O ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas Everaldo Pereira dos Santos foi condenado neste sábado, por homicídio triplamente qualificado, a 33 anos, três meses e 22 dias de prisão pela morte do delegado Ricardo Lessa e seu motorista, Antenor Carlota, em 1991. Ricardo Lessa era irmão do ex-governador, Ronaldo Lessa. Ele também foi condenado a pagar R$ 653 mil de indenização por danos morais a família de Lessa e mais R$ 146 mil a família de Carlota. Everaldo foi julgado à revelia durante mutirão carcerário realizado neste sábado pela Justiça de Alagoas.
Everaldo é pai da menina Eloá Pimentel, morta pelo namorado no ano passado, durante cárcere privado em Santo André (SP). Reconhecido por autoridades alagoanas pela televisão, no momento em que era carregado em uma maca, para um hospital, depois de uma crise de hipertensão, Everaldo acabou fugindo, mais uma vez, das autoridades.
Ele é acusado de integrar a Gangue Fardada, organização criminosa que agia na década de 90 e comandada pelo ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, preso em Catanduvas (PR). Outras nove pessoas foram condenadas pelo mesmo crime. Everaldo é acusado em pelo menos outros quatro crimes, entre eles, o assassinato e o corte do corpo de sua ex-mulher e o assassinato de um advogado pernambucano.
De acordo com o advogado de defesa Givan Lisboa, Everaldo é inocente das acusações da morte do delegado e do motorista dele. Segundo Lisboa, um laudo da Polícia Científica de São Paulo desmente a versão dos peritos alagoanos, a respeito do assassinato de Ricardo Lessa. "Esse laudo foi feito pelo laboratório da Unicamp. Além disso, temos a prova testemunhal de uma pessoa que estava no carro, que não reconheceu Everaldo nem Cícero entre os autores do crime. Acredito na absolvição", disse.
Segundo ele, Everaldo e Cícero Felizardo, o Cição, outro PM acusado de participar da Gangue Fardada, estão juntos, mas não divulgou o paradeiro dele. "Ele não manifestou essa vontade de se entregar. Ele aqui correria segue riscos. Onde ele está, é um local seguro", disse.
Pelos argumentos do promotor da 9ª Vara Criminal, José Antônio, um laudo de DNA feito em um fio de cabelo, em um chapéu encontrado no carro das vítimas, indica que ele pertencia ao ex-PM Everaldo. "São provas contundentes", disse. "Eles são muito perigosos. Por isso estão foragidos a tanto tempo", disse o promotor, referindo-se ao pai de Eloá e Cição. "Um dos acusados morreu e faltam apenas o julgamento desses dois". Cição também foi julgado à revelia e condenado hoje ao pagamento de indenização e 33 anos e seis meses de cadeia.
O juiz Geraldo Amorim, responsável pela condenação, disse ter citado, por edital, o ex-cabo da PM. O edital foi publicado ano passado, no Diário Oficial do Estado, e pedia que em 15 dias Everaldo se apresentasse à Justiça para julgamento, o que não aconteceu.
Terra
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