domingo, 6 de dezembro de 2009

Brasil precisa de até US$ 18 bi para acabar com desmate, diz estudo

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Desmatamento

Cientistas sugerem medidas contra o desmatamento da Amazônia

Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira na revista científica Science estima que o Brasil precisaria de US$ 6,5 bilhões a US$ 18 bilhões para acabar com o desmatamento da Amazônia entre 2010 e 2020.

Segundo a pesquisa, se o Brasil pusesse fim ao desmatamento da região, as emissões globais de CO2 cairiam entre 2% e 5% em relação aos níveis atuais.

O estudo foi feito por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), dos grupos Aliança da Terra, Environmental Defense Fund (EUA) e Woods Hole Research Center, e das universidades da Flórida (EUA), Rey Juan Carlos (Espanha), Federal de Minas Gerais e Federal do Pará.

O artigo "O fim do desmatamento na Amazônia brasileira" foi publicado em uma seção sobre políticas de ciência da revista.

Os cientistas usaram um modelo econômico da região da Amazônia que estima a expansão da atividade agropecuária na região ao longo dos anos.

"Nossos modelos econômicos integram a melhor informação disponível em solos, estradas e custos de produção para capturar a lógica econômica dos fatores que lideram o desmatamento na Amazônia", escreve Britaldo Soares Fillho, da UFMG, um dos autores do artigo da Science.

A pesquisa também sugere medidas que o governo brasileiro deveria tomar para reduzir o desmatamento, como o apoio a pequenas comunidades florestais que fazem exploração sustentável do ambiente, benefícios a pecuaristas e fazendeiros que não desmatam, melhora nas leis ambientais e de segurança e investimento em áreas de proteção.

Para outro autor do artigo – Daniel Nepstad, do Woods Hole Research Center – "forças do mercado e a vontade política do Brasil estão se formando uma oportunidade sem precedentes para pôr fim ao desmatamento na Amazônia brasileira com 80% da floresta ainda de pé".

O artigo ressalta que o Brasil diminuiu o nível de desmatamento em 64% desde 2005.

ONU rebate acusações sobre manipulação de dados sobre clima

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Fábrica em Jilin, na China (AFP, 29/11/09)

IPCC diz que emissão de gases poluentes contribui para aquecimento

Dois dias antes do início da conferência das Nações Unidas sobre o clima em Copenhague, na Dinamarca, cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) se defenderam das acusações de que dados sobre a influência humana nas modificações do clima teriam sido exagerados.

Em um comunicado divulgado neste sábado por dois de seus membros, o IPCC afirmou que o “aquecimento no sistema climático é inequívoco” e que defende “firmemente” que as emissões de gases que causam efeito estufa são um dos fatores que contribuíram para o aumento da temperatura global.

O comunicado foi uma resposta às acusações de que dados coletados por pesquisadores da Unidade de Pesquisas Climáticas da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, não seriam confiáveis.

Vazamento

A polêmica teve início após centenas de e-mails trocados por pesquisadores da universidade e de outras instituições terem vazado na internet junto com outros documentos.

Segundo alguns críticos, uma das mensagens que vazaram sugeriria que o chefe da unidade de pesquisas da universidade, professor Phil Jones, queria excluir alguns documentos da próxima avaliação da ONU sobre o clima, levantando suspeitas de uma tentativa de manipulação de dados sobre o aquecimento global.

Jones, que deixou seu cargo, nega que sua intenção fosse manipular os dados. Uma investigação independente sobre o caso está sendo conduzida.

Clique Leia também na BBC Brasil: ONU quer investigação de acusações de manipulação de dados do IPCC

No comunicado divulgado neste sábado, os professores Thomas Stocker e Qin Dahe, chefes do grupo de trabalho 1 do IPCC, condenaram o vazamento dos e-mails na internet, mas evitaram comentar o conteúdo das mensagens.

Os cientistas preferiram tentar rebater diretamente as acusações de que os dados sobre o aquecimento global seriam exagerados.

“(As conclusões da ONU) são baseadas em informações de diversas instituições independentes em todo o mundo, que demonstram mudanças significativas no solo, atmosfera, oceanos e nas partes do planeta cobertas por gelo”, diz o comunicado.

“Por meio de trabalho científico independente envolvendo métodos estatísticos e uma série de modelos climáticos, estas mudanças foram detectadas como desvios significativos da variação climática natural e foram atribuídas ao aumento (na emissão) de gases causadores do efeito estufa”.

‘Conspiração’

Também neste sábado, o professor Jean-Pascal van Ypersele, vice-diretor do IPCC, afirmou acreditar que o vazamento dos e-mails faz parte de uma conspiração para desacreditar os dados sobre o aquecimento global antes da conferência de Copenhague.

“Você acha que é coincidência isto ter acontecido a duas semanas de Copenhague?”, disse o cientista, que acusou hackers russos de receberem dinheiro para publicar os e-mails na internet.

Ele, no entanto, não citou nomes ao dizer quem estaria interessado no vazamento.

“A intenção era claramente abalar a confiança que os negociadores (da conferência) têm na ciência”, declarou Ypersele, que, no entanto, afirmou haver diversas outras evidências que comprovam o aquecimento global.

“Mesmo que as evidências que aqueles cientistas (que tiveram os e-mails vazados) fossem descartadas, nada mudaria nas conclusões do IPCC”.

Cientistas encontram evidências de canibalismo em massa

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Cerca de 500 restos mortais foram encontrados no sudoeste da Alemanha

Cerca de 500 restos mortais foram encontrados no sudoeste da Alemanha

Arqueólogos encontraram evidências de canibalismo em massa em um cemitério humano que data de sete mil anos atrás, no sudoeste da Alemanha, segundo a revista especializada Antiquity.

Os autores da pesquisa dizem que suas descobertas trazem indicações raras da prática de canibalismo na Europa no início do período Neolítico.

Cerca de 500 restos mortais que foram encontrados perto da vila de Herxheim podem pertencer a vítimas de canibalismo.

Os restos, que teriam sido “mutilados intencionalmente”, incluem crianças e até fetos, segundo os pesquisadores.

O local foi escavado pela primeira vez em 1996, e explorado novamente entre 2005 e 2008.

O coordenador da pesquisa, Bruno Boulestin, da Universidade de Bourdeaux, na França, disse à BBC que ele e seus colegas encontraram evidências de que ossos humanos foram cortados e quebrados de propósito, uma indicação de canibalismo.

“Nós observamos padrões nos ossos de animais indicando que eles foram assados em um espeto”, disse. “Nós vimos padrões iguais em ossos humanos (no local).”

Mas Boulestin reforçou que é difícil provar que esses ossos foram deliberadamente cozidos.

Alguns cientistas rejeitam a teoria do canibalismo, dizendo que a remoção da carne poderia ser parte de rituais de enterro.

Mas Boulestin disse que os restos humanos encontrados na Alemanha foram “intencionalmente mutilados” e que há evidências de que muitos deles foram mastigados.

O início do período Neolítico foi quando a agricultura começou a se espalhar pela Europa central e a equipe acredita que o canibalismo no continente era uma ocorrência rara, provavelmente apenas durante períodos de fome extrema.

EUA não sabem de Bin Laden 'há anos', diz secretário da Defesa

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Osama Bin Laden

'O xeque Osama não fica em um lugar só' disse militante à BBC

O secretário da Defesa americano, Robert Gates, disse que os Estados Unidos não têm informações confiáveis sobre o paradeiro do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, há anos.

“Bem, nós não sabemos de fato onde Osama Bin Laden está. Se soubéssemos, iríamos buscá-lo”, disse Gates ao programa de televisão ABC This Week, que será transmitido neste domingo.

Na semana passada, um membro do Talebã detido no Paquistão disse que tinha informações de que Bin Laden estava no Afeganistão no início neste ano.

Mas Gates disse que não pode confirmar essa afirmação.

Ao ser perguntado sobre quando os Estados Unidos tiveram informações fortes de inteligência sobre o paradeiro do líder da Al-Qaeda pela última vez, o secretário disse achar “que há anos atrás”.

O membro do Talebã disse ainda que viu Bin Laden várias vezes desde os ataques de 11 de setembro de 2001. Ele afirmou que, em janeiro ou fevereiro, se encontrou com um contato confiável que teria estado com o líder da Al-Qaeda havia cerca de 15 ou 20 dias antes.

Acreditava-se que Bin Laden poderia estar do lado paquistanês da fronteira com o Afeganistão.

Mas o detento disse que militantes estão evitando o Paquistão por causa do risco de ataques americanos.

Segundo ele, Bin Laden estaria bem de saúde.

Tropas

Os comentários de Robert Gates foram feitos depois que o presidente americano Barack Obama anunciou a decisão de enviar mais 30 mil soldados ao Afeganistão.

Obama disse que os Estados Unidos estão no país em resposta aos ataques da Al-Qaeda contra o território americano em 11 de setembro, e que a decisão de invadir o Afeganistão foi tomada “apenas depois que o Talebã se recusou a entregar Osama Bin Laden”.

Ele disse que líderes da Al-Qaeda escaparam para o Paquistão em 2001 e 2002 e que puderam “manter portos-seguros ao longo da fronteira”.

Um recente relatório do Senado americano, preparado pelo Comitê Democrata de Relações Exteriores, disse que Bin Laden estava “ao nosso alcance” no Afeganistão no final de 2001.

Mas o documento disse que, na época, os pedidos de reforços americanos para o país foram rejeitados, permitindo que o líder extremista “passasse sem ser perturbado” para as regiões tribais paquistanesas.

Na semana passada, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pediu para que o Paquistão faça mais para ajudar a capturar Bin Laden.

“Nós temos que nos perguntar porque, oito anos após 11 de Setembro, ninguém viu ou prendeu ou chegou perto de Osama Bin Laden, ninguém conseguiu chegar perto de (Ayman al-) Zawahiri, o número dois da Al-Qaeda”, disse.

O primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gilani, respondeu dizendo que não acredita que Bin Laden está em seu país, e que o Paquistão ainda não recebeu nenhuma “informação confiável” dos Estados Unidos sobre o extremista.