Dois aviões Rafale da Marinha francesa caíram nesta quinta-feira no mar Mediterrâneo, nos arredores de Perpignan, no sudoeste da França, enquanto realizavam uma missão de teste.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Segundo um comunicado, o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, pediu a abertura de investigações para apurar o que poderia ter provocado as quedas.
O Rafale é um dos três finalistas da licitação para a renovação da frota de caças da Força Aérea Brasileira.
O presidente Lula já declarou preferir o Rafale, fabricado pela Dassault, alegando que a França teria feito a melhor proposta em relação a transferência de tecnologia do avião.
Pilotos
De acordo com a Marinha francesa, um dos pilotos conseguiu se ejetar e já foi localizado “são e salvo, apenas com alguns hematomas”.
“A prioridade atual é encontrar o segundo piloto”, afirmou o capitão de fregata Bertrand Bonneau, do serviço de Comunicação da Marinha.
As buscas estão sendo feitas no local da queda, a cerca de 30 quilômetros ao leste de Perpignan, por equipes em terra e no mar com quatro helicópteros, dois aviões e um navio.
Segundo Bonneau, os dois pilotos eram muito experientes e participavam de testes sem armamentos. Eles tentavam retornar ao porta-aviões Charles de Gaulle, de onde tinham decolado, quando caíram no Mediterrâneo no final da tarde (no horário local).
“Não sabemos ainda se houve colisão”, diz o porta-voz da Marinha francesa.
O ministro da Defesa afirmou que deve visitar o local da queda em breve.
Exportação
Este é o primeiro acidente com a versão do Rafale utilizada pela Marinha, que possui atualmente 17 unidades do avião supersônico.
Em dezembro de 2007, um outro caça Rafale caiu em Corrèze, no centro da França, após ter decolado da base aérea na região de Champagne. O piloto morreu na queda.
A imprensa francesa já questiona se o acidente desta quinta-feira poderá atrapalhar a venda dos aviões para o Brasil.
Até hoje, a França nunca conseguiu exportar o Rafale, considerado um avião com tecnologia moderna.
Várias concorrências internacionais foram perdidas para a americana Boeing, que também disputa a venda de 36 aviões para o Brasil.
Apesar de o governo brasileiro ter anunciado, durante a visita ao Brasil do presidente francês, Nicolas Sarkozy, em 7 de setembro, a intenção de adquirir 36 aviões Rafale, o processo de licitação ainda não foi concluído.
“O acidente, que pode ter sido causado por falha humana ou técnica, pode alimentar a maldição do Rafale, que ainda nunca foi exportado”, escreve o jornal Le Parisien em seu site.
0 comentários:
Postar um comentário