sexta-feira, 3 de julho de 2009

Itália aprova lei que torna crime imigração ilegal

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Deputados de oposição protestam contra aprovação da lei

Deputados contra a lei: 'verdadeiros clandestinos são vocês', diz cartaz

O Parlamento italiano aprovou uma lei criminalizando a imigração ilegal e autorizando a criação de patrulhas de cidadãos para ajudar a polícia na tarefa de garantir a segurança pública.

De acordo com a lei, quem entrar ou permanecer ilegalmente no país será punido com uma multa que varia de 5 mil a 10 mil euros (cerca de R$ 13,5 mil a R$ 27 mil). Os que acolherem imigrantes ilegais – alugando quartos ou imóveis, por exemplo – poderão ser condenados a até três anos de prisão.

Segundo a nova lei, pais que quiserem registrar seus filhos na Itália devem provar que são residentes legais.

Além disso, a lei aumenta de dois para seis meses o período de permanência de imigrantes ilegais em centros temporários de detenção e expulsão.

As novas medidas, duramente criticadas por grupos de direitos humanos e pelo Vaticano, foram aprovadas na quinta-feira pelo Senado por 157 votos a favor e 124 contra. A Câmara de Deputados havia dado seu sinal verde para a legislação em maio.

Endurecimento

O pacote passa no Legislativo pouco depois da introdução de uma nova política que preve o envio de barcos com migrantes líbios de volta à Líbia antes que eles possam desembarcar na Europa e pedir asilo político.

Mais de 36 mil imigrantes chegaram às costas da Itália no ano passado – um aumento de cerca de 75% em relação ao ano anterior. O governo diz que muitos não têm condições de se sustentar, e afirma que o país não pode arcar com esses custos.

Críticos da legislação afirmam que o governo italiano está procurando evitar a entrada dos chamados “romas” ou ciganos.

O Vaticano afirmou que a nova política migratória “foca na questão criminal e deixa a integração completamente fora do quadro”

Patrulhas cidadãs

Outro ponto polêmico da nova lei é a autorização para o funcionamento de patrulhas de cidadãos.

No mês passado, o grupo de direita Guarda Nacional Italiana – que mereceu comparações com os fascistas de Benito Mussolini – formou-se com o propósito declarado de patrulhas as ruas.

Mas essa hipótese foi descartada pelo ministro do Interior, Roberto Maroni, que é membro do partido Liga do Norte, de plataforma antimigratória. Maroni foi um dos que costuraram a aprovação da lei no Parlamento.

O partido é um dos aliados na coalizão de direita do primeiro-ministro Silvio Berlusconi e trocou seu apoio ao premiê pela promessa de endurecimento das leis contra a imigração.

Estátua de mulher nua gigante adornará montanha na Inglaterra

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Northumberlandia

A Northumberlandia vai ser a maior escultura já realizada

Uma escultura gigante, representando uma mulher nua reclinada, será erguida na encosta de uma montanha na região de Northumberland, no norte da Inglaterra.

A obra, batizada de Goddess of the North (em tradução literal, Deusa do Norte) será composta de 1,5 milhões de toneladas de terra retiradas de uma mina na localidade de Shotton, perto da cidade de Cramington.

Após objeções iniciais levantadas pelas autoridades locais, o projeto foi autorizado e o desenho final da escultura, do artista Charles Jencks, foi revelado na quarta-feira.

A obra, conhecida também como Northumberlandia, terá 400 m de comprimento e 34 m de altura e usará resíduos gerados como consequência da atividade mineradora na região.

Autoridades ligadas ao turismo local deram boas vindas ao projeto, mas muitos protestaram.

Um deputado da região questionou a ideia de que (a escultura de) uma mulher nua feita do lixo produzido pela mina seja uma boa forma de atrair visitantes para a região.

Um porta-voz do Banks Group, empresa proprietária da mina, disse que a intenção por trás do projeto é tentar trazer à região benefícios associados à atividade mineradora

A Northumberlandia começa a ser esculpida no ano que vem. A obra, feita com o auxílio de escavadeiras, demorará cerca de um ano para ficar pronta.

Visitantes levarão em torno de 20 minutos para caminhar em torno da peça. Eles também poderão subir até o topo da escultura por meio de "ruas" abertar na obra.

OMS: 'Dispersão de gripe suína pelo mundo não pode ser contida'

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A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, durante abertura de fórum no México (AFP, 2/6)

Chan afirmou que a maioria dos casos de gripe suína é moderada

A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou, nesta quinta-feira, durante a abertura de um fórum internacional sobre gripe suína, no México, que a dispersão do vírus H1N1 pelo mundo “não pode ser mais contida”.

“Pelo que vemos hoje, com mais de 100 países registrando casos (da gripe), uma vez que uma pandemia de um vírus começa, sua dispersão internacional não pode ser contida”, disse Chan, durante a abertura do fórum, na cidade de Cancún.

Afirmando que os cientistas ainda possuem poucas informações sobre a nova gripe, Chan, no entanto, ressaltou que a maioria dos casos registrados até o momento tem sintomas moderados.

“A grande maioria dos pacientes tem sintomas leves e conseguem se recuperar totalmente em cerca de uma semana, muitas vezes sem qualquer tratamento médico”, afirmou.

Mesmo assim, segundo a diretora da OMS, é preciso acompanhar o desenvolvimento do vírus com atenção durante o inverno no Hemisfério Sul.

Ela ressaltou a importância da “vigilância” em relação ao desenvolvimento da doença, ao alertar que “constantes mutações são o mecanismo de sobrevivência do mundo microbiológico e, como todos os vírus de gripe, o H1N1 tem a vantagem do fator surpresa ao seu lado”.

Informação

Margaret Chan afirmou ainda que um dos grandes desafios durante a pandemia de gripe suína é manter a população informada, “sem causar alarmismo” e fazendo as pessoas entenderem “quando não precisam se preocupar e quando realmente precisam de cuidados médicos urgentes”.

Segundo ela, alguns grupos – como gestantes e pessoas com problemas médicos anteriores – correm mais riscos de desenvolver casos graves da doença.

“Mas há algumas exceções que devem ser foco de atenção. Por razões que são pouco conhecidas, algumas mortes estão ocorrendo entre pessoas jovens e saudáveis. Alguns pacientes apresentam uma deterioração clínica rápida, levando a uma pneumonia viral severa, com risco de morte”.

Chan ainda reafirmou a posição da OMS de que restrições a viagens a países afetados “não têm propósito”.

“Isto (as restrições a viagens) não protege o público, não contém o surto, e não previne a dispersão internacional da doença”, afirmou.

Mediterrâneo é mais vulnerável a tsunamis do que Índico, diz estudo

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Praia em Fuengirola, Espanha

Milhões de pessoas moram ou passam férias no litoral do Mediterrâneo

Um relatório divulgado nesta segunda-feira destaca que a costa do Mar Mediterrâneo é mais vulnerável a tsunamis do que o Oceano Índico, onde uma onda gigante deixou mais de 300 mil mortos em 2004.

O documento, intitulado Relatório dos Desastres Mundiais, foi elaborado pela Federação Internacional das Sociedades Cruz Vermelha e Crescente Vermelho (IFRC, na sigla em inglês).

Segundo o relatório, milhões de pessoas que moram ou passam férias no litoral do Mediterrâneo estão correndo o risco de serem atingidas por tsunamis.

Apesar da vulnerabilidade da região, o documento ressalta que a costa do Mar do Mediterrâneo não possui um sistema de alerta para tsunamis e que um forte terremoto submarino na região poderia ter conseqüências graves.

"Com 140 milhões de pessoas vivendo nas áreas costeiras, um grande número de turistas e uma alta densidade populacional em partes do Mediterrâneo, um grande tsunami poderia ter consequências devastadoras", diz o relatório.

"Há um grande esforço sendo feito no sentido de instalar rapidamente as partes técnicas de um sistema de alerta de tsunamis, mas o avanço está sendo lento e há limitações na sua abrangência", afirma o documento.

'Pior ano'

O relatório destaca ainda que o ano de 2008 foi o segundo pior no total de vítimas de desastres naturais, superado apenas por 2004, ano do tsunami no Oceano Índico.

No ano passado, 138.336 pessoas morreram ou foram dadas como mortas por causa do ciclone Nargis, em Mianmar, enquanto outras 87.476 morreram no terremoto de Sichuan, na China.

O documento ressalta também que milhões de pessoas foram atingidas por enchentes e secas ao redor do mundo em 2008.

Aquecimento está encolhendo ovelhas na Escócia, diz estudo

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Ovelhas Soay. Foto: A.Ozgul/ Science

As ovelhas Soay estariam diminuindo de tamanho

Uma pesquisa britânica sugere que o aquecimento global está causando o encolhimento de um tipo de ovelha selvagem na Escócia.

Os pesquisadores do Imperial College, em Londres, vinham estudando, desde 1985, a ovelha Soay, comum na ilha de Hirta, no arquipélago remoto de St.Kilda.

Em 2007, os cientistas divulgaram que o tamanho dos animais havia diminuído em média 5% - as pernas ficaram menores e o peso do animal teria caído.

No estudo, publicado na edição desta semana da revista científica Science, os pesquisadores explicam que esse fenômeno estaria relacionado com a mudança climática, já que os invernos menos rigorosos estariam ajudando ovelhas menores a sobreviver, resultando no que os cientistas chamam de uma “redução paradoxal de tamanho”.

“No passado, apenas as ovelhas e bezerros maiores e mais saudáveis que haviam acumulado peso durante o primeiro verão poderiam sobreviver ao inverno rigoroso de Hirta”, disse Tim Coulson, que coordenou o estudo.

Ele explica que, por conta do aquecimento global, o capim para alimentação dos animais está disponível por um período maior de tempo nas ilha.

“As condições de sobrevivência não são tão desafiadoras – até mesmo as ovelhas que crescem mais lentamente têm a chance de sobreviver, e isso significa que animais menores estão se tornando cada vez mais predominantes na população”, disse Coulson.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores usaram uma fórmula criada pelo teórico evolucionista George Price para prever como um traço físico, como o tamanho do corpo, por exemplo, poderia mudar de uma geração para a outra.

Com base nessas informações, os cientistas puderam “reformular a equação” de Price e usá-la para descobrir o impacto de fatores externos no tamanho das ovelhas.

O grupo identificou que o meio ambiente local tinha um impacto maior nos animais do que a pressão evolutiva para aumentar de tamanho.

Mãe jovem

O grupo de cientistas também identificou que as ovelhas mais jovens tendem a dar à luz a bezerros menores – um fenômeno chamado por eles de “efeito da mãe jovem”.

Coulson afirma que esse fenômeno, combinado com as mudanças no meio ambiente “suprimiu o que poderíamos esperar da seleção natural”.

Os cientistas acreditam que o tamanho das ovelhas continuará diminuindo no futuro.

“O próximo passo será ampliar nossa descrição sobre uma mudança que ocorreu no passado para um modelo de projeção”, disse Coulson.

Ele conclui que ainda é cedo para afirmar se o tamanho dos animais irá reduzir tanto que as ovelhas poderão “caber no bolso” dentro de 100 anos.