sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Brasileira luta para emagrecer em reality show na Ásia

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Martha Lai, ao centro, entre participantes (Foto: Divulgação)

Martha Lai, ao centro, espera perder 42 kg

Uma brasileira nascida em Hong Kong faz parte de um grupo de 16 pessoas em um reality show na Ásia no qual vence quem perder mais peso nas 13 semanas em que o programa ficar no ar.

O show batizado de The Biggest Loser ("O Maior Perdedor", em tradução livre) teve início nos Estados Unidos há alguns anos mas está sendo realizado pela primeira vez em nível continental na Ásia.

Os participantes, qualificados como obesos mórbidos, se dividem em duas equipes de oito integrantes cada e ficam confinados em um acampamento onde precisam cumprir um estrito programa de re-educação alimentar e intenso exercício físico.

A cada semana um participante é desclassificado. Quem emagrecer mais, no final, leva pra casa um prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 177 mil).

Facebook

A brasileira Martha Lai, de 19 anos, está competindo no time azul e, em um mês, já conseguiu perder 10 kg dos seus 127 kg originais. Ela espera chegar aos 85 kg.

“Ela luta contra o sobrepeso há muito tempo”, disse à BBC Brasil a mãe da participante, Dalva Sanches Ferreira.

“Isso (a obesidade) é um grande problema pra ela”, lamenta Dalva.

A comunidade brasileira em Hong Kong se mobilizou para torcer por Martha e tem feito uma campanha de apoio através do site Facebook.

Segundo o perfil de Martha na página oficial do programa, a jovem ganhou peso depois de descontar na comida as emoções do relacionamento complicado que tem com o pai.

O pai, chinês que hoje vive em Macau, não tem muito contato com a jovem e, segundo ela, ele “não parece se importar se estou viva ou morta”.

Quando se olha no espelho, Martha “deseja nunca ter nascido”, desabafa a competidora no site.

Negócio

The Biggest Loser vai ao ar na China, em Hong Kong e outros 16 países da Ásia num canal a cabo em inglês.

Durante os episódios, os telespectadores são convidados a seguir em casa as dicas práticas de emagrecimento e saúde passadas pelos especialistas aos competidores.

O programa, que explora o mote da superação pessoal, já é um grande negócio nos Estados Unidos, onde livros, DVDs e suplementos alimentares da marca Biggest Loser são amplamente comercializados.

Na internet, fóruns de discussão, blogs e páginas pessoais questionam a validade do show, que desnuda a fragilidade da auto-estima dos participantes.

“Eu detesto reality TV que machuca enquanto finge estar fazendo o bem social”, critica o internauta Jefferson Stolarship.

“Não ajuda em nada dizer que a pessoa está acabada e depois fazer um espetáculo sobre como melhora-la”, acredita Stolarship.

No entanto, o produtor-executivo do programa, Riaz Mehta, defende a competição.

“Esse show é sobre mudar estilos de vida sedentários e inspirar pessoas a adotar uma vida saudável com exercícios físicos”, diz Metha.

De acordo com os organizadores do programa, os participantes são acompanhados diariamente por uma equipe composta de treinadores, médicos, nutricionistas e psicólogos para dar apoio no processo de redução de peso e garantir que isso ocorra com “segurança”.

A Organização Mundial de Saúde considera o problema da obesidade uma epidemia global e estima que em 2017 cerca de 700 milhões de pessoas sofrerão da doença.

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