Um grupo de 12 líderes muçulmanos do Paquistão anunciou um decreto islâmico (fatwa) que qualifica como pecado o roubo de energia, depois que uma companhia de eletricidade do país manifestou preocupação com a popularização da crime.
A Companhia de Fornecimento de Energia de Karachi (KESC, na sigla em inglês) afirma que o roubo de eletricidade custa à empresa 1 bilhão de rúpias (cerca de US$ 12,3 milhões) por mês.
Muitas pessoas em Karachi puxam a energia elétrica dos cabos nas ruas ou modificam os relógios medidores do consumo, tornando-os mais lentos.
No decreto, os 12 líderes islâmicos afirmam que, segundo a Sharia (lei islâmica), o uso não permitido de qualquer mercadoria e o ganho de benefícios com este uso é "pecado, roubo e usurpação".
Eles dizem que processos contra os bandidos são justos e permitidos de acordo os ensinamentos do Islã e orientam os muçulmanos a pagarem um montante igual ao valor da energia elétrica que tenham roubado.
Multa
A companhia já tinha o direito de multar os que fossem flagrados roubando energia elétrica e alega que as pessoas precisavam perceber que roubar eletricidade é ilegal e imoral como qualquer outra forma de roubo.
A maior parte do Paquistão enfrenta falta de energia elétrica, causada por aumentos na demanda, falta de investimento em infraestrutura e roubo de eletricidade.
Karachi, conhecida como "cidade das luzes", tem uma população de cerca de 16 milhões de pessoas e é a principal cidade e região comercial do Paquistão.
No último sábado ocorreram protestos nas ruas da cidade depois que chuvas e fortes ventos causaram mais cortes de energia.
Nos dias 17 e 18 de junho, milhões de pessoas tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido durante horas devido ao que a KESC descreveu como "problema técnico".
O incidente deixou os consumidores sem energia para ventiladores e aparelhos de ar condicionado durante uma época do ano em que o calor do verão é intenso, além de paralisar a indústria da região.
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