terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Chance de encontrar extraterrestres é maior do que nunca, diz astrônomo britânico

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Telescópios de projeto para busca de vida fora da Terra

Cientistas vêm tentando há décadas detectar vida fora da Terra

As chances de se descobrir vida fora da Terra são maiores do que nunca, segundo afirma Martin Rees, o principal astrônomo britânico e presidente da Royal Society, a academia de ciências da Grã-Bretanha.

A Royal Society organiza a partir desta segunda-feira em Londres uma conferência com pesquisadores de várias partes do mundo para discutir as perspectivas de se encontrar formas de vida extraterrestres.

Segundo Rees, que em 1995 foi agraciado com o título de Astrônomo Real, uma descoberta como essa poderia representar um momento de mudança para a humanidade, alterando nossa visão de nós mesmos e de nosso lugar no cosmos.

Cientistas de todo mundo vêm analisando sinais do espaço em busca de emissões de ondas de rádio transmitidas por seres inteligentes fora da Terra, mas tudo o que conseguiram captar até hoje foi estática.

Avanços

Martin Rees

Martin Rees tem desde 1995 o título de Astrônomo Real

Para Rees, porém, o avanço tecnológico torna maior do que nunca a possibilidade de que essa busca se mostre frutífera.

“A tecnologia avançou tanto que pela primeira vez nós podemos realmente ter a esperança realista de detectar planetas não maiores do que a Terra orbitando outras estrelas”, diz Rees.

“Poderemos saber se eles têm continentes e oceanos, descobrir que tipo de atmosfera têm. Apesar de ser um longo passo para sermos capaz de descobrir sobre qualquer forma de vida nesses planetas, é um progresso tremendo ser capaz de ter algum tipo de imagem de outro planeta, semelhante à Terra, orbitando outra estrela”, observa.

Segundo ele, o envio ao espaço de telescópios capazes de detectar planetas semelhantes à Terra no entorno de estrelas distantes agora torna possível concentrar mais os esforços de busca.

“Se encontrássemos vida, mesmo a forma mais simples de vida, em outros lugares, isso seria claramente uma das maiores descobertas do século 21”, diz Rees.

“Desconfio que pode haver vida e inteligência lá fora em formas que não podemos imaginar. E poderia, claro, haver formas de inteligência aquém da capacidade humana, mais avançada do que somos avançados em relação a um chimpanzé”, afirma.

Número de vítimas no Haiti ultrapassa 150 mil, diz governo

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Vítima do terremoto é carregada em maca no Haiti

Apenas um quarto dos haitianos que precisam de comida estão recebendo ajuda, diz ONU

As autoridades haitianas informaram que a contagem de mortos do terremoto do último dia 12 já ultrapassou 150 mil e que este número continuará subindo.

O dado foi apresentado pela ministra das Comunicações, Marie-Laurence Lassegue, que alertou ser difícil fazer uma estimativa sobre o número final das vítimas fatais.

“Ninguém sabe quantos corpos estão soterrados nos escombros – 200 mil, 300 mil? Quem é que sabe a contagem total de mortos?”, disse a à agência Associated Press no domingo.

Em entrevista à BBC Brasil a ministra desmentiu a informação fornecida pela ONU de que as buscas por vítimas nos escombros tenham sido interrompidas.

“O presidente nunca interrompeu as buscas, nem o primeiro-ministro. E ontem (sábado) nós encontramos um homem vivo sob os escombros”, afirmou Lassegue à enviada da BBC Brasil Fabrícia Peixoto.

Resgates

Segundo comunicado do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês) publicado na sexta-feira, depois de três dias seguidos sem conseguir resgatar ninguém com vida, o governo haitiano teria declarado o fim das buscas.

Ninguém sabe quantos corpos estão soterrados nos escombros – 200 mil, 300 mil? Quem é que sabe a contagem total de mortos?

Marie-Laurence Lassegue, ministra das Comunicações do Haiti

Até então, 132 pessoas haviam sido salvas dos escombros no país.

Além delas, duas vítimas foram resgatadas com vida na própria sexta-feira. Emmannuel Buso, de 21 anos, e Marie Carida, de 84, foram salvos dez dias depois do terremoto.

Horas depois do suposto fim das buscas, outra vítima foi retirada dos escombros com vida. Wismond Exantus, de 24 anos, sobreviveu porque se refugiou sobre uma mesa quando o hotel em que trabalhava desmoronou. Ele passou 11 dias se alimentando de biscoitos e Coca-Cola.

Transferência

As autoridades haitianas vêm estimulando a população de Porto Príncipe a deixar a capital rumo a outras regiões menos afetadas pelo terremoto.

O Ocha informou que cerca de 225 mil pessoas já usaram o transporte gratuito fornecido pelo governo para deixar a região.

Enquanto isso, 800 mil desabrigados permanecem em acampamentos improvisados na região de Porto Príncipe.

Segundo a ONU, embora meio milhão de haitianos venham recebendo alimento doado pela comunidade internacional, o número total de pessoas que precisem de comida deve chegar a 2 milhões.

A entidade também relata que 90% das escolas da capital e 60% no entorno foram destruídas pelo terremoto, afetando cerca de 500 mil crianças.

Ajuda brasileira

Ao contrário do que a mídia pode pensar, o Brasil não está preocupado com a liderança regional, mas sim em ajudar o Haiti

Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse no sábado, durante visita ao Haiti, que o Brasil não está preocupado com a liderança regional, mas sim com a reconstrução do Haiti.

“Ao contrário do que a mídia pode pensar, o Brasil não está preocupado com a liderança regional, mas sim em ajudar o Haiti, com respeito aos mandatos internacionais e com respeito ao governo do Haiti”, disse o ministro brasileiro.

Para Amorim, “é importante que o povo do Haiti sinta que seu governo, o governo que ele elegeu, é o governo que está conduzindo (o processo de reconstrução), naturalmente com o apoio da comunidade internacional”.

O chanceler revelou também que o Brasil deve fornecer mais US$ 15 milhões ao país caribenho. O país já havia aprovado um auxílio com o mesmo valor logo depois do terremoto, dos quais US$ 5 milhões já estão com as Nações Unidas.

O ministro segue nesta segunda-feira para Montreal, no Canadá, onde participará de uma conferência da comunidade internacional para discutir os planos de reconstrução do Haiti.

Apresentadora britânica tenta cruzar Amazonas de caiaque

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Helen Skelton em seu caiaque no início da travessia

Helen Skelton começou a travessia na última quarta-feira

A apresentadora de um programa infantil da BBC quer navegar mais de 3 mil quilômetros pelo rio Amazonas remando sozinha em um caiaque.

Helen Skelton, de 26 anos, apresentadora do programa Blue Peter, iniciou o desafio na semana passada em Nauta, no Peru, e espera concluir a travessia até Almeirim, no Brasil, em seis semanas.

Se concluir a navegação dos 3.235 quilômetros planejados, Skelton deverá ter seu feito reconhecido pelo Guinnes World Records como a maior travessia solo em caiaque.

A travessia faz parte de um desafio britânico bienal chamado Sport Relief, no qual personalidades são encorajadas a realizar feitos esportivos e arrecadar doações para ajudar pessoas necessitadas.

Jiboias, piranhas e jacarés

Helen Skelton antes da travessia, ao lado do rio Amazonas

A apresentadora diz não se preocupar com os desafios da travessia

No trajeto pelo Amazonas, Skelton poderá encontrar jiboias de seis metros de comprimento, cardumes de piranhas e jacarés, além de estar exposta a um ambiente com alto risco de infecção por malária.

Apesar disso tudo e de não ter experiência prévia em grandes travessias em caiaque, ela não diz não estar assustada com o desafio.

"As pessoas dizem que isso não pode ser feito, mas preocupar-me com isso não vai tornar a travessia mais fácil ou encurtar a distância”, disse ela, antes de iniciar a descida do rio.

“Até dois meses atrás, eu só tinha entrado uma vez em um caiaque”, diz a apresentadora.

Ela diz esperar que sua travessia incentive outras pessoas a deixar suas “zonas de conforto” para seguir seu exemplo.

Suspensão de TV provoca protestos pró e anti-governo na Venezuela

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Estudantes durante protesto contra suspensão da RCTV em Caracas

Estudantes fizeram passeata até a sede da Conatel para protestar

A retirada do canal venezuelano RCTV do ar pela segunda vez em menos de três anos, no domingo, provocou fortes manifestações de opositores e simpatizantes do presidente Hugo Chávez em Caracas e outras cidades da Venezuela nesta segunda-feira.

Um jovem de 15 anos, que participava de uma manifestação pró-governo no Estado de Mérida, teria morrido ao ser atingido por disparos, segundo afirmou o ministro do Interior, Tareck El Aissami.

O governo suspendeu o sinal da RCTV e de outros seis canais internacionais na TV a cabo na madrugada de domingo, alegando que eles desrespeitaram as novas regras que determinavam a transmissão de cadeias nacionais e mudanças no conteúdo de publicidade.

A RCTV já havia deixado de operar como TV aberta em 2007, quando o governo venezuelano decidiu não renovar a licença. A emissora, então uma das mais populares do país, era acusada pelo governo de ter participado da conspiração que levou ao frustrado golpe de Estado contra Chávez em abril de 2002.

O governo venezuelano afirmou nesta segunda-feira que os canais que tiveram seus sinais suspensos poderão voltar ao ar se cumprirem com as condições oficiais.

Em Washington, o embaixador venezuelano para a Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, rechaçou um comunicado da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que condenou neste fim de semana a suspensão da RCTV.

Para Chaderton, a CIDH tentou “comprazer uma vez mais os incuráveis golpistas, representantes da ditadura midiática venezuelana e da ultra-direita interamericana” com sua condenação à atitude do governo venezuelano.

'Atentado às liberdades'

Em Caracas, nesta segunda-feira, estudantes de diversas universidades fecharam várias avenidas desde a manhã, e no início da tarde se reuniram em uma praça do leste da cidade para dali seguir em passeata até a sede da Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) para protestar contra a medida, classificada por eles como “um atentado às liberdades, especialmente à de expressão”.

Mas em frente à Conatel se reuniu também outro grupo de estudantes, simpatizantes do governo, com o objetivo de apoiar a decisão da Conatel. Para este grupo, a decisão “segue sem condições o Estado de Direito”.

Um cordão policial separava os dois grupos, antes de a manifestação opositora ser dissolvida com bombas de gás lacrimogêneo. Alguns estudantes teriam ficado feridos e acusam os simpatizantes do governo de lançar garrafas e pedras em sua direção.

No Estado de Anzoátegui, no leste do país, outro protesto estudantil também terminou com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha.

No outro extremo do país, na cidade de Mérida, capital do Estado de mesmo nome, além do estudante cuja morte foi anunciada pelo governo, nove policiais também teriam ficado feridos.

Críticas

Diversos setores da sociedade venezuelana, como a Igreja Católica, se pronunciaram contra a medida que tirou a RCTV do ar pela segunda vez.

“Acompanhamos todas aquelas pessoas que tenham sido vítimas de perseguições por terem expressado seu pensamento ou ideologia”, disse o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, monsenhor Ubaldo Santana.

Em um programa transmitido pela TV estatal Venezolana de Televisión, o diretor da Conatel, Diosdado Cabello, disse que o organismo está elaborando um regulamento para permitir que os canais afetados pela suspensão no domingo retornem ao ar, desde que cumpram algumas condições.

Entre as condições está a assinatura de um compromisso para transmitir as cadeias oficiais e outras exigências do governo por pelo menos quatro meses, período durante o qual a Conatel avaliaria novamente a programação para reconsiderar se os canais afetados transmitem programação nacional ou internacional – os canais considerados internacionais não precisariam seguir as normas.

“Que coincidência que de 105 canais que foram analisados, 104 cumprem com as normas e só um, a RCTV, está contra o que está estabelecido nas leis”, afirmou Cabello.

Até o momento, a posição da RCTV tem sido a de não negociar com o governo. A emissora espera pelo resultado de uma liminar pedida ao Supremo Tribunal de Justiça para que se respeite sua condição de canal internacional, o que o governo nega.