Uma empresa produtora de filmes do Catar, pequeno e rico país na região do Golfo Pérsico, anunciou que pretende fazer um filme sobre o profeta Maomé.
Com orçamento em torno de US$ 150 milhões, o filme deverá ser falado em inglês e produzido pelo americano Barrie Osborne, homem por trás de sucessos de bilheteria como as séries O Senhor dos Anéis e Matrix.
Segundo a produtora, o objetivo do projeto é educar as pessoas a respeito do Islamismo e corrigir idéias errôneas sobre o profeta.
O analista de assuntos árabes da BBC, Magdi Abdelhadi, disse que o filme é mais um em uma série de projetos de mídia lançados nos últimos anos com um objetivo: defender o islamismo contra seus detratores no Ocidente.
A empresa que deverá financiar o filme disse que o roteiro estará pronto no ano que vem e que as filmagens devem começar no ano seguinte.
Um estudioso do islamismo, Youssef Al Qaradawi, foi contratado para orientar a equipe de pesquisa para assegurar precisão histórica e religiosa.
Ele disse que o filme será uma oportunidade para ressaltar a mensagem do profeta, de paz para todo o universo.
Desafio
O produtor, Barrie Osborne, disse que o projeto será um desafio, já que a religião islâmica proíbe qualquer representação visual do profeta Maomé.
O analista da BBC lembra que a idéia de que a fé islâmica está sob ataque e não é compreendida no ocidente é antiga, mas ganhou nova urgência nos últimos anos com a invasão do Afeganistão e do Iraque, liderada pelos Estados Unidos.
A polêmica em torno de cartoons com imagens do profeta publicados por um jornal dinamarquês também reacendeu entre os muçulmanos o sentimento de que sua religião é tratada com injustiça e incompreensão.
O novo filme seria o segundo desse tipo, direcionado primariamente ao público global, com o intuito de atacar o chamado preconceito ocidental.
Em 1976, o filme Maomé - O Mensageiro de Alah, estrelado por Anthony Quinn, foi lançado em meio a acusações de que o violava a proibição de representações do profeta.
Na verdade, não violava, diz o analista da BBC. Quase 30 anos mais tarde, o diretor do filme, o sírio Mostafa Al-Aqqad, foi uma entre várias outras vítimas de um múltiplo ataque suicida por militantes islâmicos na Jordânia.
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