terça-feira, 3 de novembro de 2009

Paciente é esquecido por cinco horas em ambulância

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Ambulância

Paciente passou cinco horas preso na ambulância

Autoridades de saúde da cidade de Manchester pediram desculpas a um paciente que passou cinco horas trancado em uma ambulância depois de ser esquecido pelo motorista, que tinha ido para casa.

O homem, de 65 anos, ficou preso na garagem de ambulâncias de Sherston, em Wythensawe, depois de ter sido recolhido em um hospital.

Ele deveria ter sido levado para a casa de repouso onde mora, mas como ele não retornou, a direção da casa entrou em contato com o hospital.

O Serviço de ambulâncias da região afirmou que já abriu um inquérito para investigar o caso, e que um de seus funcionários “foi suspenso imediatamente”.

Garagem

O incidente ocorreu na semana passada, quando o paciente foi recolhido no hospital às 19h15, hora local.

Em vez de ser transportado para a casa de repouso, ele foi levado para a garagem, onde permaneceu até 01h00 do dia seguinte, hora local.

O serviço de ambulâncias disse ter recebido uma chamada da casa de repouso às 20h30 e mais tarde enviou outro funcionário à garagem para recolher a documentação do paciente e descobrir para onde o paciente havia sido levado, quando ele foi descoberto.

“Sentimos muito que este incidente tenha ocorrido”, disse um porta-voz do serviço de ambulâncias.

“Isso nunca aconteceu antes e nunca vai acontecer de novo.”

“Nos encontramos com o paciente e sua família para discutir o assunto e vamos permanecer em contato com eles durante o processo.”

O paciente foi examinado por paramédicos depois de ter sido encontrado e levado de volta para o hospital para novos exames.

Espanha resgata tradição de mulheres pagas para chorar em enterros

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Escultura em homenagem às carpideiras da Espanha (Foto: Arquidiocese de Luanco, Asturias)

Crise fez ressurgir ofício da Idade Média extinto desde o século 18

Um ofício da Idade Média extinto há dois séculos está sendo resgatado na Espanha para salvar a economia de muitas donas-de-casa em tempos de crise. Com a condescendência de sacerdotes católicos de paróquias rurais, estão de volta as carpideiras, mulheres que recebem dinheiro para rezar e chorar por mortos desconhecidos.

A tradição europeia das carpideiras, que atuam em dias de Finados, enterros, missas e datas como aniversários de mortes, foi proibida no século 18. No entanto, com a crise econômica mundial, parte do clero espanhol decidiu ser mais flexível, permitindo que as famílias consigam um dinheiro extra.

"Não se trata de mudar a lei, nem desobedecer à Igreja Católica, mas, se pudermos entre todos dar uma mãozinha a quem precisa, é um ato de caridade cristã", disse à BBC Brasil o padre Antonio Pérez, responsável pela paróquia de Campanário, em Bajadoz (oeste da Espanha).

Na paróquia de Nossa Senhora de Assunção em Campanário, o serviço de carpideiras vem sendo anunciado durante as missas nos últimos três meses.

O sacerdote não só informa aos fiéis sobre o serviço como ainda avisa as "rezadeiras choronas e gemedeiras" (como são conhecidas as carpideiras) quando algum dos 5 mil habitantes da cidade está doente e em risco de morte.

Para rezar e chorar por um morto desconhecido, as mulheres recebem entre 20 e 30 euros (cerca de R$ 60 a R$ 90) por dia.

Em datas como o feriado de Finados, o trabalho inclui ir ao cemitério, lustrar a lápide, trocar as flores, rezar e recitar salmos pelo morto.

Vocação

"O que eu faço é por vocação. Rezar, rezo todos os dias. O dinheiro, não vou dizer que não ajuda agora que a coisa está como está", conta Facunda Santiestéban, de 64 anos, estreando no ofício de carpideira profissional em 2009.

Facunda afirma que, por sua presença constante nas missas, muitas pessoas lhe pediam orações e pagavam com presentes.

"O padre conversou comigo e passou a entrar um dinheiro que não dá para muito, porque para ficar rica tinha que morrer uns sete por dia, mas ajuda a pagar algumas contas", diz a carpideira à BBC Brasil.

Ao contrário das profissionais da Europa medieval que gemiam alto, chegando a rasgar parte das roupas, davam socos no peito e até arrancavam fios de cabelo durante as atuações nas missas e funerais, as novas carpideiras do século 21 são discretas e rezam em silêncio.

Foi por estas encenações, consideradas escandalosas pelo Vaticano, que o ofício passou a ser perseguido a partir do século 13, até a proibição no século 18.

A Igreja Católica ameaçou de excomunhão a quem continuasse chorando e gemendo alto por um morto desconhecido em troca de dinheiro, também porque as atuações assustavam os fiéis e incomodavam os sacerdotes que tinham de gritar para ser escutados durante as cerimônias.

Descontos

Apesar da proibição, em algumas cidades rurais de províncias espanholas como Extremadura, Galícia e Canárias, o ofício se manteve escondido das autoridades eclesiásticas de Roma.

Ángela Díez Compostrana, de 63 anos, é carpideira profissional desde os 21 na cidade de Casar de Cáceres. O trabalho dela vai da oração de salmos e acender velas até cuidar de trâmites legais e documentos do morto para a família.

"Tem gente que não pode ou não quer fazer essas coisas. Tem famílias que saíram da aldeia e custa trabalho vir aqui para isso. Então faço minha parte e ainda uso minha fé para ajudar essa alma a estar em paz", argumenta Ángela à BBC Brasil.

"Com a crise, o serviço aumentou um pouquinho. Algumas famílias deixaram de vir, porque viajar sai mais caro do que me chamar. Mas também me pediram descontos. Até por 10 euros (R$ 30) trabalhei, porque está apertado para todo mundo."

Produtora de cinema no Catar planeja filme sobre Maomé

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Mesquita Jama Masjid, em Nova Delhi (foto de arquivo)

Segundo produtora, objetivo do projeto é educar sobre o Islamismo

Uma empresa produtora de filmes do Catar, pequeno e rico país na região do Golfo Pérsico, anunciou que pretende fazer um filme sobre o profeta Maomé.

Com orçamento em torno de US$ 150 milhões, o filme deverá ser falado em inglês e produzido pelo americano Barrie Osborne, homem por trás de sucessos de bilheteria como as séries O Senhor dos Anéis e Matrix.

Segundo a produtora, o objetivo do projeto é educar as pessoas a respeito do Islamismo e corrigir idéias errôneas sobre o profeta.

O analista de assuntos árabes da BBC, Magdi Abdelhadi, disse que o filme é mais um em uma série de projetos de mídia lançados nos últimos anos com um objetivo: defender o islamismo contra seus detratores no Ocidente.

A empresa que deverá financiar o filme disse que o roteiro estará pronto no ano que vem e que as filmagens devem começar no ano seguinte.

Um estudioso do islamismo, Youssef Al Qaradawi, foi contratado para orientar a equipe de pesquisa para assegurar precisão histórica e religiosa.

Ele disse que o filme será uma oportunidade para ressaltar a mensagem do profeta, de paz para todo o universo.

Desafio

O produtor, Barrie Osborne, disse que o projeto será um desafio, já que a religião islâmica proíbe qualquer representação visual do profeta Maomé.

O analista da BBC lembra que a idéia de que a fé islâmica está sob ataque e não é compreendida no ocidente é antiga, mas ganhou nova urgência nos últimos anos com a invasão do Afeganistão e do Iraque, liderada pelos Estados Unidos.

A polêmica em torno de cartoons com imagens do profeta publicados por um jornal dinamarquês também reacendeu entre os muçulmanos o sentimento de que sua religião é tratada com injustiça e incompreensão.

O novo filme seria o segundo desse tipo, direcionado primariamente ao público global, com o intuito de atacar o chamado preconceito ocidental.

Em 1976, o filme Maomé - O Mensageiro de Alah, estrelado por Anthony Quinn, foi lançado em meio a acusações de que o violava a proibição de representações do profeta.

Na verdade, não violava, diz o analista da BBC. Quase 30 anos mais tarde, o diretor do filme, o sírio Mostafa Al-Aqqad, foi uma entre várias outras vítimas de um múltiplo ataque suicida por militantes islâmicos na Jordânia.

Caso Madeleine: vídeo com novas fotos faz 'apelo à consciência'

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Mdeleine McCann como estaria aos seis anos

Vídeo mostra como Madeleine estaria aos seis anos de idade

A polícia britânica está divulgando um novo vídeo com imagens de Madeline McCann em uma campanha específica para tentar sensibilizar pessoas que saibam do paradeiro da inglesa desaparecida aos três anos de idade em Portugal durante férias com a família.

Detetives britânicos esperam que o filme de pouco mais de um minuto – que mostra imagens de Madeleine quando foi raptada e como estaria hoje, aos seis anos – toque a consciência de alguém próximo ao seu eventual raptor.

A polícia consultou psicólogos para ajudá-lo na mensagem, que tenta convencer testemunhas-chave a “fazer a coisa certa”.

Madeleine desapareceu de um apartamento na praia da Luz, no Algarve, em maio de 2007, e apesar de uma intensa campanha global e de uma massiva investigação, ela nunca foi encontrada.

A polícia espera que internautas espalhem a nova mensagem, criada pelo Centro de Proteção Online de Exploração Infantil (Ceop) da Grã-Bretanha (um orgão da polícia), através de blogs, e-mail ou redes sociais, como o Facebook e o Twitter.

As novas imagens de como Madeleine estaria hoje – geradas por computador – agora incluem uma versão em que ela aparece queimada de sol e com cabelo escuro, para o caso de ela estar vivendo no Norte da África.

Em maio deste ano, o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas ou Exploradas, dos Estados Unidos, divulgou uma imagem mostrando a aparência que Madeleine poderia ter aos seis anos de idade.

Mas por conta da preocupação de que a imagem parece “muito americana”, duas novas fotografias foram criadas.

No vídeo, que foi produzido em sete línguas (inclusive português), o diretor do Ceop, Jim Gamble, apela diretamente a alguém que tenha informações sobre a menina.

“A gente sabe que tem alguém aí fora que sabe onde ela está”, diz a mensagem. “Eles podem estar mantendo o segredo por medo, lealdade, ou até amor.”

“Manter essa informação secreta só aumenta a angústia da família e dos amigos de Madeleine, e aumenta o risco para outras crianças.”

“Se você conhece alguém envolvido e está mantendo segredo, lembre-se que nunca é tarde demais para fazer a coisa certa.”

Redenção

Os pais de Madeleine vêm fazendo intensa campanha para manter o interesse no caso. O Ceop disse que a nova campanha foi lançada depois que Gerry e Kate McCann escreveram para ele demonstrando frustração porque as linhas de investigação estavam desaparecendo.

Ele acrescentou que os pais esperavam tocar alguém próximo ao raptor, como um cônjuge, membro da família, amigo ou colega.

“É altamente provável que eles, ou alguém próximo a eles, esteja usando a internet para procurar novas informações que possam sugerir que a polícia está chegando perto de descobrir a verdade”, acrescentou Gamble.

Ele disse que o Ceop consultou psicólogos sobre culpa e sobre como a campanha poderia “abrir a oportunidade para um indivíduo se lembrar de que ainda pode se redimir”.

A mensagem conta com apoio das agências de polícia em vários países, entre elas a Interpol, Europol, além das forças policiais da Austrália, Estados Unidos, Canadá e Emirados Árabes Unidos.

'Extremamente gratos'

Apesar de o Ceop não ter trabalhado diretamente com a polícia portuguesa – que liderou a investigação, arquivada em julho do ano passado – qualquer informação relevante será transmitida à polícia de Leicestershire (onde vive a família McCann), que vai transmiti-las à polícia portuguesa.

Gamble ressaltou que as investigações envolvendo crianças desaparecidas nunca são encerradas, citando casos de jovens como Jaycee Lee Dugard, que reapareceu na Califórnia 18 anos depois de ter sido sequestrada.

Gerry e Kate McCann disseram estar “extremamente gratos” ao Ceop por lançar o vídeo.

“É vital que ele seja visto e ouvido o mais amplamente possível.”

Os McCanns também mudaram seu site findmadeleine.com para abrir com a mensagem: “Nunca é tarde demais para fazer a coisa certa”.