quarta-feira, 19 de maio de 2010

Empresa deve indenizar por corte indevido

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Uma vez quitada a fatura mensal da unidade consumidora, ainda que feita no último prazo estabelecido, é injusto o corte do fornecimento de energia elétrica, sendo tal prática passível de reparação por danos morais ao consumidor. Com esse entendimento, a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso acolheu a Apelação nº 128515/2009, interposta por uma consumidora com o intuito de buscar reparação pelo constrangimento que vivenciou após ter a energia de sua casa interrompida por determinação da empresa concessionária administradora do serviço (Rede/Cemat).

O corte foi feito mesmo após o pagamento da conta atrasada, procedida no prazo máximo previsto. Por essa razão, a empresa de energia elétrica deverá pagar indenização no valor de R$ 3 mil à cliente. De acordo com os autos, a apelante deixou de pagar a fatura referente ao mês de fevereiro de 2007 na data estabelecida e, no mês seguinte, recebeu outra fatura contendo o reaviso de vencimento. Para que não tivesse o fornecimento de energia elétrica suspenso, a consumidora deveria quitar o débito antigo até a data de 30 de março daquele ano, conforme determinado na segunda fatura. Neste exato dia, uma sexta-feira, ela pagou a conta. No início da semana seguinte, no entanto, foi surpreendida com o corte efetuado pela Rede/Cemat.

A relatora do recurso, desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas, observou que, embora a apelante tivesse efetuado o pagamento apenas no último dia do prazo, não se justificaria a interrupção do serviço, ainda mais três dias após a quitação do débito. Para a desembargadora, a consumidora não tinha a obrigação de apresentar o boleto quitado aos funcionários da empresa de modo a evitar o corte.

No entendimento da relatora, a fornecedora do serviço tinha o dever de acompanhar os pagamentos realizados pelos consumidores, o que não ocorreu nesse caso. “Dessa forma, resta caracterizada a negligência da apelada consubstanciada pela falta de vigilância e cautela ao proceder atentamente, antes do corte, a verificação em seus dados cadastrais os pagamentos dos boletos que se encontram inadimplidos e passíveis de corte, para que somente após possa proceder à interrupção do fornecimento da unidade consumidora inadimplente”.

Como conseqüência do ato considerado ilícito da empresa de energia elétrica, a relatora concluiu ser cabível a reparação moral à consumidora lesada, como forma de reduzir o sofrimento a ela imposto e desencorajar a empresa a cometer o mesmo equívoco. Acompanharam o voto da relatora, no sentido de reformar a sentença de Primeiro Grau que julgara a ação improcedente, o desembargador Antônio Bitar Filho (revisor) e o juiz convocado Elinaldo Veloso Gomes (vogal).

Dano moral para passageiro da GOL que sofreu suplício itinerante por 3 dias

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A 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça manteve decisão da Comarca de Jaraguá do Sul, que havia condenado a VRG Linhas Aéreas ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, no valor de R$ 9,6 mil, em favor de Graciano Eleno Heinemann.

O autor, pessoa já de idade, comprou passagem com destino a Santiago, no Chile, e embarque no dia 29 de junho de 2007, em Curitiba/PR. Porém, ao chegar ao aeroporto, soube que o voo havia sido cancelado, e que fora remarcado para o dia 30. Enquanto estava na Capital paranaense, garante, não recebeu qualquer auxílio para transporte ou acomodação em hotel.

No dia seguinte, voltou ao aeroporto, e soube que a escala do voo em Guarulhos/SP, havia sido alterada para Campinas, no Aeroporto de Viracopos. Com isso, o autor teve de pegar um ônibus em direção ao aeroporto da cidade paulista. Ao chegar lá, contudo, recebeu a notícia de que seu voo novamente havia sido cancelado.

Após diversos contratempos, o passageiro conseguiu embarcar no dia 1º de julho. Durante o percurso, porém, o comandante do voo informou que não poderiam chegar a Santiago, e que pousariam em Buenos Aires.

Na Capital argentina, os passageiros aguardaram uma hora no interior da aeronave, e mais três horas no saguão do aeroporto, até receberem um comunicado oficial da empresa ré, o qual dizia que todos deveriam esperar até as 17 horas do dia 2, quando então embarcariam de volta a São Paulo, e somente às 21h25min poderiam ser `encaixados` em um voo para Santiago.

Diante de toda a situação, Graciano não teve outra solução senão comprar uma passagem da empresa Aerolineas Argentinas. A GOL Transportes Aéreos S.A., responsável pela VRG Linhas Aéreas (antiga Varig), contestou seu dever de indenizar, uma vez que não houve, segundo ela, falha na prestação do serviço.

Alegou que o sistema de tráfego aéreo brasileiro enfrentava a pior crise da sua existência, e que o cancelamento dos voos no trecho Curitiba-Guarulhos-Santiago ocorreu em virtude do mau tempo. Os argumentos não convenceram os julgadores.

“Não havendo motivos plausíveis que justificassem os constantes atrasos de voos numa mesma viagem, cancelamentos de itinerários e a falta de assistência da companhia demandada para com o autor, é indubitável a subsistência do dever da companhia aérea recorrente de indenizar aquele pelos danos materiais e morais que sofreu”, anotou o relator da matéria, desembargador Jaime Ramos. A decisão foi unânime. (Ap. Cív. n. 2009.054353-8)

Arqueólogos encontram pirâmide com tumba que pode ser a mais antiga da Mesoamérica

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Esqueleto de uma mulher encontrado em uma tumba no México

O esqueleto de uma mulher foi encontrado em uma câmara menor

Arqueólogos encontraram no sul do México uma pirâmide contendo a tumba de uma alta autoridade pré-colombiana que pode ser a mais antiga do seu tipo em toda a Mesoamérica, a região que se estende do sul do México até a Costa Rica.

A pirâmide contém quatro esqueletos, indicando um enterro múltiplo realizado há 2,7 mil anos. De acordo com os cientistas, seria o antecedente mais remoto do uso de pirâmides como recintos funerários em toda a região.

Dois dos esqueletos, segundo os cientistas, estariam rodeados de pedras de jade e âmbar, além de objetos valiosos para a época, feitos de cerâmica.

Isto indicaria que um deles poderia ser o de um importante líder ou clérigo de Chiapa de Corzo, um proeminente assentamento da época.

Junto à câmara principal, os arqueólogos encontraram outro sepulcro contendo um esqueleto, "provavelmente de uma mulher" que faleceu por volta dos 50 anos de idade.

A descoberta foi feita na zona arqueológica Chiapa de Corzo, no Estado mexicano de Chiapas, por arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), da Universidade Nacional Autônoma (UNAM) do México e da Universidade Brigham Young, dos EUA.

Segundo os pesquisadores, a descoberta sugere que o uso de pirâmides como recintos funerários pode ser mais antigo do que se pensava anteriormente e poderia ser anterior à cultura maia.

A tumba estudada está localizada dentro de uma pirâmide que pode ter tido até sete metros de altura quando foi construída, com escadas de barro levando a um templo no topo de sua estrutura.

Sacrifício humano?

A câmara funerária, medindo quatro metros de comprimento por três de largura, foi encontrada após 24 horas de escavações.

A câmara principal guardava ossos de três pessoas: um homem de meia-idade, um bebê de cerca de um ano e um jovem do sexo masculino.

Esqueleto dentro da câmara mortuária principal

A tumba principal foi encontrada sete metros dentro da pirâmide

O homem de meia-idade estava com vários adornos, tinha a boca coberta com uma concha e os dentes incrustados com pedras de jade. Ele também tinha braceletes, colares e o que os arqueólogos acreditam ser uma máscara funerária com olhos feitos com uma pedra vulcânica verde.

Os investigadores acreditam que, a julgar pela qualidade das joias com as quais o homem foi sepultado, ele deve ter sido uma pessoa importante.

Eles dizem que os outros dois corpos – do bebê e do jovem - podem ter sido colocados depois na tumba para acompanhar o homem morto e foram possivelmente sacrificados.

Os pesquisadores dizem que a posição dos ossos sugere que o bebê foi colocado cuidadosamente na tumba, enquanto o jovem foi possivelmente jogado na câmara funerária.

No anexo à câmara principal, os arqueólogos encontraram outra sala pequena contendo o esqueleto de uma mulher, também com muitos adornos de âmbar e pingentes representando pássaros e um macaco.

O número e a variedade das oferendas sugerem que as pessoas que viviam nesta região naquela época realizavam trocas com lugares tão distantes quanto a costa do Golfo do México e o Vale Motagua, na Guatemala, região rica em jade.

Os pesquisadores dizem ainda que a descoberta sugere que havia seres humanos vivendo na região de Chiapas, no sul do México, desde 1200 A.C.

Saber mentir é sinal de inteligência em crianças, sugere estudo

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Criança comendo biscoito

Mentira indica capacidade de processos mentais complexos

A capacidade de uma criança pequena de contar mentiras é um sinal de inteligência, sugere um estudo feito no Canadá e divulgado pelos jornais britânicos The Times e Daily Mail nesta segunda-feira.

Segundo os cientistas responsáveis pela pesquisa, os complexos processos mentais envolvidos na formulação de uma mentira são um indicador de que a criança atingiu um importante estágio no seu desenvolvimento, e algumas passam por essa mudança antes que outras.

O estudo, realizado pelo Instituto de Estudos da Criança da Universidade de Toronto, no Canadá, envolveu 1,2 mil crianças e jovens com idades entre dois e 17 anos.

Apenas um quinto (20%) das crianças de dois anos avaliadas no estudo mostraram ser capazes de não falar a verdade. Já aos quatro anos, 90% das testadas mentiram.

Brinquedo

O diretor do instituto, Kang Lee, testou a honestidade das crianças dizendo a elas que não olhassem para um brinquedo colocado atrás delas.

Depois, disse que tinha de sair da sala para atender a um telefonema. Uma câmera escondida monitorou as reações das crianças.

Ao retornar, ele perguntou se a criança havia virado para olhar o brinquedo, e depois o pesquisador comparou as respostas com o material gravado.

Kang Lee afirmou que os pais não devem ficar preocupados se seus filhos contarem mentiras.

"É um sinal de que alcançaram um novo marco no seu desenvolvimento", disse ele ao Times. "Os que têm melhor desenvolvimento cognitivo mentem porque são capazes de esconder as pistas."

Kang disse que a mentira só é possível porque as crianças adquiriram a habilidade de realizar um complexo malabarismo mental que envolve guardar a verdade em algum compartimento no cérebro.

Segundo os pesquisadores, pais mais severos ou uma educação religiosa não interferem na habilidade ou frequência de mentiras.

Os cientistas também disseram que aparentemente não há relação entre saber contar mentiras logo cedo e desonestidade na vida adulta.