sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Raposa-voadora pode ser extinta até 2015 na Malásia, diz estudo

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Cientistas estão pedindo ao governo da Malásia para proibir a caça de um dos maiores morcegos do mundo, o Pteropus vampyrus, conhecido como raposa-voadora.

Os pesquisadores dizem que a espécie vai desaparecer da península malaia se o atual nível de caça continuar. Segundo eles, cerca de 22 mil animais são caçados legalmente a cada ano e muitos outros são mortos na clandestinidade.

Em artigo na publicação científica Journal of Applied Ecology, Jonathan Epstein, da organização ambientalista internacional Wildlife Trust, e seus colegas dizem que a espécie pode estar extinta na região já em 2015.

O Pteropus vampyrus pode ter asas com até 1,5 metro de envergadura e são cruciais para os ecossistemas da floresta tropical nessa parte da Ásia.

"Eles comem frutas e néctar e, ao fazer isso, derrubam sementes no solo e polinizam as árvores. Então eles são cruciais para a propagação das plantas da floresta tropical", disse Epstein à BBC.

As estimativas mais otimistas indicam que a população de morcegos da espécie Pteropus vampyrus na península malaia gira em torno de 500 mil animais.

Caçada

As raposas-voadoras são caçadas no país para alimentação, remédios e esporte. Os caçadores começam a busca pelos animais ao anoitecer, enquanto os morcegos saem para sua própria caçada noturna.

Os pesquisadores fizeram cálculos e chegaram à conclusão que, se as atuais taxas de caçada continuarem inalteradas, serão necessários entre seis e 81 anos para que os morcegos sejam caçados até a extinção.

Os cientistas pesquisaram e coletaram informações do governo da Malásia a respeito das licenças de caça e usaram um programa de computador para prever o destino dos animais de acordo com as variações das taxas de morte e uma série de estimativas da população atual.

Esta foi a primeira vez que a técnica de monitoramento por satélite foi usada para rastrear morcegos na Ásia. O método é geralmente usado para rastrear aves - seu uso para estudar mamíferos é mais raro.

Os pesquisadores capturaram morcegos e colocaram colares em seus pescoços antes de libertá-los. Cada colar enviava um sinal de satélite que permitia que os cientistas rastreassem o animal com ajuda de computadores.

A equipe descobriu que os animais viajavam até 60 km por noite em busca de alimentos.

Revisão da lei

As raposas-voadoras são protegidas na Tailândia, país vizinho da Malásia, e partes da Indonésia.

"Acreditamos que isto mostra a necessidade de um gerenciamento coordenado para a proteção nos países onde estes morcegos vivem. Está claro agora que eles não são apenas morcegos malaios, eles passam parte do tempo na ilha de Sumatra (Indonésia), na Tailândia e na Malásia", afirmou Epstein.

Os departamentos de proteção à vida selvagem da Malásia foram parceiros do estudo e estão analisando uma revisão nas leis de caça devido aos resultados mostrados pelos cientistas.

Epstein e sua equipe recomendaram a implantação de pelo menos uma proibição temporária à caça para permitir que a população de morcegos se recupere e dê aos cientistas mais tempo para uma análise mais ampla das ameaças à sobrevivência dos animais na península malaia.

Britânicos defendem uso de árvores artificiais para reduzir carbono

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Cientistas britânicos afirmam que o método mais prático e barato de reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera é o uso de árvores artificiais.

Em um relatório publicado nessa semana pela Instituição Britânica de Engenheiros Mecânicos, os engenheiros afirmam que por US$ 20 mil (R$ 37mil), uma única árvore artificial poderia remover o CO2 emitido por 20 carros.

A Instituição afirma que outros métodos potenciais, como o uso de espelhos defletores no espaço são pouco práticas e demasiadamente caros para serem implementados.

Segundo os engenheiros, as árvores artificiais, que medem cerca de 12 metros de altura, ainda são um protótipo, mas quando finalizadas, poderiam ser instaladas ao lado de rodovias ou perto de turbinas de ar no mar.

As árvores trabalham capturando o CO2 do ar através de um filtro. Depois disso, o carbono seria removido e armazenado. O relatório sugere ainda que novas tecnologias para armazenagem de CO2 continuem a ser desenvolvidas em paralelo ao projeto das árvores.

Uma das sugestões dos cientistas é que o CO2 capturado pelas árvores artificiais poderia ser liquefeito e enterrado no subsolo, talvez em antigos poços de petróleo.

“As árvores artificiais já estão no estágio de protótipo e o design já está avançado em termos de automação e dos componentes que serão usados”, disse à BBC Tim Fox, principal autor do documento.

De acordo com ele, as árvores podem ser produzidas em massa em pouco tempo.

Opções

Árvores artificiais

O carbono capturado poderia ser armazenado em poços no mar

A equipe de engenheiros sugeriu ainda outro método para capturar carbono – a instalação do que chamam de “fotobiorreatores de alga” nos prédios.

Segundo os cientistas, os fotobiorreatores seriam recipientes transparentes que contêm algas que poderiam remover o carbono da atmosfera durante a fotossíntese.

O relatório cita ainda um terceiro método, que se concentra na redução da radiação solar pela reflexão da luz do Sol de volta ao espaço. De acordo com o documento, o modo mais fácil de adotar esse método seria instalar telhados refletores nos prédios.

Os engenheiros afirmam que os três métodos sugeridos no relatório foram escolhidos porque são tecnologias de baixo consumo de carbono e não aumentam ainda mais o problema das emissões.

Além disso, eles afirmam ainda que as três opções são práticas e possíveis com o uso da tecnologia já disponível.

Geoengenharia

Apesar disso, o grupo ressalta que os métodos ainda precisam de pesquisas e estudos.

Para isso, o grupo pediu ao governo britânico um investimento de 10 milhões de libras (cerca de R$ 30,5 milhões) que seriam destinados à análise sobre a eficácia, os riscos e os custos dos projetos de geoengenharia.

“Acreditamos que a geoengenharia prática que estamos propondo deva ser adotada e se torne parte de nossa paisagem em cerca de 10 ou 20 anos”, disse Fox.

De acordo com ele, porém, a geoengenharia não deve ser vista como única opção para o combate ao aquecimento global.

Policiais de uma região de Londres encontraram uma forma original para encorajar os motoristas a defenderem seus pertences de ladrões - eles mesmos 'f

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Um mergulhador australiano da modalidade freedive (ou mergulho livre) atravessou a nado, pela primeira vez, a mais longa caverna oceânica da Austrália apenas com o oxigênio que reteve em seus pulmões, em campanha para salvar um espécie de tubarão ameaçada.

O australiano Mike Wells, de 39 anos, percorreu os 120 metros de comprimento da Fish Rock Cave, no sudeste da Austrália - uma abertura escura submersa - em apenas 2 minutos e 40 segundos.

A caverna está a profundidades de 24 metros a 14 metros.

Wells é um profissional experiente, que mergulha há 19 anos. Ele disse à BBC Brasil que precisou treinar "o corpo e a mente" para cumprir a prova. "Condicionamento físico é chave para (controlar) a respiração e o uso de oxigênio pelo corpo, então eu ando de mountain bike e pratico surf quase todos os dias. Eu treino na piscina, com voltas alternadas de 100 metros nado livre e de peito."

O mergulhador disse que também nada debaixo d'água e faz treinamento para alta tolerância de gás carbônico e baixa de oxigênio. Já a preparação mental inclui relaxamento.

Mike Wells (Foto: Cortesia de www.silkephoto.com.au)

Mike Wells disse que teve que se preparar física e mentalmente para a prova (Foto: Cortesia de www.silkephoto.com.au)

Ele enfrentou o desafio de atravessar a caverna submersa em apoio à campanha da Sociedade Australiana para a Preservação Marinha (AMCS, na sigla em inglês) para proteger locais como a Fish Rock Cave, que é um habitat importante para o tubarão-touro que, segundo a organização, está ameaçado de extinção.

Relaxamento

Wells teve que nadar no território desses animais ao cruzar a caverna, e manter-se calmo para fazer o oxigênio dos pulmões durar o maior tempo possível.

O mergulhador contou à BBC: "Eu usei toda a minha força mental para ficar totalmente calmo enquanto respirava para o mergulho. Antes de mergulhar eu ensaiei mentalmente todos os estágios do mergulho. Quando eu inspirei o ar pela última vez, eu estava concentrado na caverna e nada mais. "

"Eu ouvi meu batimento cardíaco ficar mais lento. Na medida em que a caverna ficou mais escura em comparação à entrada, eu relaxei ainda mais pois não havia muito estímulo visual. As criaturas que moram na caverna se tornaram o meu foco para nadar - tubarões, lagostas e tartarugas. Lá é lindo."

Mas Wells passou momentos de perigo. Ele disse que quando atravessava uma parte estreita da caverna a sua monofin (pé de pato especial) ficou presa na rocha e o outro mergulhador que o acompanhava por segurança, seu filho Jeremy, libertou-o em cerca de cinco segundos.

Wells disse à BBC Brasil que recomenda a prática de freedive para quem gosta do oceano e respeita o mar. Recomenda a quem quiser tentar feitos com o dele fazer um curso para a modalidade, obter as informações adequadas, aprender as técnicas de respiração.

"Este esporte pode dar a você uma vida inteira de aventura. (A superfície) O planeta é composta por 71% de água, então vá lá e explore."

Mas o ousado mergulhador tem sempre a segurança em mente. Ele faz questão de aconselhar os aspirantes a freediving a nunca entrem na água sozinhos. "Sempre mergulhe com um amigo ou companheiros de mergulho - é muito importante lembrar isso."

Policiais 'furtam' artigos deixados em carros para alertar donos

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Policiais de uma região de Londres encontraram uma forma original para encorajar os motoristas a defenderem seus pertences de ladrões - eles mesmos 'furtam' objetos deixados dentro de carros destrancados e deixam um bilhetinho para dono informando em que delegacia podem ser encontrados.

Bolsas, computadores laptop e navegadores GPS deixados em veículos estacionados em Richmond são alvo para a polícia. A nova iniciativa, lançada no mês passado, está sendo testada nesse um subúrbio da capital britânica, antes de adotada em toda a cidade.

Até agora, a polícia usou a tática original em 26 veículos. Em 25 casos, os donos receberam apenas o bilhetinho alertando para a falta de segurança. Em apenas um caso foi retirado um objeto. O superintendente da polícia, Jim Davis, disse que até agora não recebeu "nenhuma queixa" sobre a nova tática.

Segundo Davis, a iniciativa, lançada no mês passado, não chega a ser uma violação da lei, mas admitiu: "Tecnicamente, nós estamos invadindo o veículo mas não estamos cometendo um crime. É um dever proteger a propriedade (das pessoas)."

O advogado Orlando Pownall, que vive no bairro, disse que a tática pode acabar em processo contra a polícia: "Pode haver uma ação se uma pessoa provar que sofreu prejuízo por causa da entrada não autorizada (no veículo)."

"A polícia precisa se certificar de que as informações contidas em um computador ou telefone celular (retirados pela polícia) não sejam acessadas, e manter os objetos em um lugar seguro."

Em 2008, foram registrados em Richmond 1,3 mil furtos em carros - 220 de navegadores GPS - e o índice aumentou 40% em julho. Segundo Davis, 21% dos crimes ocorreram em carros que não estavam trancados, pois não havia sinal de fechadura forçada.

O policial britânico ressalta que a tática de choque era necessária. "Nós não queremos pegar os pertences de uma pessoa pois isso implica em um monte de burocracia e amolação para nós, mas nós estamos fazendo isso para garantir que as pessoas assumam a responsabilidade por seus objetos de valor."