sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Clube promove prática da poligamia na Indonésia

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Gina Puspita

A poligamia nos ensina a 'controlar nossos desejos e ciúmes e nos aproxima de Alá', diz Puspita

Um clube que promove a prática da poligamia vem causando polêmica na Indonésia desde que foi criado, no início do ano.

A associação Global Ikhlwan, com sede em um subúrbio arborizado a algumas horas de distância de Jacarta, teria sido fundada na Malásia.

Segundo seus diretores, o clube possui mais de mil sócios distribuídos por vários países, entre eles, Austrália e Estados Unidos.

As leis da Indonésia - país de maioria muçulmana - permitem que os homens se casem com mais de uma mulher, mas apenas sob certas condições: por exemplo, o marido precisa pedir a autorização da primeira esposa.

Como resultado das restrições, a poligamia é menos comum no país do que em outras nações islâmicas.

O novo clube, no entanto, preocupa setores da sociedade que temem um aumento na prática.

Proposta

Segundo seus membros, o objetivo do clube é promover as virtudes da poligamia, assim como oferecer apoio aos que estão enfrentando dificuldades para lidar com suas escolhas.

A diretora da organização, Gina Puspita, admite que ela própria achou difícil quando o marido, Rizdam, se casou com a segunda esposa.

"Foi difícil para mim no começo, mas sabia que era por causa das minhas emoções, dos meus desejos", ela disse. "Mas a poligamia é um forma de todos nós encontrarmos felicidade e amor nesse mundo".

"Há muitas vantagens para as mulheres em casamentos polígamos", acrescentou Puspita. "Aprendemos a controlar nossos desejos e ciúmes e isto nos leva para mais perto de Alá".

O marido de Puspita, Rizdam, disse que o sistema funciona para sua família.

"Acho que a poligamia é melhor do que a monogamia".

"Há tantas vantagens! Para os homens, ela ensina liderança. É difícil lidar com uma esposa em um casamento, mas quatro? É muito mais difícil e é uma boa prática educativa".

Controle Rigoroso

Muitos, como a militante Nursyahbani Katjasungkana, se opõem à proposta do clube.

Ela cita o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, para questionar a ideia de que a poligamia seria uma prática aceitável, ou mesmo desejável, do islamismo.

"Acredito que foi uma orientação para os muçulmanos naquele período, de que todas as vítimas da guerra, viúvas e crianças que perderam um marido ou um pai, deveriam ser protegidas. Esta foi a mensagem das escrituras - não foi um comando para que os homens tivessem uma segunda, terceira ou quarta esposa", argumenta a militante.

As leis que regem o casamento na Indonésia são baseadas na monogamia. A poligamia é tolerada, mas sob controles rigorosos.

Antes de se casar com mais de uma esposa, o marido precisa, primeiro, pedir a permissão da primeira esposa.

Se ela não estiver de acordo, o homem tem de provar que ela é infértil, doente terminal, ou que não está desempenhando suas funções de esposa. No final do processo, o marido tem ainda de conseguir a permissão de um conselheiro religioso.

Embora não haja estatísticas oficiais sobre o número de casamentos polígamos no país - muitos casamentos não são registrados - muitos temem que organizações como o clube da poligamia possam levar mais homens a adotar a prática.

Grupos feministas estão pedindo às autoridades que fechem o clube.

O governo indonésio, orgulhoso de sua reputação de tolerante nação islâmica, anunciou que vai monitorar as atividades da organização, mas não quis fechá-la.

A polêmica em torno da poligamia ilustra a luta do país para alcançar esse ideal: ser islâmico e moderno ao mesmo tempo.

Cartaz com José e a Virgem na cama gera protestos na Nova Zelândia

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Cartaz (imagem: Igreja St. Matthew-in-the-City)

Igreja queria questionar significado do Natal, mas cartaz foi considerado ofensivo

Um outdoor colocado do lado de fora de uma igreja anglicana da Nova Zelândia, mostrando a imagem da Virgem Maria na cama com José, está provocando protestos de cristãos no país.

O outdoor traz a legenda Poor Joseph. God was a hard act to follow ("Pobre José. Foi difícil vir depois de Deus", em tradução livre), sugerindo que a cena ocorreu após a Concepção do Menino Jesus.

Segundo o vigário da igreja St. Matthew-in-the-City, Glynn Cardy, a ideia do cartaz era questionar estereótipos e promover o debate entre os fieis sobre o nascimento de Jesus Cristo.

Mas a Igreja Católica condenou o outdoor, chamando-o de "inapropriado" e "desrespeitoso".

Apenas horas depois de ser exibido em público, o cartaz foi vandalizado com tinta marrom.

Sátira

O vigário Glynn Cardy disse que o objetivo do cartaz era satirizar a interpretação literal da concepção de Cristo.

"Estamos tentando fazer com que as pessoas pensem mais sobre o sentido do Natal", disse ele à agência de notícias New Zealand Press Association (NZPA).

Cartaz vandalizado

Horas depois de ser colocado, cartaz foi vandalizado

(O Natal) tem a ver com um Deus espiritual masculino enviando seu sêmen para que uma criança nasça ou com o poder do amor em nosso meio?", questionou.

Cardy disse à NZPA que a igreja recebeu e-mails e telefonemas sobre o polêmico outdoor.

"Cerca de 50% disseram ter adorado, e cerca de 50% disseram que era terrivelmente ofensivo", disse ele, "mas foram cerca de 20 comentários sobre o cartaz. Isso é a Nova Zelândia."

‘Ofensivo’

A porta-voz da Diocese Católica de Auckland, Lyndsay Freer, disse que o poster era ofensivo para os cristãos.

"Nossa tradição cristã de 2 mil anos diz que Maria permanece virgem e Jesus é filho de Deus, não de José", disse ela ao jornal New Zealand Herald. "Um cartaz como esse é inapropriado e desrespeitoso."

O grupo de defesa dos valores familiares Family First disse que qualquer debate sobre o nascimento de Jesus de uma Virgem deve ser realizado dentro da igreja.

"Confrontar crianças e famílias com o conceito, com um outdoor na rua, é completamente irresponsável e desnecessário", disse o diretor do grupo Bob McCroskrie ao site de notícias stuff.co.nz.

Americano é libertado depois de 35 anos preso por crime que não cometeu

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James Bain

James Bain foi condenado à prisão perpétua em 1974, aos 19 anos

Um homem que passou 35 anos preso nos Estados Unidos foi libertado nesta quinta-feira depois que um exame de DNA comprovou sua inocência.

James Bain, de 54 anos, é o prisioneiro que serviu mais tempo no país antes de ter sua inocência provada por testes de DNA.

Ele foi condenado à prisão perpétua em 1974, aos 19 anos, pelo sequestro e estupro de um menino de 9 anos em Lake Wales, na Flórida.

Na época, Bain alegou inocência e disse que no dia do crime estava assistindo TV com sua irmã.

Pedidos negados

Desde 2001, Bain já havia solicitado quatro vezes que fossem feitos testes de DNA, mas sempre teve seus pedidos negados.

A organização Innocence Project assumiu seu caso e conseguiu que fossem realizados exames de DNA nas provas encontradas na cena do crime.

Os resultados, divulgados na semana passada, confirmaram que Bain era inocente.

Ao ser libertado, Bain usou um telefone celular pela primeira vez na vida e telefonou para a mãe para contar que estava livre.

Brasileira luta para emagrecer em reality show na Ásia

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Martha Lai, ao centro, entre participantes (Foto: Divulgação)

Martha Lai, ao centro, espera perder 42 kg

Uma brasileira nascida em Hong Kong faz parte de um grupo de 16 pessoas em um reality show na Ásia no qual vence quem perder mais peso nas 13 semanas em que o programa ficar no ar.

O show batizado de The Biggest Loser ("O Maior Perdedor", em tradução livre) teve início nos Estados Unidos há alguns anos mas está sendo realizado pela primeira vez em nível continental na Ásia.

Os participantes, qualificados como obesos mórbidos, se dividem em duas equipes de oito integrantes cada e ficam confinados em um acampamento onde precisam cumprir um estrito programa de re-educação alimentar e intenso exercício físico.

A cada semana um participante é desclassificado. Quem emagrecer mais, no final, leva pra casa um prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 177 mil).

Facebook

A brasileira Martha Lai, de 19 anos, está competindo no time azul e, em um mês, já conseguiu perder 10 kg dos seus 127 kg originais. Ela espera chegar aos 85 kg.

“Ela luta contra o sobrepeso há muito tempo”, disse à BBC Brasil a mãe da participante, Dalva Sanches Ferreira.

“Isso (a obesidade) é um grande problema pra ela”, lamenta Dalva.

A comunidade brasileira em Hong Kong se mobilizou para torcer por Martha e tem feito uma campanha de apoio através do site Facebook.

Segundo o perfil de Martha na página oficial do programa, a jovem ganhou peso depois de descontar na comida as emoções do relacionamento complicado que tem com o pai.

O pai, chinês que hoje vive em Macau, não tem muito contato com a jovem e, segundo ela, ele “não parece se importar se estou viva ou morta”.

Quando se olha no espelho, Martha “deseja nunca ter nascido”, desabafa a competidora no site.

Negócio

The Biggest Loser vai ao ar na China, em Hong Kong e outros 16 países da Ásia num canal a cabo em inglês.

Durante os episódios, os telespectadores são convidados a seguir em casa as dicas práticas de emagrecimento e saúde passadas pelos especialistas aos competidores.

O programa, que explora o mote da superação pessoal, já é um grande negócio nos Estados Unidos, onde livros, DVDs e suplementos alimentares da marca Biggest Loser são amplamente comercializados.

Na internet, fóruns de discussão, blogs e páginas pessoais questionam a validade do show, que desnuda a fragilidade da auto-estima dos participantes.

“Eu detesto reality TV que machuca enquanto finge estar fazendo o bem social”, critica o internauta Jefferson Stolarship.

“Não ajuda em nada dizer que a pessoa está acabada e depois fazer um espetáculo sobre como melhora-la”, acredita Stolarship.

No entanto, o produtor-executivo do programa, Riaz Mehta, defende a competição.

“Esse show é sobre mudar estilos de vida sedentários e inspirar pessoas a adotar uma vida saudável com exercícios físicos”, diz Metha.

De acordo com os organizadores do programa, os participantes são acompanhados diariamente por uma equipe composta de treinadores, médicos, nutricionistas e psicólogos para dar apoio no processo de redução de peso e garantir que isso ocorra com “segurança”.

A Organização Mundial de Saúde considera o problema da obesidade uma epidemia global e estima que em 2017 cerca de 700 milhões de pessoas sofrerão da doença.