Dubai prometeu agir 'dentro das práticas de negócios internacionais'
O governo de Dubai anunciou nesta segunda-feira ter recebido US$ 10 bilhões do emirado vizinho de Abu Dhabi para ajudar a saldar suas dívidas.
O dinheiro será destinado à companhia estatal de investimentos Dubai World, que havia pedido a credores um prazo maior para pagar suas dívidas em consequência de dificuldades financeiras.
Segundo um comunicado do Supremo Comitê Fiscal de Dubai, parte do dinheiro – US$ 4,1 bilhões – será usada pela Nakheel, o braço de desenvolvimento imobiliário da Dubai World, para pagar títulos islâmicos que vencem nesta segunda-feira.
O restante será usado para honrar compromissos da Dubai World até o fim de abril de 2010.
"Estamos aqui hoje para reconfortar os investidores, credores financeiros e comerciais, empregados e nossos cidadãos de que nosso governo agirá todo o tempo dentro dos princípios de mercado e as práticas de negócios internacionalmente aceitas", afirmou em comunicado o presidente do comitê, xeque Ahmed bin Saaed al-Maktoum.
O anúncio foi recebido com surpresa por investidores, que não estavam certos de que o rico emirado de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos e exportador de petróleo, fosse ajudar Dubai, o vizinho menor.
Após a notícia, os mercados asiáticos reverteram perdas, e o dólar e o euro subiram em relação ao iene.
No dia 25 de novembro, o governo de Dubai pediu a credores o congelamento do pagamento de US$ 26 bilhões das dívidas da Dubai World.
O anúncio espalhou temores sobre a capacidade dos governos de honrar dívidas soberanas e reforçou as preocupações com a possibilidade de calotes.
Além de sacudir os mercados, a indefinição em relação às dívidas de Dubai também arranhou a imagem de pujança do emirado, que tem pouco petróleo e aposta no seu perfil de centro de negócios e turismo.
Nesta segunda-feira, o Supremo Comitê Fiscal de Dubai também anunciou a implementação de uma nova lei de falências.
"A lei estará disponível caso a Dubai World e suas subsidiárias não consigam alcançar uma reestruturação aceitável de suas obrigações remanescentes", afirmou o xeque al-Maktoum.