sábado, 4 de julho de 2009

Baleia pré-histórica 'dava à luz em terra'

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Representação artística do exemplar macho da Maiacetus inuus. Crédito: John Klausmeyer, University of Michigan Museu de História Natural.

Representação artística do exemplar macho da Maiacetus inuus


Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram um novo ancestral da baleia que viveu há cerca de 47 milhões de anos e dava à luz seus filhotes não no mar, mas em terra firme.

A pesquisa foi possível após a descoberta de dois fósseis da espécie Maiacetus inuus, uma fêmea e um macho, em bom estado de preservação.

Os fósseis foram encontrados no Paquistão em 2000 e 2004. Junto ao fóssil da fêmea, descoberto em 2000, foi encontrado também o de um feto.

Como os demais mamíferos que dão à luz em terra, a cabeça deste feto estava posicionada para ser a primeira parte do corpo do animal a deixar o ventre materno.

Estilo de vida

Este foi o primeiro esqueleto de feto já encontrado do grupo conhecido como arqueocetos, os ancestrais das atuais baleias.

O nome da nova espécie reflete as condições da descoberta: Maiacetus significa "baleia mãe" e inuus era um deus romano da fertilidade.

Após a análise dos fósseis, os pesquisadores também concluíram que os filhotes da espécie já chegavam ao mundo equipados para buscarem comida sozinhos, pois tinham os dentes bem desenvolvidos ao nascer.

O macho, descoberto em 2004, tinha cerca de 2,5 m de comprimento, 12% a mais que a fêmea, e dentes caninos 20% maiores que os dela.

Os pesquisadores dizem acreditar que a diferença de tamanho não era grande o suficiente para indicar que os machos controlassem as fêmeas a ponto de possuir haréns.

"Os dentes grandes, apropriados para agarrar e comer peixes, sugerem que os animais viviam a maior parte do tempo no mar, vindo à terra apenas para descansar, copular e ter filhotes", disse Philip Gingerich, responsável pelo estudo.

Ele afirma que, como outros arqueocetos, os exemplares tinham quatro patas adaptadas para ajudar o nado e, embora esses membros pudessem suportar o peso, os Maiacetus inuus provavelmente não se aventuravam muito longe da água.

"Elas eram claramente atreladas à costa. Viviam entre o mar e a praia", disse Gingerich.

China investiga caso de preso que bebeu muita água e ficou cego

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O governo da China está investigando o caso de um jovem que teria ficado cego após ser obrigado a ingerir diariamente algo entre 10 e 15 litros de água enquanto aguardava julgamento na prisão.

O jovem Qin Yingfei, de 27 anos, foi inocentado da acusação de estupro, mas sofreu abusos dos colegas de cela durante os oito meses em que permaneceu preso no centro de detenção de Zanhuang, na província de Hebei.

Qin esteve detido entre setembro de 2006 e abril de 2007 e perdeu a vista em junho de 2007.

De acordo com os médicos, a pressão alta causada pelo excesso de água no organismo de Qin foi o que causou a cegueira.

As autoridades chinesas investigam agora se houve negligência ou conivência da carceragem com os presidiários que cometeram os abusos, informou nesta sexta-feira o jornal estatal China Daily.

Abuso

Qin alega que foi acorrentado enquanto esteve detido e era diariamente obrigado a jogar pôquer com um assassino convicto, Yu Zhenrong.

Quando perdia para Yu, Qin tinha que beber muita água como “punição” pela derrota.

“Eu não ousava desobedecer Yu, pois ele batia nos detentos com frequência”, disse Qin ao jornal de Hong Kong South China Morning Post.

“Eu tive as pernas acorrentadas até mesmo quando estava no hospital, mas Yu não. Ele podia andar livremente no centro de detenção, apesar de ele estar aguardando a pena de morte”, reclamou o jovem.

De acordo com os médicos de Qin, o excesso de água também causou edema pulmonar, que é o acúmulo de líquido nas vias respiratórias.

O vice-diretor da casa de detenção, Zhao Yumin, disse à imprensa chinesa que Qin já estava doente antes de ser preso, mas não mostrou nenhum laudo médico sustentando essa afirmação.

Além do caso de Qin, o governo também está investigando outras duas mortes suspeitas ocorridas na mesma penitenciária.

A imprensa estatal revelou se tratar de casos de abuso perpetrados pelo mesmo condenado Yu, mas não divulgou mais detalhes.

Yu foi executado em janeiro de 2007 por ter assassinado a irmã da ex-namorada.

Repercussão

Fóruns de discussão na internet tem mobilizado a opinião pública chinesa em torno de casos de negligência policial e abuso ocorridos dentro de penitenciárias.

Em fevereiro a imprensa estatal deu vasta cobertura a denúncia feita contra os guardas de uma prisão na província de Yunnan que tentaram encobrir o assassinato de um presidiário pelos colegas de cela.

Os carcereiros disseram que o prisioneiro havia morrido acidentalmente.

A família do preso, no entanto, contestou a versão oficial e conseguiu persuadir o governo a investigar o caso.

Ficou comprovado que o prisioneiro foi assassinado a pancadas dentro de sua cela e a carceragem não fez nada para impedir o crime.

Reality show turco tentará converter ateus

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Representação de religiões (arquivo)

Competidores escolherão entre quatro religiões ou podem escolher continuar ateus

Um reality show da Turquia mostrará sacerdotes de quatro religiões tentando converter ateus convictos e premiará aqueles que passarem a ter uma religião com uma viagem de peregrinação.

O novo programa, chamado Tövbekarlar Yarisiyor (algo como "Penitentes Competem", em tradução livre) coloca juntos um imã, um rabino, um monge budista e um sacerdote da Igreja Ortodoxa Grega que tentarão converter dez competidores.

Os dez competidores ateus foram avaliados cuidadosamente por uma equipe de teólogos para garantir que não tenham nenhuma fé.

A cada episódio, o imã, o rabino, o sacerdote e o monge tentarão convencer os competidores ateus a respeito dos méritos de suas religiões.

De acordo com o jornal turco Hurriyet, os produtores do programa reconhecem que há uma grande chance de que nenhum dos ateus seja convertido.

Mas, se alguém for verdadeiramente convertido a uma religião, será enviado a uma peregrinação. Para os convertidos ao islamismo, a viagem será para Meca, budistas irão para o Tibete e os convertidos ao Judaísmo ou ao Cristianismo, para Jerusalém.

As câmeras do canal de televisão seguirão os competidores vencedores nestas peregrinações.

"Eles não podem encarar isso como uma simples viagem, mas como uma experiência religiosa", afirmou ao jornal Hurriyet Ahmet Ozdemir, vice-diretor do Kanal T, canal de televisão que produz o programa.

Propaganda e ''serenidade''

As propagandas para o programa prometem que será dado ao convertido "o maior prêmio de todos; nós representamos a crença em Deus. Acredite, arrependa-se, Deus irá perdoar".

Mas os produtores afirmam que o programa também ajudará os competidores a "encontrar a serenidade", além de aumentar o conhecimento sobre as religiões.

O programa já gerou várias reações na Turquia, um país de maioria muçulmana. Alguns afirmam que será bom para as relações entre as religiões e outros disseram que este tipo de discussão "não é apropriado" para a televisão.

Ozdemir, por sua vez, afirmou que quando as pessoas ouviram falar do programa pela primeira vez, "foi difícil para elas compreenderem sobre o que era", mas muitos agora estão "esperando impacientemente" pelo lançamento do programa.

"As pessoas são livres para acreditarem do que quiserem. Nosso programa não vai decidir", acrescentou.

Contra crise, gigante britânica oferece férias de até um ano em troca de salário menor

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Logo da BT pintado na sede da empresa em Londres (arquivo)

BT cortou 15 mil vagas em 2008 e espera cortar o mesmo este ano

A gigante de telecomunicações britânica British Telecom está oferecendo a seus funcionários férias prolongadas para quem concordar em receber apenas parte do seu salário.

Em meio à crise econômica que já significou um prejuízo bilionário no primeiro trimestre deste ano, a empresa diz que está procurando alternativas para reduzir os gastos com sua folha de pagamentos para evitar demissões.

Uma das opções oferecidas aos funcionários é sair de férias por um ano inteiro em troca de 25% do salário de um ano pago de uma só vez.

A empresa também está incentivando os empregados a adotar reduções na carga horária: funcionários com filhos terão a opção de trabalhar apenas durante os horários escolares, e aqueles que concordarem com um regime de meio período receberiam um bônus de mil libras (cerca de R$ 3,2 mil).

A BT, que emprega mais de 100 mil pessoas, registrou nos três primeiros meses deste ano fiscal uma perda de quase 1 bilhão de libras (cerca de R$ 3,2 bilhões). A companhia anunciou que cortará cerca de 15 mil postos de trabalho neste ano, tendo cortado semelhante número de vagas no ano passado.

No mês passado, outra empresa britânica, a companhia aérea British Airways, pediu a seus funcionários que tirassem até um mês de férias não-remuneradas para ajudar a reduzir as despesas do grupo. A empresa registrou no ano fiscal passado, que terminou em março, uma perda recorde de 400 milhões de libras (quase R$ 1,3 bilhão).