segunda-feira, 13 de julho de 2009

Decreto islâmico define como pecado roubo de luz no Paquistão

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Moradores de Karachi dormem nas ruas durante período de falta de eletricidade (arquivo)

Karachi teve grandes apagões no mês de junho

Um grupo de 12 líderes muçulmanos do Paquistão anunciou um decreto islâmico (fatwa) que qualifica como pecado o roubo de energia, depois que uma companhia de eletricidade do país manifestou preocupação com a popularização da crime.

A Companhia de Fornecimento de Energia de Karachi (KESC, na sigla em inglês) afirma que o roubo de eletricidade custa à empresa 1 bilhão de rúpias (cerca de US$ 12,3 milhões) por mês.

Muitas pessoas em Karachi puxam a energia elétrica dos cabos nas ruas ou modificam os relógios medidores do consumo, tornando-os mais lentos.

No decreto, os 12 líderes islâmicos afirmam que, segundo a Sharia (lei islâmica), o uso não permitido de qualquer mercadoria e o ganho de benefícios com este uso é "pecado, roubo e usurpação".

Eles dizem que processos contra os bandidos são justos e permitidos de acordo os ensinamentos do Islã e orientam os muçulmanos a pagarem um montante igual ao valor da energia elétrica que tenham roubado.

Multa

A companhia já tinha o direito de multar os que fossem flagrados roubando energia elétrica e alega que as pessoas precisavam perceber que roubar eletricidade é ilegal e imoral como qualquer outra forma de roubo.

A maior parte do Paquistão enfrenta falta de energia elétrica, causada por aumentos na demanda, falta de investimento em infraestrutura e roubo de eletricidade.

Karachi, conhecida como "cidade das luzes", tem uma população de cerca de 16 milhões de pessoas e é a principal cidade e região comercial do Paquistão.

No último sábado ocorreram protestos nas ruas da cidade depois que chuvas e fortes ventos causaram mais cortes de energia.

Nos dias 17 e 18 de junho, milhões de pessoas tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido durante horas devido ao que a KESC descreveu como "problema técnico".

O incidente deixou os consumidores sem energia para ventiladores e aparelhos de ar condicionado durante uma época do ano em que o calor do verão é intenso, além de paralisar a indústria da região.

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