O município de Niterói, um dos mais afetados pelas chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias, registrou um novo deslizamento nesta quinta-feira e declarou Estado de calamidade pública.
Após o deslizamento no Morro do Bumba, na quarta-feira, que pode ter deixado pelo menos 200 pessoas soterradas, a prefeitura de Niterói informou que um novo desabamento soterrou três casas por volta das 16h horas desta quinta-feira na comunidade Jardim Esperança, na Estrada Francisco da Cruz Nunes.
Segundo a prefeitura, os moradores teriam conseguido escapar e o novo desabamento não causou vítimas.
O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, que havia decretado situação de emergência na quarta-feira, decretou Estado de calamidade pública no município.
De acordo com a prefeitura, a decisão foi tomada por conta do agravamento da situação em decorrência do aumento das enxurradas no município.
Além disso, o governo local designou uma Comissão Especial, responsável por fazer contratações emergenciais de profissionais, bens, serviços e obras para atender às necessidades da população afetada pelas chuvas.
De acordo com o boletim mais recente do Corpo de Bombeiros, divulgado às 22:38h, 182 pessoas morreram por causa das chuvas dos últimos dias no Estado: 107 em Niterói, 55 no Rio, 16 em São Gonçalo e quatro em outros municípios.
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Ajuda federal
Ainda nesta quinta-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, anunciou a liberação de R$ 200 milhões para atender as vítimas das enchentes e desabamentos no Estado do Rio.
Na quarta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, havia solicitado ao governo federal investimentos na ordem de R$ 370 milhões.
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"Estamos analisando todas as demandas, inclusive em função das novas ocorrências desta madrugada em Niterói", afirmou Guerra.
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Além da quantia, o governo federal anunciou a renovação da frota de ambulâncias e a entrega de kits de emergência com capacidade de atendimento para 75 mil desabrigados.
A Defesa Civil afirma que pelo menos 14 mil pessoas ficaram desalojadas desde o começo das enchentes desta semana no Rio. Cerca de 10 mil casas ainda estão em situação de risco.
Responsabilidade
Ainda nesta quinta-feira, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, afirmou que a entidade vai apresentar uma representação pedindo que o Ministério Público Federal investigue as responsabilidades pela tragédia provocada pelos temporais no Rio de Janeiro.
Segundo ele, os desabamentos no Morro do Bumba, em Niterói, não são consequência apenas das fortes chuvas, mas do fato de as casas atingidas terem sido construídas sobre um antigo lixão.
“A conivência acaba levando a esse tipo de desgraça”, disse ele.
A OAB quer ainda criar ainda uma comissão especial de advogados, dentro da própria entidade, para tratar especificamente do planejamento urbanístico das cidades brasileiras. O objetivo é contribuir para a prevenção de tragédias como a do Rio de Janeiro.
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