sexta-feira, 5 de março de 2010

BBC registra imagem de espécie rara de elefante na África

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O filme foi produzido em uma reserva natural na República Centro-Africana

Um novo documentário da BBC exibe imagens e revela detalhes sobre a vida de um dos animais terrestres menos conhecidos do planeta: o elefante das florestas na África Central.

Poucos destes enormes mamíferos já foram vistos, e ninguém sabe ao certo quantos existem no planeta – a espécie Loxodonta cyclotis foi descoberta há apenas alguns anos, até então acreditava-se ser uma subespécie do elefante africano.

Para desvendar os mistérios desses elefantes, cientistas da universidade de Cornell, nos Estados Unidos, passaram meses escutando os sons que eles fazem na Área de Conservação de Kakum, em Gana.

No início de março, os cientistas publicaram os resultados dessa pesquisa acústica, que descobriu a presença de entre 294 e 350 animais na região.

No documentário Forest Elephants: Rumbles in the Jungle, que vai ao ar na Grã-Bretanha nesta quinta-feira, os mesmos cientistas que participaram deste estudo se juntam à especialista em elefantes Andrea Turkalo para escutar elefantes da floresta na República Centro-Africana.

Escuta de elefantes

Como parte do Projeto de Escuta de Elefantes, o trabalho da equipe é abrir uma janela na vida destes animais.

Os elefantes da floresta são menores do que os os elefantes africanos mais comuns (Loxodonta africana) - cerca de 50 cm mais baixos, em média, para fêmeas de 2 metros e machos de 2,4 metros.

As orelhas destes elefantes também são mais arredondadas, e o marfim é mais rosado, e muito valioso.

Por isso, a espécie é muito visada por caçadores. O perigo é ainda mais patente por causa do fácil acesso a armas na África Central, após décadas de conflitos armados.

No entanto, o habitat em que os elefantes vivem dificulta o seu estudo científico. Além disso, eles vivem em grupos menores do que os seus primos mais altos.

A especialista Andrea Turkalo estuda estes elefantes há 20 anos e conta com a ajuda de alguns pigmeus Ba'Aka para localizá-los.

Mesmo assim, grande parte das observações de Turkalo foram ralizadas em Dzanga Bai, uma espécie de santuário no coração da floresta da República Centro-Africana.

Neste local, podem ser vistos até 140 elefantes em um só dia. Ao longo das décadas, Turkalo já identificou 4 mil indivíduos e produziu os primeiros dados detalhados sobre a vida da espécie.

Além do som dos elefantes, os cientistas capturaram sons de serras elétricas, veículos e tiros no parque em Gana.

Zoo rejeita castração de Knut, que terá nova namorada

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Knut e a 'namorada' Giovanna (Foto: AFP)

Knut e a 'namorada' Giovanna vivem no zoo de Berlim

A prometida história de amor entre o urso Knut e sua parceira Giovanna não terá o final romântico feliz que muitos esperavam, pois o casal será separado no próximo outono europeu.

A boa notícia para os fãs do urso é que o zoo de Berlim rejeitou o pedido para que o urso fosse castrado, feito nesta semana pela organização de defesa de direitos de animais Peta.

Knut e Giovanna são primos de primeiro grau, pois descendem de um mesmo avô, o urso Olaf. A organização temia que a relação incestuosa dos dois pudesse gerar descendentes com problemas genéticos e ameaçar os programas de reprodução da vulnerável população dos ursos em cativeiro.

“Os fãs do Knut precisam entender que apenas sua castração permite a convivência com Giovanna”, disse Frank Albrecht, especialista da Peta à revista alemã Focus. Qualquer outra solução “aceleraria o inevitável fim da população dos ursos em cativeiro”, disse Albrecht.

A Peta causou uma onda de indignação quando pediu, em 2007, que o filhote Knut fosse sacrificado porque a educação por mão humana seria prejudicial para o animal.

Separação

O zoológico Hellabrunn, em Munique, dono de Giovanna, confirmou que a ursa terá que retornar às suas dependências para fazer parte do seu programa de reprodução de ursos.

Giovanna tinha sido emprestada ao zoológico de Berlim, onde vive Knut, durante o período de reformas do cercado de ursos no zoológico de Munique, planejado para durar nove meses.

A notícia da partida de Giovanna decepcionou vários fãs do famoso urso polar e que se encantaram com as imagens dos dois animais brincando e ‘namorando’.

Knut virou um fenômeno mundial de mídia a partir de março de 2007, quando era apenas um filhote que tinha sido rejeitado pela mãe e que estava seria criado por funcionários do zoológico.


Giovanna chegou ao zoo de Berlim em setembro de 2009, e ambos eram vistos – e fotografados – constantemente juntos. Como eram apresentados pela mídia como ‘namorados’, não demorou para que surgissem especulações de que o zoo pudesse estar negociando uma possível aquisição definitiva da ursa – o que acabou não ocorrendo.

Os dois animais ainda não atingiram a maturidade sexual, que se dá aos quatro anos de idade. Knut tem pouco mais de três anos e o zoológico de Berlim terá que procurar uma nova parceira para ele.

Igreja cria curso na Itália para sogra não interferir em vida de casal

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Casal discutindo (Jeff Overs / BBC)

Interferência da sogra é citada como uma das principais causas de divórcios

Com a finalidade de prevenir crises conjugais, uma arquidiocese italiana decidiu abrir um curso na cidade de Udine, no norte da Itália, para ensinar sogros e sogras a não interferir na vida de casal de seus filhos.

O curso - chamado "Famílias em diálogo, como ser pais eficientes com filhos que vivem a experiência de casal" - é organizado pela arquidiocese da região de Friuli e financiado pela prefeitura de Udine.

Serão três aulas, uma vez por semana, a começar nesta sexta-feira. O curso é gratuito, e sogros e sogras podem participar individualmente ou em casal.

Durante os encontros, psicólogos vão ensinar os sogros a não se intrometer demais na vida familiar de seus filhos e a auxiliar na criação dos netos, respeitando as escolhas dos pais.

De acordo com os organizadores do curso, as intromissões de sogros e sogras desencadeiam discussões entre pais e filhos e sobretudo entre os sogros e os cônjuges de seus filhos, o que muitas vezes leva à dissolução de relações que pareciam sólidas.

A arquidiocese diz que o curso, que ainda será levado para outras cidades italianas, pretende ajudar os sogros a discutir seus problemas e a se colocar em seu devido lugar no âmbito familiar.

Causa de divórcio

Segundo pesquisas citadas pelos organizadores do curso, a intromissão dos pais na vida dos filhos casados é uma das principais causas de divórcio na Itália.

"Estudos evidenciam claramente que ao menos três em cada dez casamentos entram em crise por causa dos sogros. Em algumas regiões, essa proporção chega a 50%", diz o padre Giuseppe Faccin, responsável pela pastoral da família da arquidiocese de Udine.

Os dados divulgados pelo sacerdote são confirmados pela associação italiana dos advogados especializados em divórcios. A intromissão de sogros seria tão grave quanto a infidelidade conjugal, segundo a entidade.

O organismo calcula que cerca de 30% das separações judiciais ocorrem por causa dos sogros. As relações mais problemáticas seriam com as mães dos maridos, que muitas vezes entram em competição com as noras.

"Educar um sogro, ou mais frequentemente uma sogra, significa antes de mais nada recuperar a relação dele com seu próprio cônjuge", afirmou Faccin ao jornal Messaggero Veneto, de Udine.

Na avaliação do padre, com o casamento dos filhos, os pais precisam encontrar seu próprio equilíbrio como casal.

Segundo Faccin, após muitos anos dedicando-se à prole, a relação do casal enfraquece e os pais acabam se debruçando novamente sobre os filhos, mesmo quando eles já se casaram e geraram suas próprias crianças.

"(Os sogros) Deveriam aprender a ser avós e a deixar de se intrometer nas escolhas educativas dos filhos", afirma o sacerdote.

Sensação de juventude pode afetar longevidade, diz estudo

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Cientistas querem descobrir porque as pessoas se sentem mais jovens

Cientistas americanos afirmam que a idade que a pessoa sente ter pode afetar o processo de envelhecimento, de acordo com um estudo publicado na revista especializada americana Journal of Gerontology: Social Sciences.

Pesquisadores da universidade de Purdue dizem que a idade cronológica importa, mas a "própria interpretação da sua idade" tem consequências ainda mais duradouras.

"Se você se sente mais velho do que a sua idade cronológica, provavelmente vai experimentar várias das desvantagens associadas ao envelhecimento", afirma Markus Schafer, que coordenou a pesquisa.

Por outro lado, Schafer diz que aqueles que são mais velhos, mas tem a sensação de serem mais novos, "têm vantagens para manter várias das habilidades que se valoriza".

Pesquisa nacional

Schafer e a coautora do estudo, Tetyana Shippee, compararam a idade cronológica e a idade subjetiva de diversos indivíduos para determinar qual delas tem maior influência sobre as suas capacidades cognitivas.

Quase 500 pessoas com idades entre 55 e 74 anos foram entrevistadas sobre envelhecimento em 1995 e em 2005 pela Pesquisa Nacional sobre Desenvolvimento na Meia Idade nos Estados Unidos.

Na primeira etapa, em 1995, a maioria das pessoas respondeu se sentir 12 anos mais nova do que realmente era, ao ser perguntada sobre que idade sentiam ter na maior parte do tempo.

"Descobrimos que essas pessoas que se sentiam jovens para a própria idade tinham mais chances de ter uma segurança maior sobre as suas capacidades cognitivas uma década mais tarde", afirma Schafer.

O especialista em gerontologia admite, no entanto, não saber o que vem primeiro: se o bem estar e a felicidade da pessoa afeta as suas capacidades cognitivas ou se as capacidades cognitivas é que afetam a sensação de bem estar.

"Estamos planejando descobrir isso em um futuro estudo", acrescenta.

Implicações

Para Schafer, as descobertas do seu mais recente estudo tem implicações positivas e negativas, já que há muita pressão da sociedade para as pessoas ficarem jovens por cada vez mais tempo.

Por isso, quando inevitavelmente envelhecem, as pessoas podem perder a confiança em suas capacidades cognitivas.

"Por outro lado, por causa desse desejo de se manter jovem nos Estados Unidos, podem existir benefícios em tentar manter uma sensação de jovialidade ao se manter informado sobre as últimas tendências e atividades que revigoram."

O pesquisador diz ainda que aprender a dominar novas tecnologias pode ser outra forma de continuar a melhorar a capacidade cognitiva.

Estudos anteriores indicavam que as mulheres são mais suscetíveis a estereótipos relativos à idade. Por isso, a expectativa era que elas fossem se sentir mais velhas do que os homens e menos confiantes.

No entanto, de acordo com a nova pesquisa, a diferença, embora exista, "não foi tão significativa quanto se esperava".