sexta-feira, 14 de maio de 2010

Zoo na Índia vai exibir animais empalhados

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Taxidermista indiano

Zoo tenta contornar restrição legal antes de realizar melhorias na infraestrutura

O zoológico de Mumbai, na Índia, anunciou que pretende empalhar e expor seus animais mortos, para tentar contornar restrições legais que impedem a instituição de adquirir novos bichos.

A lei, promulgada pela autoridade central de zoológicos da Índia, estabelece que os novos animais não podem ser mantidos em espaços confinados, um parâmetro que o de Mumbai não consegue cumprir.

A construção de espaços abertos, em conformidade com a nova legislação, poderia levar até cinco anos, disse o diretor do museu, Sanjay Tripathi.

Até lá, ele afirmou, exibir os animais empalhados pelo menos permitirá aos visitantes vê-los.

"O público poderá ver e apreciar os animais e até estudar a sua estrutura corporal", disse Tripathi.

Mangal, um urso negro do Himalaia, foi uma das atrações do zoológico até morrer na semana passada, aos 35 anos. Ele já foi empalhado, junto com uma cobra píton e um leopardo.

O zoológico possui mais de 200 mamíferos, 500 aves e 45 répteis.

Polêmica

Casal de leões empalhados

Casal de leões Ranga e Maya já foi empalhado

A criação do Museu da Taxidermia, que o zoo de Mumbai pretende abrir em dois anos, é parte de um projeto de US$ 100 milhões (cerca de R$ 177 milhões).

Zoológicos de todo o país estão tomando iniciativa semelhante e enviando seus animais para o único centro de taxidermia – como é chamada a técnica de empalhamento – na Índia, em Mumbai.

O taxidermista Santosh Gaikward, que coordena o centro, diz que empalhar um animal de porte médio, como um leopardo, leva cerca de dois meses.

A taxidermia requer muita habilidade e envolve conhecimentos de anatomia animal, escultura e pintura, assim como na técnica de transformar em couro a pele de animais.

Entretanto, ambientalistas fazem ressalvas ao empalhamento de animais, alertando inclusive para o perigo de que a prática incentive o comércio ilegal de peles e carcaças de animais.

Debi Goenka, um ambientalista que estuda o desenvolvimento da taxidermia, lembrou que tradicionalmente esta prática milenar é usada para exibir animais caçados como troféus.

"Empalhar o corpo de um animal que viveu toda a sua vida no cativeiro é tripudiar", afirmou o ambientalista.

"Como os ministros e os burocratas do serviço público se sentiriam se fossem eles, e não os animais, os empalhados?"

Taxidermista indiano

Caixa automático troca dinheiro por ouro

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Um hotel em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, lançou um caixa automático que permite ao usuário comprar barras de ouro.

A máquina monitora a cotação do metal e oferece barras de até 10 gramas.

A ideia é de um empresário alemão.

"A função da máquina é simples. Você coloca dinheiro ou um cartão e retira o ouro," explica Thomas Geissler.

O valor do ouro atingiu um novo recorde na última quarta-feira, mais de US$ 1.245 por onça-troy (pouco mais de 31 gramas).

Divisão interna mantém América Latina afastada da UE, diz 'Economist'

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (AFP/Arquivo)

Revista diz que balança do poder global começa a pender para o Brasil

A sexta Cúpula União Europeia – América Latina e Caribe, que começa na próxima terça-feira em Madri, Espanha, é tema de um artigo na edição desta semana da revista britânica The Economist.

Para a publicação, a esperança da Espanha – que atualmente ocupa a Presidência rotativa da União Europeia – de que o encontro seja marcado por um “relançamento” das relações entre o bloco e a América Latina, deve continuar sendo uma “possibilidade distante”, assim como foi nas cúpulas anteriores.

Segundo a revista, entre os principais motivos estão as divisões internas da América Latina e a crise econômica que abala a Europa.

A falta de unidade dos latino-americanos já comprometeu o sucesso dos outros encontros, lembra a Economist. O artigo acrescenta ainda que o fato de os países europeus ainda estarem mais preocupados em sair da crise econômica, é outro fator que deve dificultar o estreitamento das relações.

Ao comparar o encontro da semana que vem com os anteriores, a revista ainda afirma que muita coisa mudou: “antes a Europa estava se expandindo e a América Latina em recessão. Agora acontece o contrário”. A Economist ressalta que enquanto a relação comercial do bloco latino-americano com a China vem crescendo rapidamente, as trocas entre Europa e o continente vem se dando num ritmo mais lento.

“Além disso, o balanço do poder global está começando a se mover para países como o Brasil”.

Neste contexto, a publicação afirma que houve uma “inclinação para a esquerda” na política externa brasileira antes das eleições presidenciais, e critica o governo Lula por ter se recusado a reconhecer o presidente de Honduras, Porfírio Lobo – “eleito em um pleito razoavelmente livre” – enquanto se reúne com o governo do Irã e é “amigável” com Cuba. "Mesmo que essas relações proporcionem um benefício comercial, elas contribuirão muito pouco para a formação de uma associação estratégica entre os dois continentes."

Afirmando que “as únicas certezas” durante a cúpula são as assinaturas de acordos comerciais entre União Europeia, Peru e Colômbia, a Economist afirma que, no entanto, as discussões entre o bloco e o Mercosul “não devem chegar a lugar nenhum”, principalmente devido à resistência da França e da Argentina.

Ao visitar Irã, Brasil 'desafia política externa dos EUA', diz Financial Times

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Lula chega à Rússia

Lula discutirá programa nuclear iraniano com presidente russo

Uma reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal britânico Financial Times avalia que o Brasil "desafia a política externa dos Estados Unidos" ao tentar mediar um diálogo com o Irã a respeito do programa nuclear iraniano.

O texto, publicado às vésperas da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital iraniana, Teerã, diz que a viagem se tornou o foco de "esforços diplomáticos intensos, em meio à esperança brasileira de encontrar um meio termo na disputa e temores americanos de que ele (Lula) possa complicar os esforços para chegar a uma resolução estabelecendo sanções nas Nações Unidas".

"As autoridades americanas reconhecem que a tentativa brasileira de seguir um caminho diplomático próprio – assim como esforços parecidos de outras 'potências emergentes', como a Turquia – são um novo desafio para a política externa americana", diz o FT.

O embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, disse ao jornal que "à medida que o Brasil se torna mais afirmativo globalmente e começa a afirmar sua influência, vamos trombar com o Brasil em novos temas – como o Irã, o Oriente Médio, o Haiti".

Ainda segundo o jornal, Shannon disse que, embora "positiva de uma maneira geral", esta postura brasileira "está nos desafiando porque significa que temos de repensar a forma como entendemos nosso relacionamento".

O programa nuclear iraniano deve fazer parte da agenda do encontro entre Lula e o presidente russo, Dmitri Medvedev, nesta sexta-feira. Os dois se encontram em Moscou, primeira escala neste giro de Lula pelo exterior.

A Rússia tem relutado em apoiar sanções internacionais contra o regime iraniano.

De outro lado, os EUA pressionam por esse tipo de medida. Na quinta-feira, o governo americano deu vários sinais feira de que espera que a visita de Lula ao Irã, no fim de semana, represente o último passo na busca de diálogo antes da aplicação de medidas duras.