terça-feira, 25 de maio de 2010

Economia brasileira pode estar 'voando alto demais', diz 'Economist'

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Prédios em São Paulo (arquivo)

Muitos novos prédios estão sendo construídos em São Paulo

A revista britânica The Economist alertou em um artigo na edição desta semana que o nível de crescimento da economia brasileira pode se tornar insustentável.

Para a publicação, o fato de a economia brasileira pode estar crescendo em uma velocidade comparada ao crescimento chinês é um problema, pois "o Brasil não é a China".

"Pelo fato de (o Brasil) economizar e investir pouco, a maioria dos economistas acredita que a velocidade de crescimento deve ser limitada a 5% no máximo, para não entrar em colapso", diz a revista.

A Economist afirma que o problema, segundo os críticos, é que grande parte dos gastos adicionais do governo está se transformando em gasto permanente, e a economia está começando a "ficar parecida com um carro com o acelerador preso ao chão".

Segundo o artigo, as autoridades estão começando a se preocupar. No mês de abril o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, o primeiro aumento em quase dois anos, que fez com que os juros no país cheguem a 9,5% por ano.

Críticos do governo afirmam que a política fiscal frouxa faz com que a tarefa do Banco Central seja ainda mais difícil, aumentando o risco de que este crescimento acabe no próximo ano, com uma desaceleração acentuada.

Segundo a The Economist, as autoridades também tem esta preocupação.

O artigo diz que governo acabou com quase todas as isenções de impostos que tinha introduzido durante a recessão.

"No dia 13 de maio os ministros declararam que iriam cortar R$ 10 bilhões dos custos do governo federal em 2010. (...) Mas isto não significa pisar no freio. Os cortes são em um generoso orçamento aprovado pelo Congresso", afirma o artigo.

A The Economist cita o secretário de Política Econômica da Fazenda, Nelson Barbosa, ao afirmar que mesmo se o corte for implementado em sua totalidade, ele vai apenas diminuir a taxa de crescimento nos gastos do governo, mantendo-o constante ou um pouco menor como uma fatia do PIB (Produto Interno Bruto).

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