sábado, 27 de junho de 2009

Norte-americanos devem quase seis Petrobras aos cartões de crédito

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Dívida é de US$ 931 bilhões. Crédito provocou inadimplência recorde.
Crise pode retardar retomada do crescimento do país, dizem analistas.

Em meio à mais grave crise econômica das últimas décadas, o “calote” nos cartões de crédito atingiu níveis recordes nos Estados Unidos.

Juntos, os americanos devem às operadoras de cartões US$ 931 bilhões, segundo a Credit.com, empresa que faz avaliação de crédito nos EUA. A cifra é quase seis vezes o valor de mercado da Petrobras, a maior empresa brasileira.

Há hoje em circulação nos EUA, segundo Adam Levin, presidente da Credit.com, cerca de 800 milhões de cartões – uma média de seis para cada cliente do sistema (para efeito de comparação, no Brasil há cerca de 128 milhões de cartões).

“É muito cartão de crédito”, aponta o executivo. Com números tão altos, as empresas projetam perdas de US$ 90 bilhões este ano em dívidas que já não têm esperança de receber.

No mês passado, a dívida média dos americanos com o cartão de crédito chegou a US$ 7,3 mil. Consequência, dizem os analistas, da irresponsabilidade tanto das administradoras quanto dos consumidores.

“As empresas emprestaram irresponsavelmente, os consumidores gastaram irresponsavelmente, todo mundo estava acreditando que amanhã seria ainda melhor do que hoje. E aí tivemos a virada, o desemprego, e esse cenário mudou”, explica Levin.

Histórico

A crise dos cartões de crédito é a última – pelo menos até agora – etapa do colapso da economia americana.

Mas sua origem está, segundo os analistas, na baixa taxa básica de juros praticada no país (a ‘Selic’ dos EUA), que levou as empresas do setor a expandir o crédito a níveis considerados exagerados para garantir seus lucros.

“O que provavelmente aconteceu é que houve uma leve indução dos bancos. Eles socaram crédito, e isso induz as pessoas a tomarem dinheiro emprestado. O crédito fácil induziu de certa forma a que o consumidor chegasse a esse nível (de endividamento)”, explica Ricardo Araújo, economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Para Levin, essa indução não foi tão “leve” assim. "Toda semana, os consumidores recebiam ‘cheques de conveniência’ pelo correio, com uma cartinha dizendo que bastava depositar. Era a cocaína do crédito, quase irresistível. Eles também iam às universidades oferecendo tudo grátis para quem contratasse um cartão. E os estudantes acabavam com quatro, cinco cartões de crédito, e com uma dívida às vezes de mais de US$ 3 mil quando se formavam”, afirma.

“Acho que essa crise poderia ter sido evitada se as empresas não tivessem ficado atirando dinheiro nas pessoas”, declarou.

Enquanto o crédito no país esteve abundante, essa situação não gerou problemas mais sérios. Mas veio a crise.

“Era um festival de crédito. E uma vez que o carnaval acabou, as pessoas subitamente se deram conta de que existe essa palavra feia chamada consequência. Nós todos fizemos isso a nós mesmos”, diz Levin.

Segundo os especialistas, a restrição de outras linhas de crédito também contribuiu para que os americanos buscassem o cartão para pagar suas contas.

“Os consumidores estavam confortáveis com o crédito. Mas com a depreciação imobiliária, as linhas de crédito não são mais o que costumavam ser. Eles não têm mais essa fonte de alavancagem para usar para fazer compras”, explica Ezra Becker, analista da empresa norte-americana de gestão de crédito TransUnion.

Em uma repetição do que ocorreu com a crise das hipotecas, a falta de uma regulamentação mais rígida e transparente sobre o setor é apontada pelos especialistas como responsável pelo que o executivo da Credit.com qualifica de “festival de irresponsabilidades.

“As empresas de cartões de crédito, podiam, a qualquer momento, aumentar sua taxa de juros. Você tem muita gente que acordou um dia e descobriu que a taxa de juros do seu cartão de crédito tinha ido de 8% para 18%, ou de 15% para 30%”, diz ele.

“O Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) permitiu que o ativo dos bancos inchasse nas carteiras de crédito. Os bancos incharam seus ativos com um volume demasiado de crédito ao consumidor. Houve um exagero, o Fed não pensou nas dívidas, nas inadimplências”, explica o professor Araújo, da FGV.


Futuro

A crise dos cartões assombra o já combalido sistema financeiro do país. Mas, se até o início do ano havia o temor de que o problema resultasse em mais uma onda de falências no setor financeiro, agora a expectativa é “apenas” de que contribua para retardar a retomada do crescimento.

“Acho que não está nem perto de ser tão ruim quanto poderia ter sido”, diz Ezra Becker.

A razão, segundo ele, é que, ao contrário da questão das hipotecas, esse problema foi observado com antecedência, e o mercado teve tempo de agir, reduzindo a oferta de crédito aos consumidores com alto risco de crédito e renegociando dívidas.

O próprio governo dos EUA também reagiu, no mês passado, aprovando uma lei que restringe juros e taxas cobrados pelas administradoras.

“No curto prazo, essa legislação pode causar dor aos emprestadores, enquanto eles buscam formas de recuperar suas perdas. Mas no longo prazo força a inovação, força os emprestadores a encontrar novos produtos que serão mais benéficos para os consumidores” diz Becker.

A solução final, no entanto, só deve vir com a retomada do crescimento econômico, segundo o professor Araújo.

“O grande problema hoje é se o crédito vai ser restabelecido. Se o americano médio está inadimplente, é preciso que ele aumente a sua renda, e isso só vai melhorar com o aumento do emprego. Quando a economia apresentar níveis de crescimento do consumo, certamente isso vai levar a um aumento da renda, e isso é que pode, junto com a saúde financeira dos bancos, melhorar essa situação de crédito”.

Os próprios consumidores, dizem eles, estão fazendo sua parte – também porque, com o país em crise, perder a única fonte de crédito pode significar o fim da linha.

“As pessoas estão se esforçando para manter o bom relacionamento com o cartão porque, muitas vezes, é a única fonte de crédito para fazer compras ou porque estão desempregadas”, diz Becker, para quem isso já está exigindo uma redução no padrão de consumo da população, para um patamar mais “saudável”.




Condutores de metrô lerão citações de pensadores a passageiros em Londres

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Metrô de Londres

Metrô de Londres já oferece poesias em espaços publicitários nos vagões

As anúncios feitos aos passageiros pelos condutores no metrô londrino vão incluir, além das habituais informações sobre o serviço, palavras de grandes pensadores como Gandhi, Albert Einstein e Jean-Paul Sartre.

O artista plástico britânico Jeremy Deller, que foi indicado ao Turner Prize - o mais importante prêmio de arte contemporânea britânico -, reuniu uma lista de citações que serão lidas pelos condutores dos trens do metrô na linha Piccadilly, que cruza o centro da cidade.

A iniciativa seria uma tentativa de fazer com que a viagem no metrô seja mais agradável - e que faça com que os passageiros reflitam.

O sistema de metrô da capital britânica já tem uma iniciativa parecida, "Poemas no Metrô", lançada em 1986, que usa os espaços de publicidade dentro dos vagões para divulgar poesias.

O metrô de Londres também tem uma longa tradição de mais de um século de promover a arte em sua rede.

No começo de 2009, em uma outra inciativa, livros eram emprestados de graça aos passageiros do lado de fora de cinco estações do metrô.

Michael Jackson: suas principais músicas

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Michael Jackson

Primeiros sucessos vieram com o Jackson 5

Michael Jackson era uma presença que se destacava no mundo da música pop - um gigante que ficava ombro a ombro com artistas como Elvis, Beatles e Frank Sinatra. Suas habilidades como cantor, compositor e arranjador foram, por vezes, ofuscadas por sua excentricidade, mas seu legado sem dúvida serão as canções que ele gravou. Leia abaixo uma seleção de suas canções mais memoráveis:

I WANT YOU BACK - 1969

Michael Jackson emplacou seu primeiro hit quando tinha apenas 11 anos, com este clássico da Motown, gravado com seus irmãos, no grupo Jackson 5. A performance vocal pirotécnica do menino foi uma revelação - gritando e gemendo com intensidade infantil, enquanto pedia à sua namorada para lhe dar "one more chance" (mais uma chance). Em 2004, ele ficou em 120º lugar na lista das 500 maiores músicas de todos os tempos da revista Rolling Stone.

BILLIE JEAN - 1982

De forma bizarra, essa faixa funk que definiu uma era não foi o primeiro single do álbum Thriller a ser lançado - uma honra que foi para o açucarado hit The Girl is Mine, duo com Paul McCartney. A canção é reconhecível logo no primeiro ataque da bateria, algo premeditado - o produtor Quincy Jones disse a seu engenheiro de áudio para criar um som de bateria como jamais havia sido feito antes.

A composição de Jackson é uma aula magna de economia musical - a faixa inteira contém pouco mais que uma linha de baixo suja e embaçada, a batida memorável e a voz em staccato, quase enlutada, do cantor.

A letra, aliás, se refere a uma experiência que Jackson teve na vida real, com uma fã que dizia que ele era pai de seus filhos gêmeos. A insanidade rondando sua música se tornaria mais e mais comum nos anos vindouros.

BEAT IT - 1983

Mas antes disso Michael Jackson cruzou algumas outras fronteiras musicais.

A melodia incrivelmente pop e os riffs roqueiros de Beat It agora parecem uma combinação óbvia. Mas um artista de R&B trabalhando em conjunto com o deus da guitarra Eddie Van Halen em 1983 era quase uma revolução.
"Queria escrever uma canção, um tipo de música que eu compraria se tivesse que comprar uma canção de rock", disse Jackson. "Foi assim que cheguei à canção (Beat It) e queria que os meninos realmente gostassem, tanto as crianças de escola quanto as da faculdade".

Vinte e seis anos mais tarde, a influência do caldeirão cultural de Jackson pode ser ouvida em misturas de rap com rock do Linkin Park e nas guitarras esmagadoras usadas por criações do pop como Katy Perry.

THRILLER - 1984

Considerada uma das canções-emblema de Michael Jackson, Thriller foi, na verdade, escrita pelo britânico Rod Temperton. Entretanto, o assunto em questão era perfeito para a estrela de 24 anos. Além de obcecado com o filme de horror hiperrealista "Um Lobisomem americano em Londres", a letra da canção refletia um período de turbulência na vida do astro.

Os pais de Jackson ameaçavam se separar, ele estava mais exposto na mídia do que nunca e estava envolvido com uma alegação de paternidade. Quando ele canta "eles estão lá for a para te pegar", é isso que ele quer dizer.

Apesar de a canção ser mais lembrada por seu videoclipe, a música é também uma das faixas mais musicalmente inventivas de Jackson - dos efeitos assustadores à la filme B ao rap medonho com a voz de Vincent Price.

MAN IN THE MIRROR - 1988

"I'm starting with the man in the mirror / I'm asking him to change his ways / And no message could have been any clearer / If you wanna make the world a better place / Take a look at yourself, and then make a change."

Outra canção que parece se referir ao estado de espírito de Jackson, Man in the Mirror é também um de seus singles mais bem recebidos pela crítica. A voz de Jackson é pouco mais que um suspiro quando a música começa. Ele parece vulnerável, alquebrado e inseguro, quando diz a si mesmo "Eu vou mudar". Mas à medida que a música cresce, também cresce sua força de vontade.

No fim da faixa, ele é apoiado por um coro gospel, gritando seu mantra com toda a força de sua voz, enquanto a bateria estala o chicote que ele parecia estar usando para se flagelar.

BLACK OR WHITE - 1991

Descrita pela gravadora de Jackson como "uma canção rock'n roll sobre harmonia racial", Black or White foi um dos maiores hits de rádio dos anos 1990. A música era um tributo à habilidade do cantor de misturar gêneros musicais - neste caso hard rock, dance, pop e rap.

A letra é talvez menos provocativa do que Jackson queria - "se você está querendo ser minha garota não importa se você é negra ou branca" não chega exatamente perto do discurso "I have a Dream" de Martin Luther King - mas deu a Jackson outra oportunidade de cutucar as críticas sobre seu tom de pele.

Sua vontade de se apropriar de batidas do hip-hop o colocam à frente de muitos de seus contemporâneos, cada vez mais deixados para trás por bandas como Public Enemy e NWA.

Legistas descartam crime em morte de Michael Jackson

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Homenagem a Michael Jackson em uma praça no México

Homenagem a Michael Jackson em uma praça no México

O Instituto Médico Legal de Los Angeles descartou a possibilidade de crime como a causa da morte de Michael Jackson e informou que serão necessários mais exames para determinar a causa exata da morte do artista.

Em uma entrevista logo depois da realização da autópsia, que durou três horas, Craig Harvey, porta-voz IML de Los Angeles, afirmou que não havia sinais de crime no corpo.

"Não havia indicação de qualquer trauma externo ou de crime no corpo do Sr. Jackson e o Departamento de Polícia de Los Angeles pediu mais segurança na investigação (da morte) do Sr. Jackson, então existe uma quantidade muito limitada de informações a respeito do caso que poderemos divulgar", disse.

A polícia californiana está investigando a morte de Michael Jackson, um procedimento comum em casos de grande repercussão.

O porta-voz Craig Harvey informou que apenas depois da realização dos outros exames será possível estabelecer a causa da morte.

"A (divulgação) da causa da morte foi adiada, o que significa que o legista pediu exames adicionais, como toxicologia e outros exames. Esperamos que os resultados para estes exames levem outras quatro ou seis semanas (para sua divulgação)", afirmou.

Familiares e amigos do artista expressaram preocupação com a suposta dependência do artista a medicamentos e há especulações de que a morte do artista estaria relacionada a essa dependência e ao estresse.

Gravação

Também foi divulgada pelos Bombeiros de Los Angeles, nesta sexta-feira, uma gravação do telefonema feito na quinta-feira da casa de Michael Jackson para o serviço de emergência, pedindo por socorro.

A pessoa que ligou para o número de emergência afirmou que o artista estava sendo atendido por um médico, o médico pessoal de Jackson que testemunhou o primeiro desmaio, mas estava inconsciente.

"(O médico) está massageando o peito dele, mas ele não reage a nada", afirmou a pessoa.

Um porta-voz da Polícia de Los Angeles informou que os investigadores conversaram rapidamente com o médico pessoal do músico na quinta-feira, mas queriam falar com ele novamente.

A polícia também informou que o carro do médico que estava na casa de Michael Jackson foi apreendido.

A porta-voz da polícia Karen Rayner afirmou que o médico não está sendo investigado, mas o carro "pode conter medicamentos ou outras provas que podem ajudar os legistas a determinarem a causa da morte".

Saúde

De acordo com o IML de Los Angeles, o músico foi declarado morto na quinta-feira, por volta de 14h no horário local (18h, no horário de Brasília), no centro médico da UCLA. Segundo um porta-voz do hospital, Michael Jackson sofreu um ataque cardíaco.

O músico, que tinha um histórico de problemas de saúde, iria começar uma série de shows que marcaria seu retorno aos palcos, a partir de 13 de julho, em Londres.

No mês passado, preocupações sobre o estado de saúde do cantor vieram à tona depois do adiamento de quatro desses shows.

À época, no entanto, os produtores alegaram que os adiamentos teriam acontecido devido à complexidade dos espetáculos.

Índia desenvolve granada com pimenta

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Pimenta (arquivo)

'Bhut Jolokia' é considerada mil vezes mais picante do que pimentas comuns

Cientistas indianos planejam adicionar o pó de uma das pimentas mais picantes do mundo em granadas de mão.

Eles dizem que o dispositivo será usado para controlar tumultos em manifestações além de ajudar nas operações militares.

Os pesquisadores afirmam que o objetivo é substituir os explosivos em pequenas granadas de mão e adicionar uma certa variedade de pimenta para imobilizar as pessoas sem ter que matá-las.

A pimenta, conhecida como Bhut Jolokia, é conhecida por ser mil vezes mais picante do que pimentas utilizadas na cozinha.

Cientistas da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Proteção à Índia, (DRDO, na sigla em inglês), dizem que a pimenta forte também será usada como suplemento alimentar na dieta de soldados em operações em áreas de clima mais frio.

O pó dessa variedade de pimenta também será espalhado em cercas ao redor dos quartéis do Exército indiano. Com isso espera-se que o cheiro forte mantenha os animais afastados da área.

Outras variedades de sprays de pimenta são usadas para conter multidões em várias partes do mundo.