segunda-feira, 19 de abril de 2010

Nuvem de cinzas cancela 63 mil voos em 4 dias na Europa

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Fazendeiro limpa parte das cinzas vulcânicas acumuladas sobre o  pasto em uma propriedade próxima ao vulcão Foto: Reuters

Fazendeiro limpa parte das cinzas vulcânicas acumuladas sobre o pasto em uma propriedade próxima ao vulcão
Foto: Reuters


Cerca de 63 mil voos foram cancelados no espaço aéreo europeu, desde quinta-feira, segundo a organização europeia Eurocontrol. Veja abaixo as informações obtidas sobre o funcionamento dos aeroportos em diversos países até por volta das 21h30 GMT (18h30, horário de Brasília).

Alemanha: espaço aéreo fechado até segunda-feira, 12h GMT (09H de Brasília)

Áustria: o espaço aéreo será reaberto na segunda-feira, às 4h GMT (1h, horário de Brasília), se houver condições.

Belarus: tráfego de aviões entre 7 mil e 11 mil metros restritos. Muito voos cancelados ou atrasados no aeroporto de Minsk.

Bélgica: espaço aéreo fechado até segunda-feira, às 18h GMT (15h, horário de Brasília), mas as companhias belgas podem repatriar aviões vazios.

Bulgária: espaço aéreo parcialmente aberto para voos com destino e provenientes do sul e do sudeste, principalmente da Grécia.

Dinamarca: espaço aéreo fechado ao menos até segunda-feira às 12h GMT (09h, horário de Brasília).

Espanha: todos os aeroportos espanhóis do norte e leste temporariamente fechados e serão reabertos depois das 13h GMT.

Finlândia: proibição de voos longos até segunda-feira às 15h GMT (12h, horário de Brasília), mas este horário pode ser antecipado.

França: a maior parte dos aeroportos continuará fechada ao menos até terça-feira, às 7h GMT (4h, horário de Brasília). Essa medida concerne os aeroportos situados no norte da linha entre as de cidades Bordeaux e Nice, ou seja, boa parte das zonas aeroportuárias do país. Os aeroportos abaixo da linha, ao sul e sudoeste, foram reabertos neste domingo.

Grã-Bretanha: espaço aéreo fechado até segunda-feira às 18h GMT (15h, horário de Brasília).

Hungria: espaço aéreo fechado até segunda-feira, às 10h GMT (7h, horário de Brasília).

Irlanda: espaço aéreo fechado até segunda-feira, às 12h GMT (9h, horário de Brasília).

Islândia: salvos pelo vento que sopra a nuvem de cinzas para a Europa, os aeroportos continuam abertos.

Itália: espaço aéreo fechado em todo o norte do país até segunda-feira, às 05h GMT (2h, horário de Brasília).

Holanda: espaço aéreo fechado pelo menos até segunda, 06h GMT (3h, horário de Brasília).

Países Bálticos: tráfego aéreo suspenso até segunda-feira às 6h GMT (3h, horário de Brasília) na Letônia e até às 0h GMT (21h, horário de Brasília, deste domingo) na Estônia.

Polônia: espaço aéreo no centro e no norte reabertos desde as 14h GMT (11h, horário de Brasília). Seis aeroportos na região estão funcionando.

Romênia: espaço aéreo reaberto somente para aviões sobrevoando o território a partir deste domingo, às 9h GMT (6h, horário de Brasília). Nenhum outro voo decolará ou aterrizará na Romênia, até segunda-feira às 9h GMT (6h, horário de Brasília).

Rússia: espaço aéreo aberto, mas voos para o norte e oeste do continente continuam cancelados. O aeroporto de Kaliningrad, enclave russo entre a Polônia e a Lituânia, fechou temporariamente.

Escandinávia: Noruega e Suécia reabriram, no final da tarde, grande parte do seu espaço aéreo, embora suas capitais Oslo e Estocolmo continuem fazendo parte da zona interditada. A Finlândia e a Dinamarca mantêm suas restrições.

Sérvia, Montenegro, Bósnia e Croácia: espaços aéreos da Sérvia, do Montenegro e de partes da Bósnia-Herzegovina seriam reabertos neste domingo, às 16h GMT (13h, horário de Brasília). Quase todos os aeroportos da Croácia reabriram hoje.

Eslováquia: espaço aéreo fechado desde a última sexta-feira.

Eslovênia: espaço aéreo será aberto na segunda a partir das 04h GMT.

Suíça: espaço aéreo fechado até segunda-feira às 12h GMT (9h, horário de Brasília).

República Tcheca: fechamento do espaço aéreo prolongado até segunda-feira, às 10h GMT (7h, horário de Brasília).

Turquia: espaço aéreo fechado neste domingo em três províncias do norte.

Ucrânia: fechamento quase total dos aeroportos do país, inclusive o aeroporto internacional de Kiev.

Cientistas alertam para "sopa de lixo plástico" nos oceanos

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Na imagem, a zona costeira das ilhas dos Açores, em Portugal,  cheia de lixo plástico   Foto: AP

Na imagem, a zona costeira das ilhas dos Açores, em Portugal, cheia de lixo plástico
Foto: AP



Pesquisadores alertam sobre uma nova praga no oceano: um redemoinho de fragmentos de plástico semelhantes a confetes se estende por milhares de quilômetros quadrados numa extensão remota do oceano Atlântico. O lixo flutuante - difícil de ser visto da superfície e reunido por um turbilhão de correntes - foi documentado por dois grupos de cientistas que navegavam entre a paradisíaca Bermuda e as ilhas portuguesas dos Açores no meio do Atlântico.

Os estudos descrevem uma sopa de micropartículas semelhante à chamada Grande Mancha de Lixo do Pacífico, um fenômeno descoberto há uma década entre o Havaí e a Califórnia. Segundo os pesquisadores, é provável que esse fenômeno exista em outros lugares do globo.

"Descobrimos o grande depósito de lixo do Atlântico", disse Anna Cummins, que coletou amostras de plástico enquanto navegava pela região em fevereiro. Os detritos são prejudiciais aos peixes, mamíferos marinhos - e, no topo da cadeia alimentar, potencialmente aos humanos -, mesmo com a maior parte do plástico tendo se fragmentado em pedaços pequeninos, quase invisíveis.

Como não há nenhuma forma realista de limpar os oceanos, conservacionistas dizem que é essencial impedir mais acúmulo de plástico através da conscientização e, sempre que possível, desafiar a cultura do lixo, que utiliza materiais não-biodegradáveis em produtos descartáveis. "Nosso trabalho agora é conscientizar as pessoas de que a poluição de plástico nos oceanos é um problema global - infelizmente, ele não se limita a apenas uma mancha", Cummins disse.

As equipes de pesquisa apresentaram suas descobertas em fevereiro no Encontro de Ciências Oceânicas de 2010, em Portland, Oregon. Embora cientistas relatem a presença de plástico em partes do oceano Atlântico desde os anos 1970, os pesquisadores dizem que conquistaram avanços importantes no mapeamento da extensão da poluição.

Cummins e seu marido, Marcus Eriksen, de Santa Monica, Califórnia, velejaram pelo Atlântico para seu projeto de pesquisa. Eles planejam estudos similares no sul do Atlântico em novembro e no sul do Pacífico na próxima primavera.

Na viagem de Bermuda a Açores, eles cruzaram o mar de Sargaços, uma área delimitada por correntes oceânicas, inclusive a corrente do Golfo. Eles coletaram amostras a cada 160 quilômetros, com uma interrupção causada por uma grande tempestade. Cada vez que eles puxavam a rede de pesca, ela vinha cheia de plástico.

Um estudo separado de alunos de graduação da Associação de Educação Marinha, em Woods Hole, Massachusetts, coletou mais de seis mil amostras em viagens entre o Canadá e o Caribe ao longo de duas décadas. A pesquisadora principal, Kara Lavendar Law, disse que eles encontraram as maiores concentrações de plástico entre 22 e 38 graus de latitude norte, uma mancha de lixo que se alonga numa extensão que se aproxima à distância entre Cuba e Washington.

Longas trilhas de algas, misturadas a garrafas, caixas de madeira e outros detritos se encontram à deriva nas águas calmas da área, conhecida como Zona de Convergência Subtropical do Atlântico Norte. A equipe de Cummins até mesmo coletou um peixe-porco ainda com vida, preso dentro de um balde de plástico.

Mas o lixo mais preocupante é quase invisível: incontáveis pedaços pontudos de plástico, muitas vezes menores do que borrachas de lápis, suspensos perto da superfície no azul profundo do Atlântico. "É chocante ver em primeira mão¿, Cummins disse. "Nada se compara a estar lá em pessoa. Conseguimos deixar nosso rastro realmente em todos os lugares."

Mais dados ainda são necessários para avaliar as dimensões da mancha de lixo do Atlântico Norte. Charles Moore, pesquisador oceânico que descobriu a mancha de lixo do Pacífico em 1997, disse que o Atlântico inquestionavelmente tem quantidades similares de plástico. A costa leste dos Estados Unidos possui mais gente e mais rios que despejam lixo no mar. Mas como há mais tempestades no Atlântico, os detritos por lá têm maior probabilidade de se dispersar, disse.

A despeito da diferença entre as duas regiões, plásticos são devastadores para o meio ambiente em todo o mundo, disse Moore, cuja Fundação de Pesquisa Marinha Algalita, com sede em Long Beach, Califórnia, esteve entre os patrocinadores de Cummins e Eriksen.

"A pegada de plástico da humanidade é provavelmente mais perigosa que a pegada de carbono", ele disse. Plásticos se enroscam em pássaros e acabam na barriga de peixes: um estudo citado pela Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA (NOAA na sigla em inglês) diz que até 100 mil mamíferos marinhos podem ter mortes relacionadas ao lixo a cada ano. Os pedaços de plástico, que os peixes não conseguem distinguir do plâncton, são perigosos em parte por absorverem substâncias químicas prejudiciais, que também circulam pelo oceano, disse Jacqueline Savitz, cientista marinha do Oceana, um grupo de conservação oceânica com sede em Washington.

Até 80% dos detritos marinhos provêm da terra firme, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O governo americano teme que a poluição possa prejudicar seus interesses vitais. "Esse plástico tem o potencial de impactar nossos recursos e nossa economia", disse Lisa DiPinto, diretora do programa de detritos marinhos da NOAA. "É ótimo conscientizar o público de que o plástico que usamos em terra pode acabar no oceano."

DiPinto disse que a agência federal está patrocinando uma nova viagem da Associação de Educação Marinha este verão americano, para medir a poluição de plástico no sudeste de Bermuda. A NOAA também está envolvida na pesquisa sobre a mancha do Pacífico.

"Infelizmente, os plásticos que usamos não são eliminados de maneira cuidadosa", Savitz disse. "Precisamos usar menos plástico e, se formos usá-lo, temos que assegurar que o descartaremos de maneira correta."

Equador tem dois terremotos em menos de 1 hora

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Dois terremotos foram registrados em menos de uma hora neste domingo no litoral do Equador, sem que até o momento se tenha informações de vítimas ou danos materiais. O primeiro abalo, de 4,5 graus de magnitude na escala aberta de Richter, atingiu a província de Esmeraldas às 21h30 (de Brasília), e foi sucedido 40 minutos depois por outro terremoto de 4,1 graus no mesmo local.

Segundo o Instituto Geofísico do país, o epicentro deste segundo terremoto foi localizado a 1,12 grau de latitude norte, 79,45 graus de longitude oeste e a uma profundidade de 12 km.

domingo, 18 de abril de 2010

Hackers invadem o site do PMDB e deixam mensagem a "corruptos"

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Hackers chamam página do PMDB de site dos corruptos Foto:  Reprodução

Hackers chamam página do PMDB de "site dos corruptos"


A página do PMDB na internet foi atacada por hackers na noite deste sábado. Ao acessar o endereço da sigla, o internauta é redirecionado para outra página, com um texto destinado "aos corruptos de plantão". Na mensagem, os invasores listam "40 propostas para o Brasil".

As sugestões estão divididas em seis tópicos: educação, ambiente, economia, liberdade de imprensa, democracia, raça e pobreza, e megacidades. As sugestões incluem "fomentar a competição entre as universidades" e "reforma da previdência já".

No final, a frase "contrate um hacker" aparece em destaque, com um e-mail de contato. Há também agradecimentos e uma logomarca da Faculdade de Tecnologia de Ourinhos (Fatec Ourinhos) com a bandeira do Estado de São Paulo.

Nesta semana, a página do Partido dos Trabalhadores (PT) foi invadida por hackers duas vezes.

Procurado, o PMDB afirmou que está trabalhando para retirar a página modificada do ar e reforçar a segurança do site. Não há informações sobre a autoria da invasão.

A Fatec Ourinhos não foi localizada.

Taxista fatura R$ 1,8 mil com voos cancelados na Grã-Bretanha

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Joe Duffy em seu táxi

Joe Duffy está volta a Belfast depois de sua viagem de 24 horas

O cancelamento de voos da Irlanda do Norte para destinos fora da Grã-Bretanha, devido às cinzas expelida por um vulcão da geleira de Eyjafjallajoekull, na Islândia, levou um taxista de Belfast a ganhar 700 libras (cerca de R$ 1,8 mil) em uma única corrida.

Na quinta-feira um grupo de empresários pediu ao taxista Joe Duffy que os levasse para Londres, numa viagem de cerca de 640 km, devido ao cancelamento dos voos.

O taxista levou o grupo até o terminal de balsas de Belfast e, depois de atravessar o mar entre a Irlanda e a Grã-Bretanha, pegou novamente a estrada até o aeroporto de Heathrow, a oeste de Londres.

Duffy afirmou que inicialmente pensou que os empresários queriam uma corrida apenas até o terminal de balsas de Belfast.

"Recebi um chamado para ir até o Hotel Hilton, em Belfast. No caminho para a balsa, eles me perguntaram se eu poderia levá-los a Londres. Pensei que era piada, mas eles falaram que era sério", disse.

Os empresários falaram que precisavam chegar a Heathrow para pegar os carros que tinham deixado no aeroporto de Londres e acrescentaram que pegar um táxi sairia bem mais barato do que pagar por passagens de ônibus ou trens.

A viagem custou 650 libras (cerca de R$ 1,7 mil), mas os passageiros ainda deixaram uma gorjeta de 50 libras (aproximadamente R$ 135 reais).

"Fechei um preço e acabei em Londres ontem à noite (quinta-feira). Estou na estrada desde as 13h (horário local, 9h, em Brasília) de quinta-feira e mal posso esperar para chegar em casa e ir para cama", disse Duffy.

A empresa de táxis de Belfast para qual Duffy trabalha, a Fonacab, afirmou que a viagem até Londres foi a mais longa e cara que qualquer taxista da empresa já fez.

Caos aéreo na Europa continua sem prazo para acabar

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Milhões de pessoas estão sendo afetadas pelas cinzas do vulcão

O caos no transporte aéreo na Europa continua sem fim à vista neste domingo. Milhares de passageiros permanecem no aguardo de voos que vêm sendo cancelados há quatro dias, desde o início da erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, que lançou uma nuvem de partículas vulcânicas na atmosfera.

A maioria dos aeroportos internacionais europeus continua inoperante e cerca de 20 países – entre eles Grã-Bretanha, Alemanha, Suécia, Holanda e Bélgica – permanecem com o espaço aéreo totalmente fechado, enquanto a nuvem vulcânica não se dissipa.

No sábado, cerca de 17 mil voos, três quartos dos voos previstos, foram cancelados. A proibição de voos na Grã-Bretanha foi estendida até as 19h deste domingo (15h, no horário de Brasília), já os aeroportos do norte da França e da Itália devem permanecer fechados até segunda-feira.

Na Alemanha e na Holanda, as companhias aéreas Lufthansa e KLM realizaram voos de teste e estudam as aeronaves para detectar qualquer problema que possa ter sido provocado pelas partículas vulcânicas.

Segundo o glaciologista britânico Matthew Roberts, que trabalha no serviço de meteorologia da Islândia, o vulcão islandês já está produzindo menos cinzas.

"Entretanto, ainda há cinzas vulcânicas na atmosfera e um efeito retardado entre a emissão do material pelo vulcão e as cinzas flutuando para o espaço aéreo europeu", afirmou.

Países afetados

Espaço aéreo fechado:

Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, República da Irlanda, Letônia, Luxemburgo, Holanda, Polônia, Eslováquia, Suécia, Suíça e Grã-Bretanha

Espaço aéreo parcialmente fechado:

França (Paris e norte do país fechados até segunda-feira), Belarus, Croácia, França, Itália (norte do país fechado até segunda), Lituânia, Noruega (voos reduzidos no norte), Espanha (aeroportos no norte fechados)

Operações normais:

Grécia, Portugal, Rússia e Turquia.

Além disso, meteorologistas afirmam que as condições meteorológicas continuam não colaborando para dissipar a nuvem de cinzas vulcânicas.

De acordo com Brian Golding, chefe de pesquisa de previsão da Agência Meteorológica Britânica (Met Office), ela deve permanecer sobre o país "durante vários dias".

"Precisamos de uma mudança na direção dos ventos que permaneça assim durante vários dias. E não há qualquer sinal disso no futuro imediato", disse Golding.

Prejuízos milionários

Somados às dificuldades enfrentadas por milhares de pessoas, estão prejuízos milionários provocados pela nuvem vulcânica. Além dos voos europeus, a grande maioria dos voos transatlânticos – apenas 55 de 337 viagens previstas foram realizadas – também está sendo cancelada, bem como os voos da China para a Europa.

Em cidades como Bangcoc e Cingapura, cujos aeroportos são muito usados como escalas para voos da Ásia para a Europa, as informações são de que a ocupação dos hoteis está próxima de sua capacidade máxima.

A estimativa é que o caos aéreo esteja provocado prejuízos de cerca de US$ 200 milhões (cerca de R$ 350 milhões) por dia às companhias aéreas. Para os passageiros ilhados, a conta pode incluir despesas imprevistas com diárias de hotel, extensão de seguros de viagem, médicos e com alimentação, entre outros.

De acordo com o editor de economia da BBC Robert Peston, os problemas podem se transformar em um "grande desastre econômico", já que várias companhias aéreas vinham atravessando dificuldades financeiras mesmo antes do caos vulcânico.

Peston afirma que, segundo informações de executivos das empresas aéreas, se os problemas continuarem por muito mais dias, várias delas vão afundar em dificuldades financeiras e talvez precisem de socorro dos governos.

Testes aéreos

As duas empresas aéreas que realizaram testes de voo, Lufthansa e KLM ainda não divulgaram conclusões definitivas sobre as experiências.

A holandesa KLM afirmou que uma de suas aeronaves, um Boeing 737, atingiu a sua altitude máxima de cruzeiro, sobrevoando a Holanda a cerca de 13 km, e não registrou problemas durante o voo.

No entanto, as autoridades aéreas só vão liberar os voos no país depois de extensos testes técnicos em terra para detectar qualquer possível avaria aos sistemas.

Na Alemanha, a Lufthansa afirmou ter realizado dez voos entre Frankfurt e Munique.

"Todos os aviões foram inspecionados ao pousar em Frankfurt, mas não detectamos danos às janelas da cabine dos pilotos ou à fuselagem e nenhum impacto sobre os motores", disse um porta-voz.

Mesmo assim, a previsão é que o espaço aéreo da Holanda e da Alemanha permaneça fechado até as 14h e 19h, respectivamente.

Especialistas acreditam que as cinzas expelidas pelo vulcão – uma mistura de partículas de vidro, areia e rocha – podem danificar seriamente os aviões, entupindo as turbinas e fazendo com que os motores parem de funcionar em pleno ar.

Alternativas de transporte

Na Europa, passageiros estão buscando alternativas como trens, ônibus e barcas.

O serviço Eurostar, que liga a Grã-Bretanha ao continente europeu está lotado até segunda-feira.

"Em termos de fechamento de espaços aéreos, isso é pior que 11 de setembro. A interrupção é pior do que qualquer coisa que já vimos", disse um porta-voz do órgão que regulamenta a aviação na Grã-Bretanha, a Civil Aviation Authority.

Entre os milhares de pessoas afetadas pela nuvem de cinzas vulcânicas estão a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que foi obrigada a pousar em Portugal na sua volta dos Estados Unidos, e a cantora americana Whitney Houston, que foi forçada a viajar de carro da Grã-Bretanha para a Irlanda para fazer um show.

Vulcão em erupção

Vulcão continua a expelir cinzas na atmosfera

A segunda erupção do vulcão da geleira de Eyjafjallajoekull em um mês começou na quarta-feira, lançando uma nuvem de fumaça a uma altura de 11 quilômetros na atmosfera. Uma fissura de 500 metros apareceu no topo da cratera.

O calor do vulcão derreteu parte do gelo em volta, provocando enchentes na região na quarta-feira.

Nos primeiros momentos, cerca de 800 pessoas tiveram que abandonar as suas casas. O vulcão, no entanto, continuou emitindo nuvens de poeira em direção à Europa.

Especialistas não sabem quanto tempo esta erupção deve durar. A última erupção vulcânica debaixo da geleira, antes deste ano, começou em 1821 e continuou por dois anos.

Hotel promete refeição a hóspede que pedalar para gerar energia

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Imagem de arquivo

A ideia principal é incentivar o debate sobre o consumo de energia

Um hotel na Dinamarca anunciou que passará a oferecer uma refeição grátis a hóspedes que produzirem eletricidade por meio de uma bicicleta ligada a um gerador.

O Crowne Plaza de Copenhague está instalando duas destas bicicletas e diz que o objetivo é, ao mesmo tempo em que promove a forma física dos hóspedes, reduzir suas “pegadas de carbono” (quantidade de dióxido de carbono que produzem como resultado direto ou indireto de uma atividade).

Hóspedes vão precisar produzir pelo menos 10 watts/hora de eletricidade, o equivalente a 15 minutos de pedalada de uma pessoa medianamente em forma para ter direito à refeição.

A administração afirma que isso será o suficiente para acender apenas poucas lâmpadas, mas a ideia principal é incentivar o debate sobre o consumo de energia.

O hotel já produz energia renovável com 2500 m² de painéis solares.

A Dinamarca possui uma das capitais do mundo mais adaptadas ao ciclismo e investe bastante em energias renováveis, incluindo fazendas eólicas, que geram um quinto da eletricidade que o país consome.

sábado, 17 de abril de 2010

Nuvem de cinzas avança sobre Europa e agrava caos na aviação

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Passageiro deita no aeroporto de Orly, em Paris, após seu voo ser  cancelado Foto: Reuters

Passageiro deita no aeroporto de Orly, em Paris, após seu voo ser cancelado


O caos aéreo na Europa agravou-se neste sábado à medida que uma imensa nuvem de cinzas vulcânicas se espalhava pelo continente, impedindo a saída de três a cada quatro voos e paralisando milhares de passageiros em todo o mundo. A agência de aviação Eurocontrol disse que nenhum pouso ou decolagem era possível para aeronaves civis em grande parte do norte e do centro da Europa, devido à nuvem formada pela erupção de um vulcão na Islândia.

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Muitos países fecharam o espaço aéreo até domingo ou segunda-feira e meteorologistas preveem que a coluna de fumaça não vai se afastar muito. Eles disseram que a coluna de cinzas poderia até mesmo ficar mais concentrada na terça ou quarta-feira, resultando em uma ameaça ainda maior às viagens aéreas.

A coluna de fumaça que subiu para as partes mais altas da atmosfera, onde pode causar destruição das turbinas e estrutura dos aviões, está custando às companhias aéreas mais de US$ 200 milhões por dia e arruinou planos de viagem ao redor do mundo. Voos de teste sem passageiros estão sendo realizados na Holanda e outros países europeus para avaliar o impacto das cinzas nas aeronaves, disse o governo holandês neste sábado.

A interrupção nos voos é a pior desde os ataques de 11 de setembro de 2001 a Nova York e Washington, quando o espaço aéreo norte-americano ficou fechado por três dias e companhias aéreas europeias foram forçadas a suspender todos os serviços transatlânticos. A Eurocontrol estimou 5 mil voos no espaço aereo europeu, uma forte queda em relação aos 22 mil de um sábado normal. Na sexta-feira, segundo a agência, foram 10,4 mil voos, quando normalmente seriam 28 mil.

"As previsões indicam que a nuvem de cinzas vulcânicas persistirá e que o impacto continuará pelo menos pelas próximas 24 horas", disse a agência em comunicado.

A coluna de fumaça forçou vários líderes mundiais a reprogramarem às pressas planos de viagem. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes cancelaram viagens à Polônia, onde tomariam parte no domingo na cerimônia do funeral do presidente Lech Kaczynksi, morto em um acidente aéreo na Rússia uma semana atrás.

Meses de erupção
A erupção vulcânica parece estar arrefecendo neste sábado, mas pode continuar por dias ou até meses, disseram autoridades. Não há fim previsto para o problema aéreo, que coincidiu com o fim do feriado de Páscoa na Europa.

A empresa de meteorologia AccuWeather, com sede nos EUA, informou que as cinzas estavam em uma área de ventos fracos e é improvável que se mova na segunda-feira. "A previsão é que a fumaça fique mais concentrada na terça e na quarta-feira, representando um grande risco às viagens aéreas. No entanto, também se prevê que a coluna fique mais estreita, causando impacto em uma área menor", afirmou a empresa, acrescentando que uma tempestade no Oceano Atlântico e mudança na direção dos jatos de ar nos níveis superiores da atmosfera, na quinta-feira, poderiam romper a nuvem.

"Um jato de ar de sudoeste ajudaria a levar para fora da Europa qualquer coluna de fumaça remanescente e trazer algum alívio para a crise da aviação", disse.

Grã-Bretanha, Dinamarca e Alemanha estão entre os países que fecharam seu espaço aéreo por todo o sábado. A empresa alemã Lufthansa não ter aviões voando em nenhuma parte do mundo. No entanto, a menos que a nuvem interrompa os voos por semanas, ameaçando a cadeia de fornecimento das fábricas, os economistas não acham que vá reduzir significativamente a difícil recuperação da Europa da recessão ou afetar os indicadores de crescimento do PIB no segundo trimestre do ano.

Mas as companhias aéreas poderão sofrer um sério golpe em suas finanças. A França informou que os aeroportos de Paris permaneceriam fechados pelo menos até segunda-feira de manhã. A Itália prorrogou a suspensão dos serviços nos seus aeroportos do norte do país até o mesmo dia. A Holanda estendeu o fechamento até o domingo de manhã e a Suíça também.

A TUI Travel, maior operadora de turismo da Europa, disse que estava cancelando todas as viagens pelo menos até as 5h (horário de Brasília) do domingo. A British Airways, afetada no mês passado por greves que lhe custaram cerca de 70 milhões de dólares, cancelou todos os voos de domingo.

O problema prejudicou as ações das companhias aéreas na sexta-feira. Os papéis da Lufthansa, British Airways, Air Berlin, Air France-KLM, Iberia e Ryanair tiveram queda entre 1.4 e 3%.

Reflexos na Ásia
Os problemas se espelharam pela Ásia, onde dezenas de voos com destino à Europa foram cancelados, e hotéis de Pequim a Cingapura tiveram dificuldade para acomodar milhares de passageiros. Um funcionário da Eurocontrol disse que o número de voos transatlânticos chegando à Europa estava entre um terço e um quarto do número usual para um sábado.

A American Airlines informou que estava apta a operar voos de e para a Espanha e Itália, mas havia cancelado 56 outros de e para a Europa, mesmo número da sexta-feira. Os militares norte-americanos tiveram que refazer a rota de muitos voos, incluindo aqueles que retiravam feridos do Afeganistão e do Iraque, disse um porta-voz do Pentágono.

O vulcão começou a entrar em atividade na quarta-feira pela segunda vez em um mês, desde a parte debaixo da geleira Eyjafjallajokull, lançando uma nuvem de cinzas de 6 a 11 km na atmosfera. Neste sábado, a extensão havia caído para 5 a 8 quilômetros.

"A erupção pode continuar assim por um longo período", disse Bergthora Thorbjarnardottir, geofísica do Gabinete Meteorológico do país. "Cada vulcão é diferente e não temos muita experiência com este. Faz 200 anos desde a última vez que ele entrou em erupção."