Avião se partiu em dois depois de se chocar contra árvores
Um Boeing 737 da empresa aérea Air India Express, com 166 pessoas a bordo, caiu e pegou fogo na manhã deste sábado, hora local, quando tentava pousar no aeroporto da cidade de Mangalore, sul da Índia, vindo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo a empresa, sete passageiros sobreviveram. Teme-se que as outras 159 pessoas a bordo tenham morrido.
O avião entrou em chamas quando tentava pousar na pista do aeroporto e errou o alvo, indo parar em uma floresta em um vale, no fim da pista.
Segundo o correspondente da BBC em Delhi, Sanjoy Majumder, todos os passageiros a bordo eram indianos e a maioria eram trabalhadores migrantes que voltavam para casa. Entre eles havia crianças.
Sobreviventes disseram ter ouvido um forte estrondo, semelhante ao barulho de um pneu estourando, pouco antes de o avião bater.
Falando à TV indiana de sua cama, no hospital, o sobrevivente Umer Farooq afirmou que ouviu um estrondo quando a nave tocou o solo.
“Aí o avião se desviou em direção a algumas árvores próximas e a cabine se encheu de fumaça. Fiquei preso em alguns cabos, mas consegui escapar”, disse ele.
Farooq estava sendo tratado depois de ter sofrido queimaduras nos braços, pernas e rosto.
Acesso difícil
A companhia aérea – uma subsidiária da empresa estatal Air India, mas com passagens de baixo custo – afirmou que o avião se chocou contra as árvores quando tentava pousar, as 06h00, hora local (21h30 em Brasília).
Chovia na hora do acidente.
O aeroporto de Mangalore fica no alto de uma colina com vales cobertos de florestas no fim e em volta da pista de pouso. Segundo analistas, pousar no local representa um desafio para pilotos.
As imagens de TV mostraram equipes de resgate e moradores locais subindo a colina para buscar sobreviventes entre os escombros do avião, de onde ainda saía fumaça.
Um oficial da polícia de Mangalore disse à BBC que a fumaça no local dificultou ainda mais o acesso ao avião pelas equipes de resgate.
O superintendente da polícia de Mangalore, Subramaneshwar Rao afirmou que “as chances de se encontrar algum sobrevivente são muito poucas já que a maior parte do avião foi queimada”.
Outro oficial da polícia disse à BBC que, até agora, 120 corpos já foram retirados do local.
Outro sobrevivente, KP Manikutty, disse que a aterrissagem, em princípio, parecia correr bem, quando o avião se chocou contra as árvores, inesperadamente.
“Imediatamente após tocar o solo o avião balançou e pouco depois se chocou contra alguma coisa”, disse ele.
“Aí, ele se partiu ao meio e pegou fogo. Eu pulei pela abertura”, acrescentou.
Segundo a mídia local, o piloto foi identificado como o sérvio Zlatko Glusica. Ele teria 10 mil horas de voo, inclusive experiência com o aeroporto de Mangalore.
Ainda não se sabe o que teria causado o acidente. O piloto não enviou qualquer mensagem de socorro para a torre de controle, afirmou VP Agarwal, diretor da Autoridade de Aeroportos da Índia.
Segundo ele, a visibilidade não era problema. “A visibilidade era de 6km quando o avião se aproximou da pista, o que é mais do que suficiente”, afirmou.
O avião não tinha mais do que três anos e este foi o primeiro acidente da companhia, fundada há cinco anos.
O histórico de segurança aérea na Índia é bom, apesar do rápido crescimento de companhias privadas no país, na última década.
O último grande acidente aéreo na Índia ocorreu na cidade de Patna em julho do ano 2000, quando 50 pessoas morreram.