Uma vítima da antiga polícia secreta da Alemanha Oriental, a Stasi, voltou a morar em uma prisão em Berlim, onde ele já foi detento no passado, para um projeto de arte.
Carl-Wolfgang Holzapfel foi preso pela polícia em outubro de 1965, durante uma demonstração em Berlim Oriental contra a detenção de prisioneiros políticos.
Ele passou nove meses em uma prisão secreta da Stasi, onde foi torturado.
Holzapfel planeja agora passar sete dias vivendo em uma pequena cela na prisão, com todos seus movimentos sendo filmados e transmitidos ao vivo pela internet. Ele mudou-se para a cela nesta quinta-feira e ficará "preso" até o dia 5 de novembro.
Queda do muro
Com este projeto de arte eu quero mostrar o papel que a resistência teve em derrubar o muro.
Carl-Wolfgang Holzapfel
Aos 65 anos de idade, Holzapfel ficará na antiga prisão de Hohenschoenhausen, hoje um memorial sobre a Alemanha Oriental. O objetivo do seu projeto de arte não é entreter, segundo Holzapfel. O projeto chama-se "24/7 Stasi-Live-Haft" ("24/7 Stasi-Ao Vivo-Aprisionamento", em tradução livre; 24/7 é referência ao tempo em que ele ficará 'detido': 24 horas por sete dias).
"Com este projeto de arte eu quero mostrar o papel que a resistência teve em derrubar o muro. Cada um dos 250 mil prisioneiros políticos na Alemanha Oriental tiveram um papel naquele dia – 9 de novembro de 1989", disse ele, em referência à data da queda do Muro de Berlim, que marcou o início da reunificação das duas Alemanhas.
"Nós queremos refletir também sobre os dramas que aconteceram nos 40 anos da República Democrática da Alemanha."
A artista Franziska Vu, que é uma das organizadoras do projeto, disse que é importante mostrar para as gerações mais jovens o tipo de repressão que acontecia na Alemanha Oriental, para que isso nunca se repita.
O projeto de arte é um dos vários eventos que marcarão os 20 anos da queda do Muro de Berlim em novembro.
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