sábado, 17 de abril de 2010

Nuvem de cinzas avança sobre Europa e agrava caos na aviação

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Passageiro deita no aeroporto de Orly, em Paris, após seu voo ser  cancelado Foto: Reuters

Passageiro deita no aeroporto de Orly, em Paris, após seu voo ser cancelado


O caos aéreo na Europa agravou-se neste sábado à medida que uma imensa nuvem de cinzas vulcânicas se espalhava pelo continente, impedindo a saída de três a cada quatro voos e paralisando milhares de passageiros em todo o mundo. A agência de aviação Eurocontrol disse que nenhum pouso ou decolagem era possível para aeronaves civis em grande parte do norte e do centro da Europa, devido à nuvem formada pela erupção de um vulcão na Islândia.

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Muitos países fecharam o espaço aéreo até domingo ou segunda-feira e meteorologistas preveem que a coluna de fumaça não vai se afastar muito. Eles disseram que a coluna de cinzas poderia até mesmo ficar mais concentrada na terça ou quarta-feira, resultando em uma ameaça ainda maior às viagens aéreas.

A coluna de fumaça que subiu para as partes mais altas da atmosfera, onde pode causar destruição das turbinas e estrutura dos aviões, está custando às companhias aéreas mais de US$ 200 milhões por dia e arruinou planos de viagem ao redor do mundo. Voos de teste sem passageiros estão sendo realizados na Holanda e outros países europeus para avaliar o impacto das cinzas nas aeronaves, disse o governo holandês neste sábado.

A interrupção nos voos é a pior desde os ataques de 11 de setembro de 2001 a Nova York e Washington, quando o espaço aéreo norte-americano ficou fechado por três dias e companhias aéreas europeias foram forçadas a suspender todos os serviços transatlânticos. A Eurocontrol estimou 5 mil voos no espaço aereo europeu, uma forte queda em relação aos 22 mil de um sábado normal. Na sexta-feira, segundo a agência, foram 10,4 mil voos, quando normalmente seriam 28 mil.

"As previsões indicam que a nuvem de cinzas vulcânicas persistirá e que o impacto continuará pelo menos pelas próximas 24 horas", disse a agência em comunicado.

A coluna de fumaça forçou vários líderes mundiais a reprogramarem às pressas planos de viagem. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes cancelaram viagens à Polônia, onde tomariam parte no domingo na cerimônia do funeral do presidente Lech Kaczynksi, morto em um acidente aéreo na Rússia uma semana atrás.

Meses de erupção
A erupção vulcânica parece estar arrefecendo neste sábado, mas pode continuar por dias ou até meses, disseram autoridades. Não há fim previsto para o problema aéreo, que coincidiu com o fim do feriado de Páscoa na Europa.

A empresa de meteorologia AccuWeather, com sede nos EUA, informou que as cinzas estavam em uma área de ventos fracos e é improvável que se mova na segunda-feira. "A previsão é que a fumaça fique mais concentrada na terça e na quarta-feira, representando um grande risco às viagens aéreas. No entanto, também se prevê que a coluna fique mais estreita, causando impacto em uma área menor", afirmou a empresa, acrescentando que uma tempestade no Oceano Atlântico e mudança na direção dos jatos de ar nos níveis superiores da atmosfera, na quinta-feira, poderiam romper a nuvem.

"Um jato de ar de sudoeste ajudaria a levar para fora da Europa qualquer coluna de fumaça remanescente e trazer algum alívio para a crise da aviação", disse.

Grã-Bretanha, Dinamarca e Alemanha estão entre os países que fecharam seu espaço aéreo por todo o sábado. A empresa alemã Lufthansa não ter aviões voando em nenhuma parte do mundo. No entanto, a menos que a nuvem interrompa os voos por semanas, ameaçando a cadeia de fornecimento das fábricas, os economistas não acham que vá reduzir significativamente a difícil recuperação da Europa da recessão ou afetar os indicadores de crescimento do PIB no segundo trimestre do ano.

Mas as companhias aéreas poderão sofrer um sério golpe em suas finanças. A França informou que os aeroportos de Paris permaneceriam fechados pelo menos até segunda-feira de manhã. A Itália prorrogou a suspensão dos serviços nos seus aeroportos do norte do país até o mesmo dia. A Holanda estendeu o fechamento até o domingo de manhã e a Suíça também.

A TUI Travel, maior operadora de turismo da Europa, disse que estava cancelando todas as viagens pelo menos até as 5h (horário de Brasília) do domingo. A British Airways, afetada no mês passado por greves que lhe custaram cerca de 70 milhões de dólares, cancelou todos os voos de domingo.

O problema prejudicou as ações das companhias aéreas na sexta-feira. Os papéis da Lufthansa, British Airways, Air Berlin, Air France-KLM, Iberia e Ryanair tiveram queda entre 1.4 e 3%.

Reflexos na Ásia
Os problemas se espelharam pela Ásia, onde dezenas de voos com destino à Europa foram cancelados, e hotéis de Pequim a Cingapura tiveram dificuldade para acomodar milhares de passageiros. Um funcionário da Eurocontrol disse que o número de voos transatlânticos chegando à Europa estava entre um terço e um quarto do número usual para um sábado.

A American Airlines informou que estava apta a operar voos de e para a Espanha e Itália, mas havia cancelado 56 outros de e para a Europa, mesmo número da sexta-feira. Os militares norte-americanos tiveram que refazer a rota de muitos voos, incluindo aqueles que retiravam feridos do Afeganistão e do Iraque, disse um porta-voz do Pentágono.

O vulcão começou a entrar em atividade na quarta-feira pela segunda vez em um mês, desde a parte debaixo da geleira Eyjafjallajokull, lançando uma nuvem de cinzas de 6 a 11 km na atmosfera. Neste sábado, a extensão havia caído para 5 a 8 quilômetros.

"A erupção pode continuar assim por um longo período", disse Bergthora Thorbjarnardottir, geofísica do Gabinete Meteorológico do país. "Cada vulcão é diferente e não temos muita experiência com este. Faz 200 anos desde a última vez que ele entrou em erupção."

Novo vírus 'chantageia' usuários que baixam conteúdo pornô

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Teclado

O vírus já pode ter atacado mais de 5 mil usuários no Japão

Um novo tipo de vírus virtual infecta computadores que utilizam uma rede de compartilhamento de arquivos e publica o histórico de navegação em um site para chantagear os usuários, pedindo dinheiro em troca da remoção dos dados.

O vírus do tipo Trojan, ou Cavalo de Tróia, que têm o objetivo de roubar dados, é jáponês e se instala nos computadores de usuários que utilizam o popular serviço de compartilhamento de arquivos chamado Winni, usado por 200 milhões de pessoas.

Batizado de Kenzero, ele ataca usuários que baixam cópias ilegais dos games Hentai – uma espécie de anime erótico.

Segundo o website japonês Yomiuri, cerca de 5,5 mil pessoas já afirmaram que foram infectadas pelo programa.

O vírus se “camufla” como uma página de instalação do game e pede detalhes pessoais do usuário.

O programa então copia as imagens da tela do computador do usuário e de seu histórico de navegação antes de enviar um e-mail ou aparecer como um ícone pop-up pedindo o pagamento de cerca de 1500 ienes (R$ 28) via cartão de crédito para que o usuário “resolva sua violação da lei de direitos autorais” e para que tenha os dados removidos do website.

‘Gangue’

O site que arquiva e publica as informações pertence a uma empresa fictícia chamada Romacing Inc. e está registrada com o pseudônimo de Shoen Overns.

“Já vimos esse nome relacionado com os vírus trojan Zeuz e Koobface. Se trata de uma gangue criminosa já conhecida que segue envolvida nesse tipo de atividade”, disse Rik Ferguson, assessor de segurança da empresa Trend Micro, que vem monitorando o vírus.

Segundo ele, o Kenzero é uma forma de ransomware – nome dado aos vírus trojan que cobram resgate, também chamados de vírus extorsivos. O programa infecta o computador, codifica os documentos, imagens e músicas armazenadas e exije o pagamento de uma taxa para uma senha de decodificação.

Europa

Ferguson afirma ainda que uma variante do vírus tem atacado vítimas na Europa.

Uma organização fictícia que se denomina “IPCC – a fundação dos direitos do autor” emite pop-ups e e-mails depois que o vírus inspeciona o disco rígido em busca de conteúdo ilegal, ainda que não encontre nada comprometedor armazenado no computador.

Logo depois, a empresa oferece uma taxa para se chegar a um acordo “preliminar ao julgamento” de US$ 400 (R$ 700), a ser paga via cartão de crédito. A companhia fictícia ainda alerta sobre os altos custos das taxas de tribunais e menciona possíveis sentenças de prisão caso a vítima ignore a oferta.

De acordo com Ferguson, em vez de debitar o dinheiro, a empresa vende os detalhes do cartão de crédito da vítima.

“Se você perceber que está recebendo mensagens de pop-up exigindo pagamentos para solucionar infrações de lei, ignore os avisos e use um antivírus gratuito online imediatamente para verificar se o computador está infectado”, disse ele.

Ele recomenda ainda que o download de arquivos seja sempre feito de websites confiáveis para evitar esse tipo de problema.

Aluguéis sobem quatro vezes mais que inflação em SP

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A escassez de imóveis tem pressionado os preços de locação, movimento que se acelerou em março. O valor do aluguel dos contratos novos residenciais subiu 10,02% no acumulado dos últimos 12 meses na capital paulista. O percentual é quatro vezes maior do que a variação de 1,94% do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) no período --utilizado como base de reajuste de 90% dos contratos antigos.

Com o aumento, um imóvel que podia ser alugado por R$ 1.000 há um ano, passou a ser oferecido no mercado por R$ 1.100 em março. Já os contratos de inquilinos com aniversário em março e com correção pelo IGP-M passaram para R$ 1.019,40 --diferença de R$ 80,60. O levantamento do Secovi (sindicato da habitação) de São Paulo foi obtido pela Folha.

Na comparação mensal, houve variação de 2% ante fevereiro, a maior desde julho de 2008. O vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi, Francisco Crestana, destaca que a recuperação da renda com aluguéis vem ocorrendo nos últimos anos após uma década de estagnação.

`Um dos principais fatores para o aumento dos preços é a baixa oferta de imóveis. Por muitos anos, os proprietários foram desestimulados a colocar as unidades no mercado e muitos preferiram deixar eles fechados`.

Segundo ele, as recentes mudanças na Lei do Inquilinato, que tornou as regras de locação mais claras, farão com que mais donos de imóveis aluguem, o que poderá fazer com que esses aumentos desacelerem. Além disso, há unidades que estão em construção e que também poderão ser oferecidas para a locação.

Em relação aos contratos antigos, com reajuste pelo IGP-M, a tendência é de alta, segundo Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

No ano passado, o indicador fechou em deflação de 1,72%. `Os meses inicias do ano já mostraram que a tendência é de alta, com o IGP-M tendo forte aceleração`, diz. Em janeiro o aumento foi de 0,63%, em fevereiro de 1,18% e em março de 0,94%. Entre os fatores de pressão do IGP-M estão os preços de commodities e do atacado.

No entanto, Quadros não acredita que a alta será semelhante a que ocorreu em 2008, quando o índice foi a 9,81%. Ele diz que ficará abaixo disso em 2010, mas não faz estimativas.

O levantamento apontou que a maior alta foi encontrada em unidades de dois dormitórios, de 11,1% nos últimos 12 meses. Em seguida vêm os de um (9,9%) e três dormitórios (8,2%).

No mês passado, o fiador foi a garantia utilizada em metade dos contratos de imóveis analisados na capital, seguido pelo depósito em dinheiro ou caução (30%) e pelo seguro-fiança (20%).

A pesquisa do Secovi mostrou ainda que casas e sobrados demoraram entre 10 e 27 dias para serem alugados, enquanto os apartamentos, de 16 a 34.

Governo de SP devolve R$ 12,8 mi de IPVA a donos de veículos roubados

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O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira que vai devolver R$ 12,8 milhões de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) a contribuintes que tiveram veículos roubados ou furtados em 2009 no Estado. O reembolso será proporcional ao número de meses em que o motorista ficou sem o carro, e vai beneficiar quem já havia pago o tributo quando ocorreu o crime.

Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado, as devoluções para 48,7 mil proprietários serão pagas em quatro lotes até o final de abril --o primeiro lote foi desembolsado em 15 de março. O reembolso é automático, devido à integração dos sistemas da Secretaria de Segurança Pública, do Detran e da Fazenda.

Os valores ficarão à disposição do proprietário --na data da ocorrência-- no banco Nossa Caixa. A Fazenda ressalta, porém, que o contribuinte que estiver inadimplente não poderá resgatar o valor enquanto houver a pendência. O contribuinte precisa ter feito o boletim de ocorrência para ter o benefício.

No caso de recuperação do veículo, volta a ser devido o IPVA no exercício em que ela ocorrer, proporcionalmente aos meses que restarem até o final do respectivo ano.

As datas de liberação dos recursos são, de acordo com a época do roubo ou furto: primeiro trimestre de 2009, 15 de março; segundo trimestre, 31 de março;terceiro trimestre, 15 de abril; quarto trimestre, 30 de abril.

Para consultar o valor da restituição, o contribuinte deve acessar a área do IPVA no site da Secretaria da Fazenda e clicar no link `Restituição`. É preciso informar o Renavam do veículo e o número do boletim de ocorrência.

Recusa de cheque pode gerar danos morais

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Se o comerciante possibilita pagamento em cheque, não pode se recusar recebê-lo com alegação falsa. Esse é o entendimento da ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu a existência de danos morais e determinou a volta do processo ao tribunal de origem para deliberação das demais controvérsias.

A ação foi movida por uma consumidora que tentou adquirir um carrinho de bebê com cheque, mas a loja recusou alegando insuficiência de saldo. O motivo da recusa foi anotado no verso da folha de cheque e, imediatamente depois disso, ela efetuou a compra com débito em conta corrente por cartão. No processo, a consumidora pediu indenização por danos materiais e morais contra a loja e a empresa responsável pela verificação de cheques.

Em primeira e segunda instâncias, o pedido de indenização foi negado. Entendeu-se que não haveria dano moral e sim um mero dissabor à consumidora, o que não tem potencial de gerar ofensa ou humilhação. Também foi afirmado que o cheque não é título de crédito de curso forçado, ou seja, aceitação obrigatória.

No recurso ao STJ, a defesa da consumidora alegou ofensa aos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil. E que há discordância jurisprudencial sobre o mesmo tema no próprio STJ. Também afirmou que o fato de ter concluído a compra com cartão de débito não afastaria o dano moral.

A ministra Nancy Andrighi reconheceu que cheques realmente não têm curso forçado e sua recusa não gera dano moral. “Todavia, o estabelecimento comercial, ao possibilitar, inicialmente, o pagamento de mercadoria por este meio, renunciou a sua faculdade de aceitação e se obrigou a demonstrar a justa causa na recusa”, esclareceu. A ministra afirmou que negar sem justa causa seria ofender o princípio da boa-fé.

Para ela, não há uma justa causa para negar o pagamento por talonário, já que a consumidora não tinha seu nome inscrito em cadastros de proteção ao crédito e que a compra com débito direto na conta-corrente via cartão comprovaria que sua conta tinha fundos para realizar a transação. A ministra Andrighi também apontou haver diversos precedentes no STJ afirmando que a devolução indevida de cheques gera dano moral. Com informações da assessoria de imprensa do STJ.

Resp 981.583