domingo, 21 de fevereiro de 2010

Site revela casas vazias para ressaltar riscos de redes sociais

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Boy Van Amstel

Boy Van Amstel diz ter criado site para mostrar como a internet é vulnerável

Um site chamado PleaseRobMe ("Por Favor Roube-Me", em tradução livre) diz que revela o local onde há casas vazias com base em informações que as pessoas colocam na internet.

Os criadores holandeses do site disseram à BBC que têm a finalidade de comprovar os riscos de compartilhar na internet informações precisas sobre localização.

O site recolhe dados de participantes do jogo online Foursquare, que é baseado no local exato da pessoa no mundo real, e cruza com informações dos jogadores que colocam detalhes sobre seu paradeiro automaticamente no Twitter.

"Tudo começou com eu e um amigo olhando para os nossos feeds de Twitter e vendo mais e mais mensagens do Foursquare", diz Boy Van Amstel, um dos criadores de PleaseRobMe.

"As pessoas estavam revelando endereços - acho que eles não tinham noção do quanto estavam se expondo", acrescenta.

Van Amstel, Frank Groeneveld e Barry Borsboom perceberam que as pessoas estavam não só compartilhando informações detalhadas sobre a localização delas e de amigos, mas também deixando claro que estavam fora de suas casas.

Busca simples

Os holandeses contam que precisaram de apenas quatro horas para a criação do site.

"É basicamente uma busca no Twitter, nada novo", diz Van Amstel. "Qualquer pessoa que sabe usar HTML e javascript pode fazer isso. É tão fácil que é quase engraçado."

Ele afirma que o site pode continuar existindo, mas nega que a página tenha sido criada para encorajar crimes.

"O site não é uma ferramenta para roubos", diz o holandês. "O que queremos mostrar é que, não faz muito tempo, era questionável compartilhar o seu nome completo na internet. Agora, já passamos umas mil milhas desse ponto."

Van Amstel argumenta que, na prática, seria "muito difícil" usar a informação obtida no site para praticar um roubo.

A ONG britânica Crimestoppers recomenda que as pessoas pensem cuidadosamente nas informações que desejam compartilhar na internet.

"Pedimos aos usuários de Twitter, Facebook e outras redes sociais que parem e pensem antes de colocar detalhes pessoais online que podem deixá-las vulneráveis a crimes como furto e roubo de identidade", diz um porta-voz da ONG.

"Detalhes colocados online estão disponíveis para o mundo ver. Você não penduraria uma placa na sua porta dizendo que não está em casa, então por que fazer isso online?"

Obra que retrata religiosos empilhados é criticada na Espanha

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Uma escultura que traz elementos religiosos católicos, judeus e muçulmanos foi vendida em três minutos na feira de arte contemporânea de Madri, Arco 2010, e se tornou a obra de arte mais polêmica do evento.

Chamada Stairway to Heaven (Escadaria para o Paraíso), a obra do artista espanhol Eugenio Merino retrata três homens rezando, um em cima do outro: um muçulmano, sobre ele um sacerdote católico e acima dos dois um rabino judeu, todos eles segurando livros sagrados das religiões dos demais – o Alcorão, a Bíblia e a Torá.

A obra foi vendida por 45 mil euros (R$ 112 mil) a um colecionador belga cuja identidade não foi divulgada. A escultura provocou a ira dos fiéis na Espanha e recebeu queixas oficiais.

Ao lado dela, aparece outra escultura que une uma metralhadora Uzi com uma menorá (candelabro ritual judaico).

A primeira reclamação saiu da embaixada de Israel em Madri. Em uma nota à direção da feira, o governo do Estado judaico diz que as peças “contêm elementos ofensivos para judeus, israelitas e certamente para outros.”

A embaixada classificou as esculturas como “uma mensagem cheia de preconceitos, estereótipos, provocações gratuitas e que fere a sensibilidade por muito que pretenda ser uma obra artística”.

A Conferência Episcopal da Espanha também reclamou. Através de comunicado à Arco os representantes do alto clero descreveram a peça com os religiosos como “provocação blasfema absolutamente desnecessária”.

'Mentes fechadas'

Escultura Stairway to Heaven, do artista espanhol Eugenio Merino

Obra foi considerada preconceituosa por israelenses (Foto: ARCO, Galeria ADN, Eugenio Merino)

Mas apesar das reclamações feitas logo no primeiro dia do evento, a galeria espanhola ADN, que representa o autor, não tem medo de represálias e afirma não entender a polêmica levantada pela escultura.

O proprietário da galeria, Miguel Ángel Sanchez, disse à BBC Brasil que a peça “deveria ser vista pelo lado positivo de um encontro religioso porque não há nada de ofensivo ali”.

Já o autor da escultura acha que o problema “não é a obra dele”, mas as interpretações que possam ser feitas “por mentes fechadas”.

“Cada um é livre para pensar o que quiser. Fiz uma peça que fala da unidade de religiões. Uma torre com as três grandes religiões que se juntam para chegar ao mesmo fim, que é Deus”, disse Merino à BBC Brasil.

“Mas se as mentes fechadas querem ver outra coisa, aceito a crítica. Só que eles também têm que aceitar meu trabalho”, afirmou o artista.

Merino admite, no entanto, que a segunda escultura, que mistura a arma com o candelabro, possa afetar a sensibilidade de alguns fiéis.

“É verdade que a metralhadora é uma Uzi, uma arma de Israel famosa nos conflitos com os palestinos. Mas a intenção foi reciclar os elementos para transformar em uma coisa que não mata. No fundo a peça trata da paz”, disse ele à BBC Brasil.

A feira de arte contemporânea de Madri, Arco, é uma das duas maiores do mundo e já está na 29ª edição. Neste ano, o evento termina no próximo dia 21, embora para o público fique aberta até o dia 19.

Jesus 'era gay superinteligente', diz Elton John em entrevista

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Elton John (arquivo)

Na entrevista, Elton John afirmou que não quer mais ser famoso

O cantor e compositor britânico Elton John afirmou em uma entrevista publicada nesta sexta-feira que Jesus era um "homem gay superinteligente".

Na entrevista, publicada na revista americana Parade, Elton John também afirmou que Jesus era "piedoso", magnânimo e "compreendia os problemas humanos".

"Na cruz, ele perdoou as pessoas que o crucificaram. Jesus queria que fôssemos amorosos e magnânimos", afirmou o cantor.

"Não sei o que faz com que as pessoas sejam tão cruéis. Tente ser uma mulher gay no Oriente Médio - é como se você morresse", acrescentou.

Críticas

Em resposta às afirmações publicadas na entrevista, um porta-voz da Igreja Anglicana afirmou que algumas declarações feitas pelo artista deveriam “ficar restritas aos acadêmicos”.

"As reflexões de Elton John, de que Jesus nos convoca a amar e perdoar, são compartilhadas por todos os cristãos", disse. “Mas as reflexões a respeito de aspectos de Jesus como personagem histórico talvez devam ficar restritas aos acadêmicos", finalizou.

Na entrevista, Elton John também falou que não gosta mais de ser uma celebridade, pois a "fama atrai loucos".

"Princesa Diana, Gianni Versace, John Lennon, Michael Jackson, todos mortos. Dois deles, mortos a tiros em frente de suas casas. Nada disso teria acontecido se eles não fossem famosos. Nunca tive um guarda-costas, nunca, até a morte de Gianni (Versace)", disse.

Pesquisa testa hormônio sexual para combater dano cerebral

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Imagem de exame de dano cerebral

A progesterona poderia proteger os neurônios após um dano cerebral

Cientistas americanos planejam testar o uso da progesterona natural, o hormônio sexual utilizado nas primeiras pílulas anticoncepcionais, para tratar pacientes com danos cerebrais.

O anúncio foi feito por um grupo de pesquisadores da Emory University, em Atlanta, durante o encontro anual da Associação Médica para o Avanço da Ciência, na Califórnia.

Segundo eles, o tratamento com o hormônio poderia salvar a vida de pacientes com feridas ou traumas na cabeça e reduzir os danos cerebrais.

A progesterona é um hormônio esteróide produzido de forma natural nas mulheres.

Os pesquisadores dizem que esse hormônio existe também em pequenas quantidades nos cérebros de pessoas de ambos os sexos e seria muito importante para o desenvolvimento dos neurônios, as células cerebrais.

Além disso, o hormônio teria também um efeito protetor sobre tecidos danificados.

Redução de mortes

Os cientistas da Emroy University esperam agora testar a aplicação em larga escala do hormônio em pacientes com danos cerebrais.

A pesquisa deve envolver 1.140 pacientes em 17 centros médicos em todos os Estados Unidos durante um período de três a seis anos.

Os pesquisadores avaliam que, administrada imediatamente após o paciente sofrer um dano cerebral, a progesterona teria capacidade de reduzir o número de mortes pela metade.

Numa primeira etapa da pesquisa, com cem pacientes, demonstrou-se que a injeção do hormônio imediatamente após a ocorrência do dano teve um nível de segurança alto, com a redução do risco de morte e das sequelas dos danos no longo prazo.

“Danos cerebrais traumáticos são uma condição complexa – há um inchaço com danos e morte de neurônios ocorrendo ao mesmo tempo. A vantagem da progesterona é que ela parece ter um efeito sobre todas essas coisas”, afirma o pesquisador David Wright, coordenador do estudo.

O pesquisador diz esperar que, após a última fase do estudo, a droga possa ser aprovada como o primeiro tratamento específico para danos cerebrais graves em 30 anos.

Pílula

Wright adverte, porém, que simplesmente tomar uma pílula anticoncepcional com progesterona não ajudaria em nada em caso de danos cerebrais sérios.

A progesterona natural, usada nas primeiras pílulas anticoncepcionais, foi substituída com o tempo pela progestina, uma versão sintética do hormônio.

Mas segundo os pesquisadores, a progestina parece não ter o mesmo efeito que a progesterona natural para o tratamento de danos cerebrais.

Durante o estudo, os pacientes com traumas graves na cabeça receberão uma infusão de progesterona natural, extraída de batatas doces, por um período de quatro dias.

“A dose recebida é provavelmente cerca de três vezes a que encontraríamos no sangue de uma mulher no terceiro trimestre de gravidez”, diz Wright.

A FDA (agência que regula a fabricação e a comercialização de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) deu uma permissão especial para a equipe de pesquisadores administrarem a droga sem o consentimento formal dos pacientes, para que ela possa ser dada o mais rapidamente possível e ter o máximo efeito de proteção.