domingo, 20 de dezembro de 2009

Cientistas acham cratera submarina que pode ser de meteorito

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Imagens foram feitas com um sistema de sondagem com múltiplos raios (imagem: EMEPC)

Imagens foram feitas com sistema de sondagem especial (imagem: EMEPC)

Cientistas portugueses encontraram uma depressão no fundo do Oceano Atlântico, ao sul das ilhas de Açores, que dizem poder se tratar de uma formação resultante do impacto de um meteorito.

A depressão tem um formato circular, com seis quilômetros de diâmetro e uma ampla cúpula e, devido ao seu formato, foi chamada de "Ovo Frito".

Os cientistas calculam que a colisão ocorreu em algum momento nos últimos 17 milhões de anos.

"Para termos certeza, precisamos coletar amostras e fazer um perfil das camadas de sedimento para determinar se as formações são resultantes de um impacto", afirmou o cientista Frederico Dias, do grupo de pesquisa Estrutura de Missão Para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).

"Precisamos também verificar todos os sinais que são consistentes com um impacto de alta velocidade, como vidro gerado no derretimento e, claro, escombros; e os chamados cones estilhaçados (rochas que sofreram choque)", acrescentou o pesquisador em entrevista à BBC.

Os cientistas também encontraram outra formação semelhante, porém menor, a oeste da primeira formação.

Dias apresentou a descoberta do suposto impacto na Reunião de Outono da União Geofísica Americana em San Francisco, Estados Unidos, a maior reunião anual de cientistas especializados em geofísica.

Picos centrais

A cratera, identificado pela primeira vez durante uma análise para mapeamento da plataforma continental portuguesa, em 2008, está a uma profundidade de dois quilômetros abaixo do nível do mar, a cerca de 150 quilômetros do arquipélago de Açores.

A cúpula no centro da cratera - que seria a "gema" do Ovo Frito - tem cerca de três quilômetros de diâmetro e cerca de 300 m de altura.

Ela é cercada por uma vala em anel que fica de cerca 110 m abaixo do solo ao redor da cratera.

Os cientistas portugueses já descartaram a possibilidade de a formação ter origem vulcânica, pois eles não encontraram vestígio de fluxo de lava dentro da estrutura ou em seus arredores.

A segunda cratera encontrada pelos cientistas fica a oeste da primeira formação, entre três e quatro quilômetros de distância, e é bem menor.

"Fica bem ao lado. Se o 'Ovo Frito' é uma cratera, esta (formação) também pode ser uma", afirmou Frederico Dias.

A equipe de cientistas portugueses já tem uma terceira expedição à região marcada para o começo de 2010 e, nesta viagem, vão usar um veículo operado por controle remoto para tentar recolher amostras do fundo do mar para análise.

A apresentação dos detalhes a respeito da formação perto de Açores na reunião em San Francisco dividiu os cientistas participantes a respeito da teoria do impacto de um meteorito, de acordo com Dias.

"Mesmo se não for uma cratera formada por um impacto, ainda assim é uma formação interessante", afirmou o cientista português.

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