terça-feira, 5 de abril de 2011

TJ condena taxas abusivas do cartão.

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O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) deu nesta semana um importante passo na defesa do consumidor. Acordo assinado pelo desembargador Dr. Pedro Alexandrino Ablas determinou a revisão dos juros impostos na fatura do cartão de crédito de um usuário, por entender que o valor comprometia mais do que 30% da renda dele. Com isso, o órgão abre precedente para que outros clientes com o mesmo problema questionem a situação.

Segundo o presidente da ONG ABC (Associação Brasileira do Consumidor), Marcelo Segredo, atualmente os juros dos cartões na modalidade rotativo são de até 18% ao mês e 60% ao ano, o que dificulta o pagamento em caso de endividamento dos consumidores. "É normal hoje que quem tenha um problema com as finanças jogue compras no cartão e pague só o mínimo. Os juros, neste caso, são de cerca de 10%. Mas se tiver uma única fatura atrasada, isso salta para 15%, o que já começa a complicar a vida do cliente", conta.

Apesar da vitória contra o abuso dos juros, Segredo esclarece que apenas os consumidores que recorrem à Justiça poderão aproveitar a brecha. Quem pede revisão dos valores pode conseguir abatimento de até 80% nas parcelas. "Pelo entendimento do juiz é preciso adequar o valor à realidade do cliente e, se for necessário, aumentar prazos para que ele possa pagar a dívida tranquilamente", argumenta.

Foi o que aconteceu com a estudante Arriete Tobias da Silva, moradora de São Caetano. Ela lembra que, mesmo pagando o valor mínimo da fatura, teve o nome protestado e precisou recorrer à Justiça para resolver o problema. Foram seis meses de negociação antes do veredicto. "O valor global da fatura chegou aos R$ 5.000, mas depois da ação isso caiu para R$ 1.500. Ainda pude pagar o valor em seis parcelas de R$ 250."

A diretora do Procon Santo André, Ana Paula Satcheki, afirma que as taxas cobradas no País hoje são as mais altas do mundo, o que torna indispensável uma revisão da situação. "A maior parcela do lucro dos bancos acontece pelos juros do cartão. É um contrassenso, e é o momento do mercado rever posturas."

Segredo chama atenção também para o fato de a maioria das operadoras e bancos ter capital estrangeiro e cobrar taxas muito altas aqui, onde não há regulamentação para cobrança dos juros. "Eles não cometem esses abusos nos seus países de origem, tampouco praticam juros extorsivos, porque lá existe legislação rígida que pune duramente esses excessos. Aqui, entretanto, é da cultura do povo brasileiro aceitar as coisas de forma silenciosa, sem contestar, só reclamando, mas sem fazer nada."

Taxa de juros não passa por crivo do Banco Central

O índice dos juros do cartão de crédito é um dos únicos hoje que não passam pela regulamentação do BC (Banco Central). Com isso, o valor da cobrança das taxas é livre, e obedece apenas princípios da razoabilidade aplicados pelo Código Civil Brasileiro.

"Eles não podem ser excessivos nem tão pequenos, mas não têm uma fixação mínima ou máxima", explica a diretora do Procon de Santo André, Ana Paula Satcheki.

Com isso, recorrer à Justiça é a única maneira de questionar valores atualmente. No entanto, associações de defesa do consumidor já protocolaram carta aberta ao BC solicitando revisão da situação com base no alarmente número de ações judiciais que questionam as taxas.

"O problema é que a maioria das decisões acaba sendo para os bancos. Por isso, qualquer reconhecimento do abuso que ocorre hoje com o consumidor, como esse do TJ-SP, é importante", avalia Ana Paula.

Bancos já começam a utilizar cartão pré-pago no País

Em meio à guerra dos juros altos, um grande banco resolveu renovar na modalidade e lançou a opção de cartão de crédito pré-pago. A alternativa, por enquanto, é válida apenas para quem for utilizar o plástico no Exterior e ajuda, principalmente, no combate ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Comercializado desde o início do ano, o cartão é recarregável e pode ser utilizado para compras e saques no Exterior e para aquisições em sites de lojas internacionais. A modalidade apresenta uma série de vantagens ao cliente, como isenção de tarifas, inclusive de anuidade, e da alíquota de IOF de apenas 0,38%, ante a recém-anunciada de 6,38% para as transações feitas com cartão de crédito.

"É uma boa opção, porque se temos de suportar o aumento de carga tributária, ele surge como uma boa alternativa. O consumidor tem de pesar vantagens e, se aceitar com bons olhos, não vejo críticas ao produto neste momento", destaca a diretora do Procon andreense, Ana Paula Satcheki.

Rede social vira atalho para consumidor insatisfeito.

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Especialistas, porém, recomendam que cliente registre queixa em órgão de defesa

Uma geladeira nova com defeito, quase três meses de peregrinação por órgãos de defesa do consumidor e visitas de técnicos da rede autorizada, horas pendurado no telefone tentando falar com o serviço de atendimento ao cliente e um vídeo no Youtube disseminado por milhares de pessoas pelo Twitter.

Esse é o resumo da batalha que o funcionário público Oswaldo Luiz Oliveira Borrelli travou com uma fabricante de eletrodomésticos para conseguir a substituição do refrigerador que comprou por quase R$ 3.000.

- Eu ligava para a empresa, fui ao Procon-SP onde registrei queixa. Aí me estressei e chegou um dia que pensei: ‘hoje vou resolver isso’. Coloquei a geladeira na porta de casa, mandei fazer uma faixa e fiz um vídeo, que coloquei no youtube com link para o Twitter e Facebook. Nisso, a empresa já começou a me seguir no Twitter. Foram cinco dias entre a postagem do vídeo e a entrega da geladeira.
O vídeo que Borrelli postou na internet ficou famoso, foi visto por cerca de 900 mil pessoas e virou uma espécie de consultor para outros consumidores descontentes com os mais diversos produtos.

O caso de Borrelli teve final feliz, sobretudo, por causa da persistência e porque a fabricante monitora todos os passos de seus clientes nas redes sociais. No entanto, nem sempre usar só as redes sociais para reclamar é sinônimo de ter o problema resolvido.

Isso porque, ao reivindicar os direitos só pela na internet, pelas redes sociais, as reclamações não ficam registradas e simplesmente desaparecem, explica Maria Inês Dolci, coordenadora da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

- É importante que o consumidor não deixe de registrar sua reclamação nos órgãos de defesa do consumidor porque essas reclamações vão subsidiar ações para buscar melhorias e farão com que as empresas se adéquem ao Código de Defesa do Consumidor.

A advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Veridiana Alimonti, reconhece que “reclamar de uma empresa na rede pode implicar em uma solução mais rápida do que os canais tradicionais por conta da exposição a que ela é submetida”.

- Porém, as redes sociais não devem substituir os canais tradicionais, nem para a empresa, nem para o consumidor. Quanto a este, é importante que ele registre sua reclamação na empresa, inclusive tendo meios para comprovar que não teve solução adequada dentro do prazo e eventualmente procurar o Procon e o Judiciário.

Como o R7 noticiou, o Procon-SP anunciou em março que deverá criar contas no Facebook e o Twitter até o meio deste ano. O objetivo, segundo a entidade, é falar diretamente com os jovens, que poderão fazer consultas e tirar dúvidas - reclamar, não - pelas redes sociais.

Feliz com o novo eletrodoméstico, Borrelli confessa que não era adepto das redes sociais antes do problema.

- Eu não estava acostumado a usar redes sociais. Só usava o Facebook para encontrar amigos. Eu tinha o Twitter e tinha 16 seguidores, mas nem sabia como funcionava nem sua finalidade.

Indignado com o tratamento do consumidor no Brasil, o funcionário público diz que “temos que mudar esse negócio de mal atendimento do consumidor” porque, aqui, “a empresa não pensa no pós-venda, ela só pensa em vender”.

Borrelli recomenda a outros consumidores reclamar de um produto por meio das redes sociais, mas sugere seguir alguns passos antes de desabafar contra a empresa pela internet.

- Meu conselho é fazer como eu fiz: tenta o SAC [Serviço de Atendimento ao Consumidor]. Não resolveu? Tenta o Procon-SP, o juizado especial. Não resolveu? Daí chuta o pau da barraca. [Se não seguir esses passos,] você desacredita a rede social e, depois, você pode sofrer um processo, se não procurar os caminhos necessários para reclamar.

É mais caro alugar uma sala em SP e RJ do que na Ilha de Manhathan, respectivamente.

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O metro quadrado na capital fluminense é de 183 reais, enquanto que nas regiões de Midtown e Dowtown, o preço médio é de 60 e 38 dólares, respectivamente

Mesmo com a alta do mercado de locação de espaços comerciais no País, há estratégias e meios de driblar o problema e reduzir custos. Nos chamados escritórios virtuais, as despesas são bem menores em relação a um escritório convencional.  

O conceito, ainda novo para o Brasil, já é bastante utilizado nos USA e Europa. Os escritórios virtuais são espaços físicos em prédios inteiros ou andares, com salas totalmente equipadas com mobília e infraestrutura, prontas para quem deseja manter uma empresa em centros de negócios das principais capitais do Brasil.  

“A economia comparada com a locação comum pode chegar a 60%”, assegura a diretora do Virtual Office, Mari Gradilone, uma das pioneiras no Brasil. Mari explica que a economia está na proposta do serviço. São prédios com salas exclusivas ocupadas por várias empresas onde as despesas de aluguel, IPTU, condomínio, luz, além de custos de funcionários de limpeza e também o “cafezinho” são divididos entre todas e assim os custos ficam equilibrados.

Todas as salas mobiliadas com ar condicionado e acesso wireless, além de contar com serviço de recepcionistas bilíngües e telefonistas, que atendem os clientes por meio do mais moderno sistema de comunicação com linhas individualizadas e atualização de dados. “As vantagens são grandes principalmente para novos negócios”, enfatiza. Hoje o Virtual Office possui sete unidades localizadas nos maiores centros de negócios de São Paulo, Alphaville e Rio de Janeiro.  

Mari conta que em 2010 a empresa obteve crescimento de 25%. A projeção para 2011 é aumentar a mesma proporção. “O Brasil cresce em ritmo acelerado e isso empurra o mercado, precisamos encontrar saídas diariamente para atender estas novas demandas, que são empresas de pequeno e médio porte que precisam se boas instalações, localização privilegiadas para que seus negócios alavanquem”, avalia.

Segundo pesquisa do SEBRAE, quase 50% das empresas fecham as portas antes de completar dois anos de atividade, e, uma das principais causas, são os altos custos de manutenção, gastos com impostos e estrutura. Este índice passa para 56,4% até o terceiro ano, e 59,9% delas não sobrevivem além do quarto ano. Entre as causas desta estatística nada alentadora estão os excessos de gastos com tributos e estrutura, que acabam comprometendo os recursos para o capital de giro do negócio.
Fonte: Contato Comunicação - 04/04/2011