Eles têm direito a R$ 15 mil por mês, além do salário de R$ 16,5 mil, para gastar com o mandato
Os senadores ganham R$ 16,5 mil de salário, têm direito a carro oficial com motorista, gasto com saúde sem limite, mas é o "dinheirinho extra" de R$ 15 mil que paga as contas de restaurantes badalados, aluga carros de luxo e banca viagens de aerotaxi por todo o país, como mostra levantamento do R7 no site do Senado. A regra permite que os parlamentares banquem essas despesas do mandato com alimentação, hospedagem e locomoção, ou seja, estão dentro da lei. No entanto, em alguns casos, eles usam a verba como se fosse uma espécie de "vale-refeição de luxo".
É o caso do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que gastou em agosto R$ 742 no Antiquarius, famoso no Rio por servir frutos do mar. Azeredo disse, por meio de sua assessoria, que levou convidados para almoçar depois de um seminário do PSDB na capital fluminense e, por isso, a conta ficou alta.
O senador Raimundo Colombo (DEM-SC) usou em junho R$ 1.663,50 da verba para alimentação em vários restaurantes de Brasília e na sua base eleitoral. A assessoria disse que “nenhum almoço, nenhum jantar é privado”, que o senador “não está gastando essa verba com a família ou com amigos, são atividades políticas" e disse que ele não vai "pedir a seus convidados, como prefeitos, que paguem a conta".
O senador Fernando Collor (PTB-AL) deixa de R$ 2.000 a R$ 3.000 por mês em restaurantes de todos os tipos, mas dá preferência ao Boka Loka, um lugar que faz marmita express no Paranoá, periferia de Brasília. O senador deixou lá R$ 3.130 em junho, R$ 2.440 em julho e R$ 2.840 mil em agosto. Procurado, o senador não quis falar com o R7, mas o chefe de gabinete dele disse que o dinheiro foi mesmo para comprar marmitas e que esse gasto está "dentro do ato que permite essas compras".
Colaboraram Thiago Faria, Gisele Silva, Wanderley Preite Sobrinho, Carol Franco, do R7