A sonda Cassini enviou mais dados que reforçam as suspeitas de que a lua Enceladus, de Saturno, abriga um mar subterrâneo sob o solo gelado, segundo um estudo publicado na revista científica Icarus.
Na última passagem pela Enceladus, a sonda detectou moléculas de água com carga negativa na atmosfera do satélite. Esse seria um forte indício da presença de água já que, na Terra, esses íons são encontrados em lugares onde existe água em movimento, como cachoeiras ou arrebentações de ondas no mar.
Não há ondas em Enceladus, mas o satélite possui uma região de grande atividade perto do seu pólo sul, onde vapor de água e partículas de gelo espirram por rachaduras na superfície e são projetados para o céu a grandes altitudes.
As novas medições, feitas com o espectrômetro Cassini Plasma Spectrometer (Caps), foram feitas quando a sonda mergulhou na névoa que cerca Enceladus em um voo rasante em 2008.
A Cassini já detectou sódio na névoa - um indício dos sais dissolvidos que poderia ser encontrado em qualquer massa de água em forma líquida que tenha estado em contato com rochas nas profundezas de um corpo celeste por um longo período.
"Embora a existência de água ali não seja uma surpresa, esses íons de vida curta são evidência extra de água sob a superfície", disse Coates. "E onde há água, carbono e energia, estão presentes alguns dos ingredientes mais importantes para que haja vida", acrescentou.
O Caps encontrou não apenas íons de água carregados negativamente mas também indícios de hidrocarbonetos carregados negativamente.
Anteriormente, já foram identificados hidrocarbonetos carregados positivamente em Enceladus pelo espectrômetro Ion and Neutral Mass Spectrometer (INMS).
O projeto Cassini é uma colaboração entre a agência espacial americana (NASA), a agência espacial européia (ESA) e a agência espacial italiana (ASI).
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