quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Chineses confiam mais em prostitutas que em políticos, diz pesquisa

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Prostitutas na China (arquivo)

Prostitutas ficaram em 3° lugar em lista de confiabilidade

Uma pesquisa realizada pela internet sugere que os chineses consideram as prostitutas como uma das três categorias profissionais mais confiáveis do país, à frente, inclusive, dos políticos.

A pesquisa foi realizada pela revista Insight China entre junho e julho de 2009, com 3.376 cidadãos chineses.

Segundo a enquete, 7,9% dos pesquisados consideravam as prostitutas confiáveis. Na lista geral, elas estão atrás apenas de fazendeiros e religiosos.

Soldados ficaram em quarto lugar na lista de confiabilidade.

"A inesperada importância das prostitutas na lista de honra... é, sem dúvida, algo muito raro", afirmou o jornal estatal China Daily em um editorial.

"Uma lista como esta é, ao mesmo tempo, surpreendente e constrangedora", disse o editorial.

Políticos ficaram bem abaixo na lista de confiabilidade, junto com cientistas e professores.

"Pelo menos (cientistas e autoridades) não ficaram entre as categorias menos confiáveis, que é formada pelos desenvolvedores imobiliários, secretários, artistas e diretores", dizia o editorial do China Daily.

Prefeitura italiana perde parte dos salários em loteria

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A SuperEnalotto da Itália

O prêmio da loteria ficou acumulado em cerca de 119 milhões de euros

O prefeito da cidade italiana de Ficarra, na Sicília, perdeu parte de seu salário e dos salários dos servidores municipais que havia apostado na loteria do país.

Basilio Ridolfo, o prefeito, e os funcionários da prefeitura tiraram 115 euros (cerca de R$ 305) de seus salários para apostar na loteria italiana SuperEnalotto alegando que usariam o prêmio para reforçar o orçamento da cidade.

A loteria estava acumulada desde janeiro e o prêmio seria 116 milhões de euros (mais de R$ 307 milhões).

Mas o sorteio desta terça-feira não teve vencedores e o prêmio foi acumulado em cerca de 119 milhões de euros.

Planos

De acordo com o correspondente da BBC em Milão Mark Duff, o governo municipal se cansou de esperar pelas verbas que o governo em Roma deve ao município e não tinha nem mesmo a pequena quantia necessária para as apostas.

O prefeito dizia que as chances de ele e os funcionários municipais ganharem na loteria seriam mais altas do que as de receber as verbas pedidas ao governo.

Ridolfo contou com a fé para acertar os seis números da loteria.

"Escolhemos os números que estão ligados à padroeira da cidade, a Nossa Senhora da Assunção", disse o prefeito. "

Ridolfo dizia que metade do prêmio seria gasta em projetos da prefeitura e o restante, dividido entre os 2 mil moradores da cidade.

O prêmio recorde anterior da SuperEnalotto, de quase 100 milhões (cerca de R$ 265 milhões), foi para a cidade também siciliana de Catânia, em outubro de 2008.

Os sorteios da SuperEnalotto ocorrem três vezes por semana, mas o prêmio tem acumulado nos últimos meses porque nenhum apostador conseguiu acertar o seis números. O próximo sorteio será na quinta-feira.

Debate sobre 'o caso' do topless ganha força na França

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St Tropez (arquivo)

Mais de quarenta anos após atrair os primeiros olhares espantados nas praias da Riviera de St. Tropez, nos anos 1960, o topless voltou ao centro do debate na França.

Dentro da tradição intelectual-engajada típica dos debates públicos franceses, um livro e protestos de grupos feministas vieram recentemente alimentar a polêmica sobre se a prática está ou não se tornando cada vez mais rara no país.

A jornalista Regan Kramer, que vive em Paris, é uma das que investigam a razão de "quase não se verem mais mulheres fazendo topless na França".

Ela argumenta que a Aids – "um balde d’água na revolução sexual em geral" – tirou também o prazer subversivo de tomar sol sem a parte de cima do biquíni.

Para a jornalista, que também faz parte do grupo feminista Les Chiennes de Garde – literalmente, As Cadelas de Guarda – outra forte razão seria a publicidade.

Por um lado, disse Kramer, "mais mulheres se sentem incomodadas pela tendência ‘porno-chic’ de espalhar imagens de modelos seminuas em cartazes por todos os lados".

Por outro, ela diz, "fazer topless gradualmente se tornou uma obrigação, e no fim a perspectiva feminista passou de festejar uma liberdade recém-adquirida a rejeitar a pressão sem fim de exibir o 'corpo perfeito'".

Até a destruição da camada de ozônio teve seu papel, ao elevar as preocupações de muitas mulheres com o efeito dos raios solares potencialmente cancerígenos sobre seus seios, afirmou.

Direitos

O debate aterrissou neste verão francês quando a prefeitura parisiense proibiu o topless nas praias artificiais ao longo das margens do rio Sena. A medida levou muitas feministas a sugerir que a França recuou na garantia dos direitos das mulheres de mostrar o que bem entenderem.

Biarritz, França, anos 1980

Para muitas mulheres, o topless representou ter poder sobre o corpo

Críticos da decisão das autoridades parisienses notaram, por exemplo, que o véu que esconde o rosto de muitas muçulmanas permanece autorizado. Nenhuma outra praia francesa proíbe o topless.

Nas piscinas públicas da cidade, o grupo feminista Les Tumultueuses (As Tumultuosas, em tradução livre) vem realizando diversas ações em defesa do topless – evidentemente vestidas a caráter.

No último desses protestos, Natacha, uma das integrantes do grupo, protestou quando a gerência chamou a polícia para dispersar as ativistas.

"Ninguém dá bola para mulheres de topless que aparecem todos os dias nas bancas, ainda que essas imagens sejam degradantes. Mas quando se trata de uma mulher de verdade, aí é um problema, e chama-se a polícia", afirmou.

O grupo distribui folhetos com o slogan "Meu corpo, se eu quiser, quando eu quiser, assim como é" – uma alusão ao slogan pró-aborto que se disseminou nos anos 60, "Um bebê, se eu quiser, quando eu quiser".

Sal e sol

Incorporando elementos à discussão, o historiador Christophe Granger lançou há pouco tempo seu livro Les Corps d’été – “Corpos de verão”, em tradução livre –, que discute o "triângulo amoroso entre as francesas, a nudez e o sol" ao longo do século 20.

Em uma entrevista à revista L'Express, o autor disse que se interessou pela "mudança de significado" atribuído ao corpo na estação ensolarada.

"De repente, o corpo se torna central, é ganha um sentido maior ao mesmo tempo simbólico e afetivo. Todas as trocas sociais, familiares e afetivas se organizam ao redor dele", disse o historiador.

Em seu livro, ele registra essa mudança em diferentes momentos no tempo e no espaço, e como a sociedades reage.

Ninguém dá bola para mulheres de topless que aparecem todos os dias nas bancas, ainda que essas imagens sejam degradantes. Mas quando se trata de uma mulher de verdade, aí é um problema, e chama-se a polícia.

Natacha, ativista por direitos das mulheres

Tal e qual o verão de 1964, quando as primeiras manifestações de topless em St Tropez atraíram olhares espantados. Muitas mulheres se sentiram mais livres e donas de seu próprio corpo, e muitos passaram a ver a prática como "um progresso feminista".

Hábito que, para a jornalista Regan Kramer, "parece estar simplesmente desbotando, como o bronzeado no outono, um processo reforçado como uma espécie de efeito bola de neve, já que é preciso uma massa de mulheres fazendo topless para a maioria se sentir confortável com isso".

A jornalista conta a reação de uma parisiense de 18 anos que foi questionada sobre a disposição de fazer topless na praia.

"Você está brincando?", disse. "Não se sai andando por aí assim na frente das pessoas."

Mas a resposta mudou quando ela considerou a possibilidade de fazer topless se todas as outras mulheres estivessem no mesmo barco.

"Por que não? Pode ser divertido."

Documentos revelam censura a Roberto Carlos pela ditadura argentina

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Discos

Cerca de 150 canções foram censuradas durante a ditadura argentina

O regime militar da Argentina censurou pelo menos seis músicas de Roberto Carlos, entre elas Desayuno (versão em espanhol de Café da Manhã), durante o período da ditadura, nos anos 70.

Um documento divulgado pelas autoridades argentinas lista cerca de 150 canções censuradas para a radiodifusão durante o período e inclui ainda músicas de Donna Summer, Rod Stewart, Eric Clapton e Pink Floyd.

A lista inclui canções de protesto mas, em grande parte, inclui também canções de teor supostamente sexual, ou que falam sobre o uso de drogas, como Cocaine, de Eric Clapton.

O documento foi divulgado pelo Comitê Federal de Radiodifusão (Comfer), o órgão estatal que controla o funcionamento e os conteúdos das emissoras de rádio e TV do país.

O chefe do órgão, Gabriel Mariotto, disse à BBC Mundo que a lista foi encontrada em um escritório do Comfer, quando se arquivavam outros documentos.

"Quando apareceu esta lista de temas censurados, me pareceu muito importante levá-la a público", disse Mariotto.

Censura

Além de Desayuno, as canções Tu Cuerpo, El Progreso, Los Botones, Ilegal, Imoral ou Engorda e Se busca, também de Roberto Carlos, foram censuradas ou classificadas como não aptas a serem tocadas durante o horário de "proteção ao menor", em que crianças e jovens poderiam estar escutando rádio.

Sob o título "canções cujas letras se consideram não aptas para ser difundidas pelos serviços de radiodifusão", estão incluídos outros clássicos da música internacional, como Light My Fire, do The Doors e Je T'aime... Moi Non Plus, do francês Serge Gainsbourg.

Além das músicas românticas, vários autores das chamadas "canções de protesto", como o chileno Victor Jara, a americana Joan Baez e o espanhol Victor Manuel aparecem entre os censurados.

Entre os argentinos, estão incluídos Leon Gieco e Maria Elena Walsh, cujas músicas se converteram em um hino à resistência.

E nem mesmo o tango escapou da censura argentina. La Bicicleta Blanca, de Astor Piazolla e Horacio Ferrer se encontra entre as músicas censuradas.