sexta-feira, 2 de abril de 2010

Companhia aérea deverá indenizar por violação de bagagem

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A Ibéria Líneas Aéreas de España S.A. deverá indenizar em R$ 11.348,00, a título de danos materiais e morais, uma passageira pela entrega de bagagem violada e extravio de diversos produtos que estavam dentro da mesma. A decisão unânime é da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que manteve inalterada sentença de Primeiro Grau. A turma julgadora entendeu que como ocorreu o extravio de bagagem, por culpa da empresa, o dano moral não necessita de prova, competindo ao ofendido apenas demonstrar a conduta do ofensor e que dela adveio o dano alegado, como ocorreu no caso em questão (Apelação nº 66498/2009).

Conforme os autos, após desembarcar em São Paulo em um vôo proveniente de Madrid, na Espanha, a apelada verificou que sua bagagem teria sido violada e alguns objetos extraviados. Ela teria imediatamente procurado a empresa ainda no aeroporto e reclamado, quando teria sido informada que os mesmos haviam sido furtados por funcionários da empresa em Madrid. Após várias tentativas de acordo, nada teria sido resolvido.

A companhia aérea alegou que não teria restado comprovado nos autos os danos materiais que a apelada alegou ter sofrido. Sustentou também que os problemas ocorridos com a bagagem não teriam acarretado reparação moral, por se tratar de mero aborrecimento. Contudo, para o relator do recurso, desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, não havia dúvidas quanto ao valor correspondente aos danos materiais, pois restou demonstrado o devido pelas notas fiscais acostadas aos autos.

Já com relação ao dano moral sofrido pela apelada, o magistrado explicou que restaram comprovados os elementos subjetivos para ensejar a responsabilidade civil, como a conduta dolosa ou culposa da apelante, hábil a provocar o dano. A conduta dolosa, de acordo com o magistrado, foi praticada pela empresa aérea “por não ter entregue a bagagem incólume, e os danos sofridos condizem com a conduta praticada e os seus reflexos”, pontuou. O entendimento do magistrado foi acompanhado pelo desembargador Sebastião de Moraes Filho (vogal) e pelo juiz convocado Mário Roberto Kono de Oliveira.

Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT
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Automóvel pode ficar até R$ 2.000 mais caro com volta do IPI

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Após 15 meses, terminou ontem o último incentivo fiscal para a compra de carros, e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos modelos flex (bicombustíveis) foi elevado. Para os carros 1.0, a alíquota sobe de 3% para 5% a partir de hoje. Já nos veículos com motorização entre 1.0 e 2.0, o imposto passa de 7,5% para 11%.

Com a elevação da carga tributária, a expectativa é que os preços desses veículos tenham um reajuste entre R$ 800 e R$ 2.000, de acordo com concessionários. Hoje, algumas montadoras devem começar a divulgar as novas tabelas.

Para o diretor-superintendente da consultoria Jato Dynamics, Luiz Carlos Augusto, é possível que haja aumentos ainda maiores, depois da onda de descontos que marcou os últimos 15 meses de vigência do IPI reduzido. `Agora, com as tabelas novas, é provável que as montadoras queiram recompor suas margens.`

Mas, no curto prazo, ainda não há certeza de como os preços irão se comportar, ressalta o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze. `É difícil prever o que vai acontecer porque isso depende de uma decisão individual de cada montadora.`

Segundo o consultor Vitor Meizikas, da Molicar, empresa especializada no mercado automotivo, foi `feito muito alarde sobre aumento de preços, mas, por conta da concorrência acirrada entre as empresas, não será fácil repassar a alta do IPI`.

A redução do imposto foi anunciada pelo governo em dezembro de 2008 como medida para contornar a crise global, que secou o crédito e derrubou as vendas do setor automotivo, provocando demissões em massa. Inicialmente, a medida duraria três meses, mas foi prorrogada três vezes.

Em novembro de 2009, nas vésperas da conferência sobre o clima em Copenhague, o governo decidiu manter os benefícios para os modelos flex, enquanto retirava a redução do tributo para veículos a gasolina.

Balanço
Durante a vigência do IPI reduzido, foram os segmentos de carros 1.0 e 2.0 que tiveram melhor desempenho no mercado, com com aumento de 15% das vendas no período entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2010 -na comparação com os 14 meses imediatamente anteriores-, de acordo com levantamento da Jato Dynamics. Os licenciamentos de veículos 1.6 cresceram 3,28%, enquanto os com motor 1.8 recuaram 1,57%.

`Com a redução do imposto, os consumidores que tinham orçamento para pagar por um carro 1.8 preferiram pular para o 2.0. E, ao mesmo tempo, entraram novos consumidores no mercado em busca de carros populares`, disse Augusto.

Tarifas avulsas de bancos sobem acima da inflação após regulação, revela Idec

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SÃO PAULO – A maioria das tarifas avulsas sofreu reajuste acima da inflação, após entrarem em vigor as novas regras sobre as cobranças bancárias, revelou uma pesquisa realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

A entidade acompanhou a evolução de 30 tarifas bancárias, dos dez maiores bancos, durante o período de abril de 2008 até fevereiro deste ano.

O resultado foi que, em 21 dos casos, os reajustes das tarifas superaram a inflação de 9,88% do período, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Reajustes
O único banco pesquisado que não reajustou nenhuma das tarifas avulsas dos serviços prioritários foi a CEF ( Caixa Econômica Federal). Por outro lado, o que mais promoveu ajustes foi o Banrisul, com 10 aumentos acima da inflação.

As reduções de tarifas, por sua vez, ocorrem mais em bancos que passaram por fusões e aquisições no período entre 2008 e 2009, como o Real, que diminuiu 20 tarifas, e o Santander, que reduziu o valor de 15 tarifas.

O maior reajuste verificado foi em fornecimento de folhas de cheques, com um aumento de 328,57%, de R$ 0,35 para R$ 1,50 no Banco do Brasil. O reajuste é mais de trinta vezes maior do que a inflação do período.

De acordo com o Idec, o mais importante é que o consumidor faça sua escolha de acordo com seu perfil de uso da conta-corrente. Se ele necessita sempre de serviços adicionais ao pacote que possui, então convém notar que as tarifas cobradas pelos bancos para serviços bastante utilizados, como um mero extrato mensal adicional, podem variar até 231% - de R$ 1,30 no Itaú a R$ 4,30 no HSBC.

Ao final do mês, pode haver uma diferença grande nas tarifas incidentes na conta-corrente, caso a cesta de serviços escolhida seja inadequada.

Endividados: 73% dos consumidores possuem dois ou mais carnês em atraso

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SÃO PAULO – É crescente o número de consumidores endividados por mais de um carnê em atraso. Em março de 2009, a maioria (53%) das pessoas que recorreram ao Serviço Central de Proteção ao Crédito da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) tinha apenas um carnê atrasado, contra 47% dos que possuíam dois ou mais.

Em março de 2010, no entanto, a história se inverteu: 27% dos entrevistados têm apenas um carnê vencido, enquanto 73% possuem dois ou mais títulos em atraso.

Cheques
Os cheques pré-datados também têm aumentado a participação nas dívidas dos inadimplentes. Eles representavam 83% dos cheques em atraso, enquanto 17% eram à vista. Já em março deste ano, os cheques pré-datados chegaram a 88% do total de cheques em atraso, frente a 12% à vista.

A ACSP destaca que, conforme dados do Banco Central, o menor uso do cheque tem reduzido a sua inadimplência no total do número de cheques compensados para menos de 2%.

Ainda de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP com 830 pessoas, 39% dos consumidores endividados tinham carnês de lojas em atraso em março deste ano, contra 34% no mesmo mês do ano passado.

Os cheques representam 16% dos endividamentos – em 2009, eles eram 18%.