Pessoas com renda entre R$ 1.530 e R$ 5.100 já representam metade da população
Uma pesquisa inédita mostra o perfil da nova classe média brasileira, as pessoas com renda familiar entre R$ 1.530 e R$ 5.100. O grupo que representa essa fatia da população mudou muito nos últimos anos e hoje representa 95 milhões de pessoas, metade do Brasil. Segundo o instituto de pesquisa Data Popular, a entrada de milhões de brasileiros na sociedade do consumo nos últimos anos mudou o perfil dessa classe. E as empresas precisam se adaptar a uma forma de consumo particular.
Muitas vezes sem acesso aos mecanismos tradicionais de crédito, os consumidores da nova classe média improvisam. Para se livrar das altas taxas de juros cobradas em financiamentos no comércio e empréstimos nos bancos, a saída tem sido pegar o cartão de crédito emprestado de amigos ou parentes.
A operadora de telemarketing, Luisa Karla da Silva, por exemplo, nunca teve um cartão de crédito, mas usa o de uma amiga para parcelar suas compras.
- Hoje eu tenho um micro-ondas, sempre tive vontade de ter um micro-ondas.
Um jogo de cozinha também veio assim. Ela também admite que já caiu em tentação consumista, e está pagando um par de botas comprado a prestações no cartão emprestado.
Segundo a pesquisa, 22% dos consumidores da nova classe média emprestam o cartão de crédito. E 61% dos consumidores da nova classe C preferem as lojas de varejo para parcelar as compras. É que eles não se sentem à vontade nos bancos.
A criatividade também é uma marca dessa classe, em que 84% das pessoas têm telefone celular.
O promotor de vendas Grinaldo de Melo tem dois celulares e linhas de quatro operadoras, como uma forma de economizar. Ele diz que presta atenção às promoções de cada linha, para aproveitar as vantagens. Mas precisa tomar cuidado para não confundir o som.
- Eu separo as operadoras pelo tipo de toque.
São sons bem diferentes: o miado de um gato, o canto outro do bem-te-vi, um bebê chorando e um toque mais convencional de telefone.
O diretor do instituto de pesquisas Data Popular, Renato Meirelles, diz que o consumidor da nova classe média é totalmente diferente do consumidor mais rico.
- O consumidor da elite busca exclusividade, o consumidor popular busca inclusão e por isso ele precisa de lojas, de marcas e de produtos que conversem com essas necessidades. Ele precisa de um vendedor que explique muito mais porque que um produto funciona, de um atendimento muito mais próximo e de ser tratado com muito mais respeito. Portanto, o que a gente sabe é que todas as empresas que dão certo falando com o consumidor emergente são as que desenvolveram modelos de negócios próprios para o novo consumidor brasileiro.
Para se adaptar a esse novo cliente, a empresa CRM, que sempre fabricou chocolates para a classe, A decidiu abrir uma outra rede de lojas em bairros populares, com outra marca e preços mais baixos. A vice-presidente da empresa, Renata Vichi, sente a diferença.
- Diria até que é um público mais crítico, porque como ele está nesse movimento todo de se aculturar a essa nova forma de degustar chocolate, ele é um público bastante curioso, bastante interessado em entender.
Segundo Marcelo Nery, da Fundação Getúlio Vargas, foi o aumento da renda do trabalho que levou a esse aumento da renda da classe C.
- O emprego com carteira é o grande símbolo dessa classe média. Não é um sonho de consumo, é um sonho de trabalho, realizado. Ela sabe é senhora da sua vida individual, é, numa democracia, também senhora dos destinos do país. Então ela é muito dona, ela é dona da sua vida.
E essa classe não quer mais adiar nenhum sonho de consumo, diz Meirelles, do Data Popular.
- Ninguém tem o direito de falar pra um consumidor que nunca conseguia comprar e agora pode ter o primeiro consumidor em casa, pode ter um microondas pra ele esperar dois anos e pagar à vista. Só fala isso quem já tem o computador dentro de casa.
Uma pesquisa inédita mostra o perfil da nova classe média brasileira, as pessoas com renda familiar entre R$ 1.530 e R$ 5.100. O grupo que representa essa fatia da população mudou muito nos últimos anos e hoje representa 95 milhões de pessoas, metade do Brasil. Segundo o instituto de pesquisa Data Popular, a entrada de milhões de brasileiros na sociedade do consumo nos últimos anos mudou o perfil dessa classe. E as empresas precisam se adaptar a uma forma de consumo particular.
Muitas vezes sem acesso aos mecanismos tradicionais de crédito, os consumidores da nova classe média improvisam. Para se livrar das altas taxas de juros cobradas em financiamentos no comércio e empréstimos nos bancos, a saída tem sido pegar o cartão de crédito emprestado de amigos ou parentes.
A operadora de telemarketing, Luisa Karla da Silva, por exemplo, nunca teve um cartão de crédito, mas usa o de uma amiga para parcelar suas compras.
- Hoje eu tenho um micro-ondas, sempre tive vontade de ter um micro-ondas.
Um jogo de cozinha também veio assim. Ela também admite que já caiu em tentação consumista, e está pagando um par de botas comprado a prestações no cartão emprestado.
Segundo a pesquisa, 22% dos consumidores da nova classe média emprestam o cartão de crédito. E 61% dos consumidores da nova classe C preferem as lojas de varejo para parcelar as compras. É que eles não se sentem à vontade nos bancos.
A criatividade também é uma marca dessa classe, em que 84% das pessoas têm telefone celular.
O promotor de vendas Grinaldo de Melo tem dois celulares e linhas de quatro operadoras, como uma forma de economizar. Ele diz que presta atenção às promoções de cada linha, para aproveitar as vantagens. Mas precisa tomar cuidado para não confundir o som.
- Eu separo as operadoras pelo tipo de toque.
São sons bem diferentes: o miado de um gato, o canto outro do bem-te-vi, um bebê chorando e um toque mais convencional de telefone.
O diretor do instituto de pesquisas Data Popular, Renato Meirelles, diz que o consumidor da nova classe média é totalmente diferente do consumidor mais rico.
- O consumidor da elite busca exclusividade, o consumidor popular busca inclusão e por isso ele precisa de lojas, de marcas e de produtos que conversem com essas necessidades. Ele precisa de um vendedor que explique muito mais porque que um produto funciona, de um atendimento muito mais próximo e de ser tratado com muito mais respeito. Portanto, o que a gente sabe é que todas as empresas que dão certo falando com o consumidor emergente são as que desenvolveram modelos de negócios próprios para o novo consumidor brasileiro.
Para se adaptar a esse novo cliente, a empresa CRM, que sempre fabricou chocolates para a classe, A decidiu abrir uma outra rede de lojas em bairros populares, com outra marca e preços mais baixos. A vice-presidente da empresa, Renata Vichi, sente a diferença.
- Diria até que é um público mais crítico, porque como ele está nesse movimento todo de se aculturar a essa nova forma de degustar chocolate, ele é um público bastante curioso, bastante interessado em entender.
Segundo Marcelo Nery, da Fundação Getúlio Vargas, foi o aumento da renda do trabalho que levou a esse aumento da renda da classe C.
- O emprego com carteira é o grande símbolo dessa classe média. Não é um sonho de consumo, é um sonho de trabalho, realizado. Ela sabe é senhora da sua vida individual, é, numa democracia, também senhora dos destinos do país. Então ela é muito dona, ela é dona da sua vida.
E essa classe não quer mais adiar nenhum sonho de consumo, diz Meirelles, do Data Popular.
- Ninguém tem o direito de falar pra um consumidor que nunca conseguia comprar e agora pode ter o primeiro consumidor em casa, pode ter um microondas pra ele esperar dois anos e pagar à vista. Só fala isso quem já tem o computador dentro de casa.
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