Cremerj constata carência de profissionais e estrutura em maternidades
Rio - Médicos têm realizado partos ajoelhados na Maternidade Municipal Leila Diniz, em Jacarepaguá, conforme constatou o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj). Segundo o órgão, a maca usada nos partos não funciona adequadamente. O conselho, que realizou vistorias nas maternidades públicas do Rio, encontrou ainda falta de profissionais e superlotação de pacientes.
“A maca usada para fazer parto não funciona e toda vez que o médico usa, precisa ficar de joelho, porque ela não sobe nem desce. As macas são novas, têm esse dispositivo, mas não estão funcionando pela forma com foram instaladas”, alerta Pablo Queimadelos, coordenador da Comissão de Saúde Pública do Cremerj.
Segundo o conselho, na Maternidade Praça XV, também do município, faltam 32 pediatras, 23 obstetras, enfermeiros, radiologistas, anestesistas, psiquiatras e fisioterapeutas. Os plantões contam com apenas dois médicos que se dividem entre salas de parto, 70 leitos comuns, cinco de UTI Neonatal e 15 de Unidade Intermediária (UI). “As equipes estão incompletas e os bebês e as mães correm risco de vida, pois o atendimento fica muito comprometido”, diz Pablo.
Outro problema é o horário da farmácia, que por falta de funcionários fecha às 17h. Segundo o conselho, enfermeiras calculam e separam os medicamentos para os pacientes internados, mas possíveis complicações só são resolvidas quando a farmácia que guarda o estoque abre, no dia seguinte.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que as macas da Leila Diniz estão dentro do padrão e têm banco com regulagem, o que segundo o Cremerj não é verdade. A secretaria diz ainda que trabalha na reestruturação da rede e que esse ano contratou 300 médicos. E aguarda receber o relatório da vistoria do Cremerj.