quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Empresa na Espanha proíbe funcionários de reclamar no trabalho

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Funcionária Consuelo Barea (Foto: Sindicato Andaluz dos Trabalhadores)

Consuelo denunciou campanha (Foto: Sindicato Andaluz dos Trabalhadores)

A companhia municipal de limpeza de Huelva, no sul da Espanha, lançou uma norma para seus funcionários proibindo-os de reclamar no trabalho.

A empresa explica que as queixas criam um clima negativo, e avisou que quem for pego protestando será sancionado.

A nova regra, que surpreendeu os quase 1,5 mil funcionários públicos do município aparece num folheto de duas páginas com frases como: “Em lugar de reclamar, lembre que você deveria estar agradecido por ter emprego”.

Baseados em instruções de livros de auto-ajuda, a Prefeitura lançou a campanha com três normas básicas chamadas de “ferramentas para não reclamar”.

A primeira é a “técnica positiva” onde aparecem pensamentos como: “Tenho que me esforçar a cada dia para manter um emprego digno que permita sustentar minha família”.

Ou ainda: “Se é chato sair de casa, pegar engarrafamento e não gosto do que faço, lembro que há uma crise lá fora e muita gente gostaria de estar no meu lugar”.

O segundo capítulo é evitar manter a atenção no que desagrada. “Concentre-se no que pode fazer melhor em vez de pensar no que tem que realizar, porque com a queixa sem fundamento você se concentra estupidamente nos problemas”.

A última parte propõe ao trabalhador que “transforme as reclamações em soluções práticas”.

Sindicato

As cópias dos folhetos distribuídos a cada funcionário no dia 28 de novembro foram parar no Sindicato Andaluz de Trabalhadores, que estuda um recurso legal contra a Prefeitura.

Para a funcionária Consuelo Barea, que denunciou a campanha ao sindicato e à imprensa, a nova norma “é uma ameaça explícita”.

“A partir de agora qualquer abuso vai ficar por isso mesmo. Tem gente que vai ter que passar da hora, fazer mais do que deve, ouvir barbaridades calado... tudo com medo de reclamar”, disse ela à BBC Brasil.

O presidente do sindicato, Diego Cañamero, acredita que a proibição de reclamar está longe de ser um método para criar clima positivo no trabalho.

“É fácil de imaginar por que uma empresa proíbe um empregado de reclamar. Preferem trabalhadores submissos e mudos, aguentando qualquer coisa. Quem vai abrir a boca com o medo de ir para a rua?”, indagou.

“Este conceito de clima positivo é falso. As frases que recomendam ao trabalhador lembrar que poderia estar desempregado são ameaças claríssimas”, afirmou Cañamero à BBC Brasil.

Best-seller

O folheto municipal avisa que o desrespeito à nova regra acarreta sanções, mas não especifica quais podem ser.

O vice-secretário de Assuntos Sociais da Prefeitura de Huelva, Alfonso Barroso, disse à BBC Brasil que a campanha “provavelmente foi mal interpretada pelos trabalhadores”.

“O objetivo é 100% positivo! O método psicológico é simples, eficaz, está comprovado e apenas pretende criar uma atitude positiva no ambiente de trabalho.”

Barroso explicou que a campanha está baseada principalmente no best-seller americano The No Complaining Rule, do escritor Jon Gordon.

O livro indica, com supostos casos reais, que a negatividade de empregados que reclamam no trabalho pode arrasar a motivação geral de um grupo.

A positividade, por outro lado, é capaz, segundo o autor, de levantar a moral de uma empresa em tempos de crise.

Apesar de confiar na eficácia das novas regras, o vice-secretário disse que a Prefeitura está disposta a “melhorar a campanha para que a mensagem chegue melhor, porque não há intenção de ofender os trabalhadores”.

Cobra se confunde e engole o próprio rabo na Inglaterra

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PICTURE PARTNERSHIP/ Seers Croft Veterinary

Veterinário precisou deslocar mandíbula do réptil. Foto: PICTURE PARTNERSHIP/ Seers Croft Veterinary

Uma clínica veterinária do condado de Sussex, no sul da Grã-Bretanha, teve que resolver um caso curioso: o de uma cobra de estimação que tentou engolir o próprio rabo.

O incidente ocorreu no dia 6 de agosto e envolveu uma cobra da espécie Lapropeltis getulus, conhecida como cobra real californiana.

O dono dela notou que o réptil tentava engolir o próprio rabo e a levou à clínica veterinária Seers Croft.

Lá, o veterinário Rob Reynolds teve que deslocar a mandíbula para liberar o rabo do réptil da sua própria mordida.

De acordo com informações da clínica, cobras em geral são carnívoras, mas estas em particular, além de se alimentarem de ratos e de pequenos mamíferos, também comem lagartos e outras cobras.

No entanto, Rob Reynolds afirmou que nunca viu um caso no qual um animal não conseguia se libertar da própria mordida, apesar de este ser um fenômeno já conhecido.

Faculdade dos EUA recusa formatura a alunos obesos

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Uma universidade dos Estados Unidos está provocando polêmica após anunciar que vai recusar a formatura de alunos obesos.

Em 2006, a Lincoln University, em Oxford, no Estado da Pensilvânia, havia obrigado os estudantes com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 - um indicador de obesidade - a praticar Educação Física três horas por semana.

O curso inclui atividades como hidroginástica, aeróbica e artes marciais.

Agora que a primeira turma está para se formar, os que não reduziram seu IMC correm o risco de não conseguirem se formar.

"Cerca de 15% de nossos alunos não conseguiram um IMC menor que 30, portanto, esperamos que dezenas deles não completem o curso", disse à BBC James L. DeBoy, chefe do departamento de Saúde, Educação Física e Recreação da universidade.

'Epidemia'

LeBoy defendeu a decisão da instituição, dizendo que "tempos drásticos requerem medidas drásticas".

"Estamos em meio a uma epidemia de obesidade nos Estados Unidos, e sabemos que a obesidade se associa a doenças do coração, diabetes, acidentes vasculares-cerebrais, câncer e problemas ósseos e musculares", afirmou.

Mas muitos alunos vieram a público para reclamar da universidade.

"O requisito do IMC é ridículo", definiu Sharifa Riley, aluna de jornalismo, à BBC.

"Estou perfeitamente consciente de que a obesidade está se tornando um problema, principalmente para pessoas da nossa idade. Mas os estudantes vêm à universidade para receber uma educação", disse. "Para mim, trabalhar durante quatro anos para chegar ao final do meu curso e alguém me dizer que não posso me formar por causa do meu peso, não tem nada a ver."

Em entrevista à rede CNN, o professor de Direito David Kairys, da Universidade de Temple, também na Pensilvânia, disse que, do ponto-de-vista legal, a exigência da Lincoln parece "paternalista" e "intrusiva".

"O curso de fitness deveria ser uma escolha do estudante", concluiu.

Mulher acha que vai morrer, gasta fortuna e sobrevive

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Britânica tinha certeza de que não duraria muito, mas se curou de um câncer

Acervo pessoal

Foto por Acervo pessoal

Suzie curte seus "últimos dias de vida" em Praga

O que você faria se tivesse apenas alguns meses mais de vida? Entraria em depressão? Reuniria os amigos para uma despedida? Suzie Grogan, 47 anos, resolveu gastar dinheiro. A britânica foi diagnosticada com câncer de mama em agosto de 2006.

No momento em que o medico deu a triste notícia, Suzie decidiu viver cada dia como se fosse o último de sua vida.

Nos 12 meses seguintes, ela viajou para Praga, Colônia, Liechtenstein, Barcelona, Cumbria e Roma, renovou seus votos de casamento, comprou um carro novo, deu presentes caríssimos para os filhos no Natal e reformou a casa. No total, a paciente terminal gastou mais de R$ 127 mil (£ 50 mil).

Além disso, a mulher teve de arcar com os gastos de cinco meses de quimioterapia e três semanas de radioterapia, além de uma mastectomia.

- O tratamento é muito sacrificante e tira tudo o que você tem. Eu comecei a gastar para ficar mais perto da minha família. Achei que não teria a chance de estar com eles de novo.

Mas, no final do tratamento, Suzie teve uma surpresa. Ela estava livre do câncer.

Agora, a britânica precisa juntar dinheiro para quitar suas dívidas. Após agir como uma vencedora da loteria por um ano, a mulher começou a trabalhar em dois empregos e tem feito milagres para conseguir manter o filho na faculdade.

Mesmo assim, ela não se arrepende de nada.

- Na manhã seguinte [do resultado médico], acordei sem pensar no câncer pela primeira vez em dois anos. Meus gastos parecem bobos, mas foram importantes para animar nossa família.