quinta-feira, 1 de abril de 2010

Machu Picchu reabre após reparos de danos com enchentes

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Machu Picchu (arquivo)

Estima-se que fechamento do monumento levou a perdas de US$ 400 milhões.

O sítio arqueológico mais importante do Peru, Machu Picchu, reabre suas portas a visitantes nesta quinta-feira, depois de dois meses fechado.

As fortes chuvas e deslizamento de terra na região de Cuzco em janeiro danificaram a ferrovia que dava acesso às ruínas da cidade inca do século 15.

Os danos na ferrovia que liga o monumento ao restante do Peru foram reparados com uma urgência raramente vista no país, disse o correspondente da BBC em Lima, Dan Collyns.

As imagens da retirada de cerca de 4 mil turistas da região representaram um duro golpe para a indústria do turismo do Peru. Algumas autoridades estimaram perdas de até US$ 400 milhões.

Até 90% da arrecadação do Peru com turismo vem da região de Cuzco.

A reabertura de Machu Picchu não é importante apenas para a economia peruana, mas também para a imagem do país no exterior.

A atriz americana Susan Sarandon, famosa por sua participação nos filmes Telma e Louise e Os Últimos Passos de um Homem, foi contratada para participar de uma campanha do governo para promover os locais turísticos do Peru, e visitou recentemente Lima, Cuzco e o lago Titicaca. Ela deve participar da cerimônia de reabertura de Machu Picchu.

Machu Picchu é visitada diariamente por até 2 mil turistas.

Família de catador de latas sueco briga por herança milionária

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Curt Degerman

Curt Degerman passou as últimas décadas de vida catando latinhas e garrafas vazias

A família de um sueco que havia passado as três últimas décadas de sua vida catando latas vazias nas ruas da cidade de Skellefteå, no norte da Suécia, acabou tendo que brigar na Justiça para dividir uma inesperada fortuna deixada por ele, informou a imprensa sueca.

De acordo com os jornais suecos, Curt Degerman, conhecido como "Burk-Curt" ("Curt da Lata", em tradução livre) pelos moradores de Skellefteå, era uma figura solitária, que circulava pelas ruas em uma bicicleta velha, recolhendo latas e garrafas das latas de lixo da cidade.

Mas quando morreu em 2008, aos 60 anos de idade, os familiares descobriram que ele tinha deixado uma herança de mais de 12 milhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 1,4 milhão).

O que ninguém sabia era que, quando não estava vasculhando as latas de lixo, Curt ia à biblioteca da cidade para ler o noticiário financeiro dos jornais e estudar o mercado de ações.

"Ele ia à biblioteca todos os dias, porque não comprava jornais", disse um primo de Curt, Torgny Tjernlund, ao jornal sueco Expressen na época de sua morte. "Ali ele lia o Dagens Industri (o principal jornal financeiro da Suécia). Ele sabia tudo sobre as ações da bolsa", acrescentou.

"Curt da Lata" usou o que aprendeu no noticiário do mercado de valores para transformar as modestas somas que juntava, vendendo suas latas e garrafas, em um portfólio de ações e fundos mútuos avaliados em mais de 8 milhões de coroas suecas.

Além disso, ele comprou 124 barras de ouro estimadas em 2.6 milhões de coroas suecas. No banco, tinha quase 47 mil coroas suecas. Curt também tinha casa própria, o que elevou o valor total de sua herança para 12.005.877 milhões de coroas.

Em seu testamento, Curt Degerman deixou toda a sua fortuna para Torgny Tjernlund, o primo que costumava visitá-lo regularmente em seus últimos anos de vida.

Mas ao tomar conhecimento da surpreendente herança, um tio de Curt decidiu contestar nos tribunais o direito do primo de herdar a fortuna sozinho. Pela lei sueca, o tio tinha de fato direito de herdar o dinheiro do sobrinho.

A briga foi parar então na corte distrital de Skellefteå. Mas esta semana, o tio e o primo de Curt finalmente chegaram a um acordo extra-judicial para dividir a herança.

Depois de aproximadamente duas horas de negociações, os dois concordaram em dividir a fortuna - mas nenhuma das partes revelou o teor do acordo.

O tio de Curt, Gunnar Karlsson, de 92 anos, foi representado no tribunal por seu filho, Stig Karlsson.

"Estamos satisfeitos com o acordo. Felizmente isto acabou", disse Stig Karlsson, segundo a TV sueca SVT.

"Também estou satisfeito com o acordo. As duas partes ganharam, e ninguém perdeu", disse à SVT Torgny Tjernlund, o primo mencionado no testamento de Curt.

De acordo com o jornal Expressen, Curt Degerman foi, segundo familiares, uma criança inteligente, que no entanto abandonou a escola na adolescência em virtude de uma crise pessoal e optou por um estilo de vida alternativo.

Mesmo depois de se tornar um homem rico, acrescenta o jornal, Curt nunca gastava dinheiro: chegava a comer restos de comida das latas de lixo de restaurantes.

"Curt da Lata" morreu de um ataque cardíaco enquanto dormia, em outubro de 2008.

Americana ‘perde’ US$ 42,9 milhões após erro em caça-níquel

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Máquina de caça-níquel

Segundo o cassino, premio máximo pago pela máquina era de US$ 251 mil

Uma americana que pensou ter ganhado US$ 42,9 milhões (cerca de R$ 78,2 milhões) em um caça-níqueis de um cassino no Colorado foi informada de que o prêmio mostrado pela máquina foi um erro técnico e que ela não receberá um centavo.

O cassino Fortune Valley, em Central City, admite que o caça-níqueis indicou a Louise Chavez o prêmio milionário, mas alega que a apostadora foi imediatamente informada de que se tratava de um erro.

O cassino alega que o prêmio máximo pago pela máquina, indicado no local, é de US$ 251 mil (cerca de R$ 447 mil).

O caso está sendo analisado agora pela autoridade reguladora das apostas no Colorado, que investiga o que provocou o erro.

Obrigação legal

Segundo a agência reguladora, o cassino não tem nenhuma obrigação legal de pagar o prêmio de US$ 42,9 milhões, como pede Chavez.

A apostadora, que ganha um salário de US$ 12 mil por ano (cerca de R$ 21,4) como assistente doméstica em Denver, acreditou ter tirado a sorte grande ao ver as luzes e ouvir as campainhas emitidas pela máquina após sua aposta na última sexta-feira.

“De repente, vi a luz acendendo em cima da máquina e pensei: Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Nunca tive essa sensação antes na minha vida. Nunca”, disse ela em entrevista à TV ABC.

Chavez, que comemorava seu aniversário no cassino, diz que a única coisa que recebeu foi um café da manhã grátis e sua aposta de US$ 20 de volta, mas reclama que isso não é suficiente.

“Eu coloquei meu dinheiro ali. Deveria receber tudo o que ganhei”, afirmou. “Tenho sonhos e coisas que gostaria de fazer – ajudar minha família, ajudar meus filhos. Por isso estou muito desapontada”, disse.

Primeira vez

O cassino diz que esta foi a primeira vez que um erro assim aconteceu em seus 15 anos de existência.

Don Burmania, assessor da Divisão de Jogos de Azar do Colorado, diz que “não estava no âmbito das possibilidades alguém esperar ganhar US$ 42,9 milhões”, já que estava expresso que o prêmio máximo era de US$ 251 mil.

Segundo ele, é possível que a apostadora teria ganho algum prêmio, o que teria gerado a mensagem, mas que o prêmio nunca poderia ter sido no valor indicado.

“É uma infelicidade quando isso acontece. Nós não gostamos quando isso acontece, e os cassinos também não”, afirmou Burmania.

Sul-africana quer passar semana em jaula com leões brancos

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Jenny Schmidt com os leões Zuba e Cobra (foto: cortesia de Jenny  Schmidt)

Jenny Schmidt deve ficar com os leões Zuba e Cobra até o dia 2

Uma mulher sul-africana decidiu passar uma semana dentro de uma jaula com leões brancos em um parque na província de Limpopo, ao norte da África do Sul, para chamar a atenção para as ameaças enfrentadas pela espécie.

Jenny Schmidt entrou na jaula dos leões no parque Mystic Monkeys and Feathers Wild na última sexta-feira e pretende permanecer no local até a próxima sexta-feira.

Armada apenas com um rádio e um celular, ela passa o dia todo com os animais – o macho Zuba, de 2 anos, e a fêmea Cobra, de sete meses – exceto nos poucos momentos em que deixa a jaula para ir ao banheiro e tomar banho.

Ela também dorme dentro da jaula, mas em um espaço protegido, sem acesso aos leões. Durante o dia, ela também é acompanhada por alguém do lado de fora, por precaução.

Arranhão

Jenny Schmidt com os leões Zuba e Cobra (foto: cortesia de Jenny  Schmidt)

Jenny diz não ter medo, apesar de já ter sido arranhada por Zuba

Apesar de um pequeno incidente no início da semana – um arranhão de Zuba em sua mão durante uma brincadeira – Schmidt diz não ter medo da experiência.

“Não estou pensando em bater nenhum recorde. Se houver necessidade, posso sair da jaula a qualquer momento”, disse ela por telefone à BBC Brasil, de dentro da jaula.

Schmidt, que trabalha em um parque de vida selvagem da região e já cuidou de tigres e leões, diz que é preciso estar atenta ao lado dos animais, mas diz que o que eles querem mais é “brincar e receber carinho”.

“Meu objetivo com isso é mostrar a ameaça aos leões brancos. Há somente cerca de 500 deles no mundo, e quase nenhum mais em áreas selvagens, por causa da caça”, explicou ela à BBC Brasil.

Ela diz ter ficado espantada ao saber que a caça aos leões brancos ainda é legal na África do Sul.

Segundo ela, a questão é ainda mais preocupante para os nativos da etnia Shangaan, que habitam a região de Limpopo e o sul de Moçambique e acreditam que os leões brancos são presentes de Deus.

“Se os leões brancos não forem salvos, isso para os Shangaan representaria o fim do mundo”, explica Schmidt.

quarta-feira, 31 de março de 2010

IPI reduzido: 14% dos brasileiros aproveitaram o benefício para comprar

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SÃO PAULO – O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido estimulou o consumo e aqueceu diversos setores da economia desde quando foi anunciado. De acordo com pesquisa da Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Rio de Janeiro), cerca de 14% dos brasileiros aproveitaram o incentivo fiscal para comprar algum produto beneficiado. O percentual equivale a 20 milhões de pessoas.

“O número pode parecer pequeno, mas mostra que o incentivo criou uma oportunidade de negócio e estimulou o brasileiro a ir às compras”, comentou, por meio de nota, o coordenador de Economia e Pesquisa da Fecomércio-RJ, João Carlos Gomes. Segundo ele, a redução, aliada à recuperação econômica do país, contribuiu para que o comércio registrasse números positivos nas vendas.

Segundo o levantamento, dos que aproveitaram o imposto menor, 19% pertencem às classes A e B. Dos que pertencem à classe C, 16% aproveitaram o IPI menor para realizar compras. No segmento menos abastado da população (classes D e E), 8% fizeram o mesmo.

Consumo
De acordo com o levantamento, dos produtos beneficiados com a alíquota menor do imposto, os brasileiros consumiram mais materiais de construção civil e itens da linha branca.

A pesquisa mostra que 20% aproveitaram o incentivo para comprar materiais de construção. O mesmo percentual foi verificado para o consumo de móveis e geladeira. Outros 16% aproveitaram o imposto menor para comprar fogão, ao passo que 12% escolheram a máquina de lavar.

O carro foi alvo de 15% dos consumidores que aproveitaram o benefício fiscal. A redução do IPI para os carros termina na próxima quarta-feira (31). E dará início ao encerramento das reduções concedidas para outros produtos, como móveis e materiais de construção.

Considerando os segmentos da população, os que mais aproveitaram a queda da alíquota para comprar um carro estão nas classes mais abastadas: 49% dos que aproveitaram o incentivo compraram o produto.

Já os materiais de construção foram o alvo dos consumidores da classe C (26%). Os consumidores das classes menos abastadas (D e E), por outro lado, aproveitaram o incentivo para comprar uma geladeira (36%).

Anatel: quase 37% das reclamações são referentes a problemas de cobrança

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SÃO PAULO - Entre as reclamações contra operadoras de telefonia móvel registradas na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em fevereiro deste ano, 36,8% eram referentes a problemas de cobrança. Elas somaram 18.700 mil do total de 50,8 mil queixas.

Dados da agência mostram ainda que o segundo tipo de reclamação mais comum foi a relacionada ao atendimento: 6.405 mil reclamações ou 12,6% do total. Já as classificadas como serviços adicionais somaram 4.814 (9,47%) e problemas com cancelamento tiveram 2.795 reclamações (5,5%).

Telefonia fixa e TV e internet
Dos protestos feitos contra operadoras de telefonia fixa, que somaram 37.732, 29,82% ou 11.255, referiam-se à reparo. Com relação às reclamações contra operadoras de TV por assinatura, 33,92% delas eram sobre cobranças, de um total de 5.376 queixas.

Apenas nos serviços de comunicação multimídia ( banda larga e serviços de VoIP), a cobrança ficou em terceiro lugar (16,45%) em reclamações. A maioria dos problemas se referiu a reparos - 47,3% das 14.606 queixas, seguidos por problemas de instalação (19,17%).

Outras reclamações
Na telefonia fixa, o problema com cobrança foi o segundo mais frequente (25,32%), seguido por atendimento (7,74%) e instalação de acessos individuais (6,83%).

Na TV por assinatura, depois da cobrança, vêm as reclamações de reparo (18,60%), atendimento (13,11%), e cancelamento (8,83%).

Empresa de telefonia deverá indenizar em R$ 500 mil por manutenção de cadastro de inadimplentes irregular

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A empresa de telefonia Brasil Telecom deverá pagar R$ 500 mil, a título de danos coletivos, por manter cadastro de inadimplentes referentes a dívidas já quitadas ou prescritas. A decisão é da Juíza Laura de Borba Maciel Fleck, da 16ª Vara Cível de Porto Alegre e cabe recurso.

A magistrada a entendeu ainda pela obrigação da ré de reparar individualmente os consumidores lesados pela prática; cabe indenização por danos morais àqueles que comprovarem a divulgação de seu nome como inadimplente ou a utilização do cadastro contra si; e indenização por dano material aos clientes que o demonstrarem. A sentença abrange todos os clientes do país.

A ação coletiva foi ajuizada pelo Ministério Público alegando prática comercial abusiva constatada após reclamação. A Brasil Telecom teria divulgado em processo judicial informações repassadas pela SERASA referentes a débito antigo do consumidor, registrado em 2002 e, portanto, prescrito.

Em defesa, a empresa defendeu estar agindo em cumprimento do dever legal. Afirmou ainda que o MP embasa sua ação em um único caso no qual não houve lesão ao cliente, pois não ocorreu sua exposição de forma pejorativa ou prejudicial.

Decisão
Para a Juíza Laura Fleck o inquérito civil apresentado demonstra a existência do cadastro com dados sobre débitos dos consumidores que não existem mais ou porque já foram pagos ou estão prescritos. Afirmou que o artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor veda a manutenção de informações negativas de período superior a cinco anos, bem como proíbe sua divulgação.

A magistrada enfatizou que certamente não eram armazenados dados apenas de um consumidor - caso que gerou a denúncia – e, provavelmente, sua divulgação foi feita por engano. Independente da divulgação, observou, “o mais grave é a existência do cadastro e a sua utilização para concessão de análise de crédito”.

Danos morais, materiais e coletivos
Conforme a Juíza, o fato envolve danos morais puros, que dispensam a comprovação da extensão dos danos, sendo a prova restringida à comprovação da existência do ato ilícito. Entendeu que os consumidores lesados devem apenas comprovar que tiveram seu nome divulgado ou que o cadastro foi utilizado contra si para que sejam reparados conforme esta decisão.

A respeito dos danos materiais, enfatizou que não abrangem apenas lesão a bens ou a interesses patrimoniais, mas também à violação de bens personalíssimos - como o bom nome, reputação, saúde, imagem e honra – que refletem no patrimônio da vítima, gerando perda de receitas ou realização de despesas. Configura também dano material a redução de seu patrimônio futuro – dano emergente e lucros cessantes.

A comprovação dos danos bem como a fixação dos valores será realizada em liquidação de sentença.

A magistrada concluiu ainda pela ocorrência de danos coletivos, pois a prática ilícita da ré acarretou também uma ofensa difusa, uma vez que afetou bem abstrato “ordem econômica”, gerando intraquilidade e sentimento de desapreço nos consumidores em geral, “expostos às suas práticas abusivas”. Fixou a reparação em R$ 500 mil a serem revertidos ao Fundo de Reconstituição dos Bens Lesados.

Ré deverá publicar decisão em jornais de grande circulação
A Juíza determinou ainda que a Brasil Telecom está impedida de divulgar ou de utilizar para análise de credito ou contratações suas quaisquer informações de débitos de clientes em discordância com o CDC. Cabe pagamento de multa de R$ 10 mil para cada descumprimento.

A empresa de telefonia deverá ainda recolher esses dados que estejam disponibilizados em qualquer meio no prazo de 45 dias, a contar a partir da publicação da sentença – se não for apresentado recurso -, sob pena de multa de R$ 1 mil por cada descumprimento.

Ainda, a magistrada determinou que a ré publique em cinco jornais de grande circulação estadual, às suas custas, em dois dias intercalados, sem exclusão do domingo, a parte dispositiva desta sentença condenatória. O anúncio deverá estar em tamanho mínimo de 20cm x 20cm, em uma das dez primeiras páginas do jornal. “Tal provimento, além de informar aos consumidores a possibilidade de habilitação para reparação de danos, visa a equilibrar as relações entre a ré e a sociedade de consumo, às quais foram lesadas”, ressaltou a magistrada.

Cabe recurso da decisão.

Falta de iluminação e sinalização na nova marginal confundem motoristas e aumentam riscos de acidentes

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Reportagem do R7 flagrou barberagens no trânsito, princialmente nas áreas de transposição


Helvio Romero/AE

Foto por Helvio Romero/AE

Trecho das novas faixas da Marginal Tietê no sentido Ayrton Senna, próximo a Ponte do Limão, em São Paulo


Três dias após a inauguração da nova marginal, uma das principais obras viárias do governador José Serra, os novos acessos que interligam as três pistas da via confundiam quem passava pelo local. A falta de iluminação e sinalização, aliada à imprudência de alguns motoristas, fez com que a reportagem do R7 presenciasse barbeiragens e pessoas irritadas por ainda não entender a nova configuração da via.

Na prática, a dificuldade de compreender melhor a interligação das pistas causa transtornos, demanda paciência e faz com motoristas encontrem meios absurdos para se safar do trânsito.

No trecho que vai da ponte das Bandeiras até a ponte da Vila Guilherme, sentido Ayrton Senna, a reportagem do R7 flagrou dois motoristas que tentavam voltar de ré pelo acesso que interliga a via expressa a local sem se preocupar com o funcionário da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que estava em cima da ponte das Bandeiras.

Logo à frente, passageiros de um micro-ônibus tentavam tirar cones das obras para sair da pista central para a local, já que neste trecho não é possível fazer esta transição. Questionado pela reportagem do R7, o motorista, que não quis se identificar, justificou a ação dizendo que “as entradas estão difíceis de entender”. E completou:

- Não tem entrada mais para frente. Como eu faço?

Em outros trechos, o que se percebe é que, com a falta de sinalização e de iluminação na marginal Tietê, muitos motoristas acabam descobrindo os acessos para outras pistas já muito próximos ao local onde deveriam fazer a manobra. O resultado são carros que trocam de faixas de forma rápida e brusca, o que pode causar acidentes.

A situação foi presenciada, por exemplo, perto aos acessos da pista expressa para a central logo após a ponte da Freguesia do Ó, sentido Castello Branco, e depois da ponte da Vila Guilherme. Na única interligação entre as pontes das Bandeiras e da Casa Verde, o acesso fica escondido no canteiro de obras.

De acordo com o professor de engenharia de tráfego da Unicamp (Universidade de Campinas), Percival Bisca, a falta de iluminação não é o maior problema para o motorista:

- Mais sério do que isso [a iluminação] é que ainda não está implantada a iluminação definitiva. Assim, a gente corre o risco de perder um acesso e precisar dar uma volta grande.

Para o professor, o ideal seria que a obra fosse inaugurada de uma só vez, pois os trechos ainda inacabados são responsáveis por formar um “funil” na pista, criando pontos de congestionamento.

De acordo com a Dersa, a sinalização deve ser concluída até o final de abril deste ano. Já a iluminação deve ficar em ordem até o final de julho. A empresa, responsável pelas obras da Nova Marginal, informou também que os trechos inacabados serão liberadas entre outubro e dezembro deste ano.

Lentidão
Segundo dados divulgados pela CET na noite da terça-feira, a lentidão na marginal Tietê, ao longo do dia, ficou 27% abaixo da registrada no mesmo dia da semana passada. A lentidão na última semana de março caiu 21% se comparada com o índice registrado no mesmo período de 2009.

A expectativa da CET é de que as novas pistas elevem em até 35% a fluidez do trânsito na marginal Tietê. Contudo, durante a viagem do R7 realizada na terça, a velocidade esperada e prometida pela Prefeitura de São Paulo não foi totalmente comprovada.

De fato, o trânsito ia bem do início da marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, até a ponte do Limão. A partir daí, a situação não era muito diferente da que o paulistano já está habituado a enfrentar: do trecho entre as pontes da Casa Verde e da Vila Guilherme, a velocidade máxima alcançada pelo carro da reportagem foi de 20km/h, por volta das 18h30, e fez com que esse trajeto demorasse cerca de 1h20 para ser percorrido. O mesmo aconteceu uma hora mais tarde na pista local.

Já no sentido Castello Branco, apesar das dificuldades para encontrar os acessos que permitem a troca de pista, o mesmo trecho foi completado em menos 15 minutos.