social em Rádio e Televisão que estabeleceu uma série de novas regras para os comunicadores venezuelanos. Em maio de 2007, sob o argumento de que a RCTV não respeitou a legislação, o governo não renovou a concessão da emissora, que perdeu o direito à transmissão em sinal aberto.

Desde então, com o nome de RCTV Internacional, a emissora passou a transmitir sua programação por TV a cabo, sem estar submetida à legislação nacional. O caráter internacional do canal sempre foi questionada pelo Executivo devido ao conteúdo da programação. No entanto, o Supremo Tribunal de Justiça determinou que a RCTV poderia funcionar sem enquadrar-se às regras internas, até que a Conatel decidisse, pela via legal, o que era um Produtor Nacional Audiovisual. Essa definição saiu em 23 de dezembro e desatou a atual contenda.

Companhia aérea terá camas de casal na classe econômica

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Air New Zealand

A ideia é atrair casais ou famílias pequenas, que poderiam dormir juntos

A companhia aérea neozelandesa Air New Zealand anunciou nesta terça-feira que vai oferecer assentos que viram camas na classe econômica de alguns de seus aviões.

Segundo a empresa, este é o avanço mais significativo em termos de conforto para viajantes da classe econômica dos últimos vinte anos.

As camas são formadas quando os descansos para os pés em três poltronas, uma ao lado da outra, são elevados até o nível dos assentos.

Um cobertor e travesseiros completam o pacote.

Os interessados precisariam comprar os três assentos, mas a companhia está oferecendo o terceiro pela metade do preço.

A ideia é atrair casais ou famílias pequenas, que poderiam dormir juntos.

Preço

A cama econômica foi desenvolvida por engenheiros da Air New Zealand. Cerca de um quarto dos assentos da classe econômica de todos os aviões que fazem as rotas de longa duração serão convertidos.

Eles ocuparão as primeiras 11 fileiras da classe econômica nos novos aviões Boeing 777-300 da empresa.

As camas econômicas estarão à venda a partir de abril.

Para se ter uma ideia dos custos, um casal viajando da Nova Zelândia para a Grã-Bretanha pagaria em torno de US$ 10,8 mil por uma "cama" na classe econômica - ou seja, US$ 5,4 mil cada um.

Passageiros que viajam deitados na classe business pagariam por volta de US$ 7,1 mil cada um pelo mesmo trajeto, e um assento comum na classe econômica custaria quase US$ 4,3 mil.

Dono de 'melhor restaurante do mundo' cria picolé de caipirinha

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A caipirinah comestível é vendida em um restaurante de Madri

O conhecido chef espanhol Ferran Adriá apresentou em um congresso de gastronomia em Madri um picolé de caipirinha.

O picolé é apresentado como parte de um aperitivo num copo com gelo picado nas bordas. O palito, de um centímetro de espessura, é cortado de cana de açúcar. Os ingredientes da caipirinha - cachaça, raspadura de lima e açúcar demerara - são congelados com uma técnica do nitrogênio líquido, desenvolvida por Adriá.

Por último, o palito é salpicado com cristais de ácido cítrico granulado e servido no copo com gelo. O coquetel deve ser mastigado para se saborear a combinação dos elementos

Adriá, dono do famoso restaurante El Bulli, tido há quatro anos consecutivos como o melhor do mundo pela Restaurant Magazine, apresentou e disponibilizou a novidade para degustação do público do Madri Fusión 2010 durante sua aula-palestra no seminário “Teatro das ideias” do fórum gastronômico.

A caipirinha comestível é vendida no seu estaurante, onde o preço médio para um jantar individual está em torno de R$ 1 mil (312 euros).

Fechamento do El Bulli

A versão moderna da caipirinha não foi a única surpresa do primeiro dia do congresso Madri Fusión.

Adriá anunciou o fechamento provisório de seu restaurante. Eleito por quatro anos consecutivos o melhor do mundo, El Bulli, estará fechado durante os anos de 2012 e 2013 para transformar-se em "laboratório de investigação da alta cozinha".

O chef espanhol disse que em “2012 El Bulli fará 50 anos e o momento exige novos desafios para terminar um ciclo e começar outro”.

Para o restaurante que só funciona durante seis meses por ano e tem média de espera para reserva de quatro meses, a proposta é reabrir em 2014 com idéias que revolucionem ainda mais a cozinha futurista de Adriá.

O congresso Madri Fusión que reúne vários dos melhores chefs do mundo promete ainda novidades em sabores e apresentações para alta cozinha, especialmente usando como ingredientes básicos champanhe, caviar, trufas e outros elementos colhidos em bosques.

No seleto clube dos participantes do evento há apenas um restaurante brasileiro: D.O.M. de São Paulo, cujo chef é o paulista Alex Atala.