sábado, 22 de maio de 2010

Dalai Lama conversa pela 1ª vez com a China pelo Twitter

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Dalai Lama (arquivo)

Durante uma hora, o Dalai Lama respondeu a 300 perguntas

O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, conversou pela primeira vez com pessoas dentro da China por meio do site de microblogging Twitter.

O site é proibido pelas autoridades chinesas, mas estima-se que dezenas de milhares de chineses conseguem contornar as restrições.

De acordo com o repórter da BBC Genc Lamani, a sessão do Dalai Lama no Twitter durou uma hora e ocorreu em um hotel de Nova York, durante uma visita do líder espiritual tibetano aos Estados Unidos.

Com a ajuda de um intérprete chinês, o Dalai Lama respondeu cerca de 300 questões.

Ele enviou mensagens de crítica a respeito das políticas do governo chinês no Tibete, afirmando que foi o governo chinês quem criou as tensões na região, não o povo.

O Dalai Lama também afirmou que a linguagem e a cultura do Tibete estão enfrentando uma crise devido ao fluxo de chineses da etnia han que chegam à região.

A China, por sua vez, afirma que a Dalai Lama tenta destruir a soberania do país ao pressionar pela independência do Tibete.

O líder espiritual budista afirma que quer apenas uma autonomia significativa.

O Dalai Lama fugiu para a Índia quando tropas chinesas reprimiram uma tentativa de levante no Tibete, há mais de 50 anos.

Economista passa 18 meses vivendo sem dinheiro e diz que nunca foi tão feliz

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Mark Boyle

Boyle vive em um trailer que ganhou de graça

Um economista britânico que passou os últimos 18 meses vivendo sem dinheiro está lançando um livro em junho contando a sua experiência (The Moneyless Man, ou O Homem Sem Dinheiro, em tradução livre) e diz que nunca foi tão feliz ou tão saudável.

Mark Boyle começou seu experimento em novembro de 2008, aos 29 anos, com o objetivo de chamar a atenção para o excesso de consumo e desperdício na sociedade ocidental.

Na ocasião, ele se mudou para um trailer que ganhou de graça no site de trocas britânico Freecycle e passou a trabalhar três dias por semana em uma fazenda local em troca de um lugar para estacionar o trailer e um pedaço de terra para plantio de subsistência.

Dezoito meses depois ele afirma que não pensa em voltar a usar dinheiro e que, com o que ganhar com a venda do livro, pretende comprar um pedaço de terra para montar uma comunidade em que outras pessoas que queiram viver sem dinheiro, como ele, possam morar.

“Foi o ano mais feliz da minha vida”, disse Boyle, 12 meses depois de começar a experiência, “e não vejo nenhum motivo para voltar a um mundo orientado pelo dinheiro”.

“Foi libertador. Há desafios, mas não tenho o estresse de uma conta bancária, contas, engarrafamentos e longas horas em um trabalho do qual que não gosto.”

A parte mais difícil, conta ele, foi manter uma vida social sem dinheiro, mas ainda assim ele classifica o ano como tendo sido “fantástico”.

Boyle continua a viver no trailer em Timsbury, no sudoeste da Inglaterra, onde cozinha em um fogão de lata movido a lenha e colhe comida nas florestas, além de plantar alguns legumes para seu próprio consumo.

Ele também construiu um banheiro séptico – uma fossa - do lado de fora do trailer, onde um biombo de madeira garante sua privacidade.

Para garantir a eletricidade, Boyle usa painéis solares. Ele também usa um chuveiro solar – um saco de água coberto de preto, que esquenta sob o sol.

Boyle tem acesso à internet de banda larga em troca de serviços em uma fazenda próxima, e criou o site Just For The Love of It (“Só por amor”, em tradução livre), onde promove a troca de serviços e empréstimo de objetos e ferramentas entre seus membros, pela simples “bondade”.

Sua ideia é que as pessoas passem a confiar mais umas nas outras e comecem a se ajudar e trocar favores.

Ao começar a experiência, Boyle disse acreditar que “a falta de relação que temos do que consumimos é a primeira causa da cultura de desperdício que vivemos hoje”.

“Se tivéssemos que plantar nossa própria comida, não desperdiçaríamos um terço dela.”

Sua mensagem, diz ele, é: “consuma um pouco menos”.

“Não espero que ninguém vá ao extremo do que fiz neste ano, mas temos questões como o ponto sem retorno das mudanças climáticas chegando, e acredito que temos que levar essas coisas a sério.”

“Então, use menos recursos, use menos dinheiro e um pouco mais de comunidade. Essa, provavelmente, a mensagem que eu daria.”

BP afirma que está retirando menos petróleo do que o estimado do vazamento

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Petróleo já começa a chegar na costa da Louisiana

Petróleo já começa a chegar na costa da Louisiana

A petroleira British Petroleum (BP) afirmou que a quantidade de petróleo recuperada da tubulação danificada depois que uma plataforma afundou no Golfo do México pode ser menor do que a estimada.

A BP informou que recuperou 2,2 mil barris de petróleo na quinta-feira. Antes, a companhia havia informado que tinha recuperado 5 mil barris de petróleo.

"O fluxo muda, não é constante", disse o porta-voz da BP John Curry na sexta-feira à agência de notícias Reuters.

Na quinta-feira, outro porta-voz, Mark Proegler, afirmou à agência de notícias AFP que a BP estava coletando 5 mil barris por dia.

Estimativas de analistas independentes apontam que a perda de petróleo pode ser dez vezes maior que 5 mil barris diários.

Fechamento

A BP prometia fazer no domingo uma operação para fechar o vazamento. Mas o chefe de operações da petroleira, Doug Suttles, disse nesta sexta-feira que a operação poderá ocorrer apenas na próxima semana, possivelmente na terça-feira.

Na operação de fechamento a BP injetaria lama pesada para bloquear o fluxo de petróleo e, depois, cimento, para bloquear a tubulação permanentemente.

O vazamento começou em 20 de abril, quando uma plataforma de petróleo no Golfo do México explodiu e afundou, deixando 11 mortos.

A mancha de óleo resultante já chegou a praias a 90 km do local do acidente. O óleo atingiu a costa do Estado de Louisiana.

As autoridades temem que o petróleo continue destruindo ecossistemas das zonas alagadas no Delta do Mississipi.

Há também temores de que as correntes marinhas levem a poluição para a Flórida.

Acidente aéreo deixa cerca de 160 mortos na Índia

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Avião acidentado da Air India Express

Avião se partiu em dois depois de se chocar contra árvores

Um Boeing 737 da empresa aérea Air India Express, com 166 pessoas a bordo, caiu e pegou fogo na manhã deste sábado, hora local, quando tentava pousar no aeroporto da cidade de Mangalore, sul da Índia, vindo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Segundo a empresa, sete passageiros sobreviveram. Teme-se que as outras 159 pessoas a bordo tenham morrido.

O avião entrou em chamas quando tentava pousar na pista do aeroporto e errou o alvo, indo parar em uma floresta em um vale, no fim da pista.

Segundo o correspondente da BBC em Delhi, Sanjoy Majumder, todos os passageiros a bordo eram indianos e a maioria eram trabalhadores migrantes que voltavam para casa. Entre eles havia crianças.

Sobreviventes disseram ter ouvido um forte estrondo, semelhante ao barulho de um pneu estourando, pouco antes de o avião bater.

Falando à TV indiana de sua cama, no hospital, o sobrevivente Umer Farooq afirmou que ouviu um estrondo quando a nave tocou o solo.

“Aí o avião se desviou em direção a algumas árvores próximas e a cabine se encheu de fumaça. Fiquei preso em alguns cabos, mas consegui escapar”, disse ele.

Farooq estava sendo tratado depois de ter sofrido queimaduras nos braços, pernas e rosto.

Acesso difícil

A companhia aérea – uma subsidiária da empresa estatal Air India, mas com passagens de baixo custo – afirmou que o avião se chocou contra as árvores quando tentava pousar, as 06h00, hora local (21h30 em Brasília).

Chovia na hora do acidente.

O aeroporto de Mangalore fica no alto de uma colina com vales cobertos de florestas no fim e em volta da pista de pouso. Segundo analistas, pousar no local representa um desafio para pilotos.

As imagens de TV mostraram equipes de resgate e moradores locais subindo a colina para buscar sobreviventes entre os escombros do avião, de onde ainda saía fumaça.

Um oficial da polícia de Mangalore disse à BBC que a fumaça no local dificultou ainda mais o acesso ao avião pelas equipes de resgate.

O superintendente da polícia de Mangalore, Subramaneshwar Rao afirmou que “as chances de se encontrar algum sobrevivente são muito poucas já que a maior parte do avião foi queimada”.

Outro oficial da polícia disse à BBC que, até agora, 120 corpos já foram retirados do local.

Outro sobrevivente, KP Manikutty, disse que a aterrissagem, em princípio, parecia correr bem, quando o avião se chocou contra as árvores, inesperadamente.

“Imediatamente após tocar o solo o avião balançou e pouco depois se chocou contra alguma coisa”, disse ele.

“Aí, ele se partiu ao meio e pegou fogo. Eu pulei pela abertura”, acrescentou.

Segundo a mídia local, o piloto foi identificado como o sérvio Zlatko Glusica. Ele teria 10 mil horas de voo, inclusive experiência com o aeroporto de Mangalore.

Ainda não se sabe o que teria causado o acidente. O piloto não enviou qualquer mensagem de socorro para a torre de controle, afirmou VP Agarwal, diretor da Autoridade de Aeroportos da Índia.

Segundo ele, a visibilidade não era problema. “A visibilidade era de 6km quando o avião se aproximou da pista, o que é mais do que suficiente”, afirmou.

O avião não tinha mais do que três anos e este foi o primeiro acidente da companhia, fundada há cinco anos.

O histórico de segurança aérea na Índia é bom, apesar do rápido crescimento de companhias privadas no país, na última década.

O último grande acidente aéreo na Índia ocorreu na cidade de Patna em julho do ano 2000, quando 50 pessoas morreram.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tarifa de celular no Brasil é a mais cara da América Latina

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Pior situação está na modalidade pré-paga, cujo minuto custa o dobro do pós-pago

Aconteceu ontem (18/5) na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados uma audiência pública para discutir as tarifas de telefonia móvel praticadas no país. Apesar de não poder comparecer ao evento, o Idec enviou suas contribuições ao debate.

Na carta enviada aos parlamentares, o Instituto apontou que o consumidor brasileiro ainda paga muito para ter uma linha de celular e, por conta dos preços altos das ligações, usa pouco o serviço.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008, a tarifa média de celular pós-pago na região sudeste era de R$0,64 o minuto, para ligações entre a mesma operadora, e R$ 0,69 o minuto para operadora diferente. Para os pré-pagos, que correspondem a mais de 80% das linhas ativas no Brasil, o valor dobra: na mesma região e período, o preço médio do minuto pré-pago entre a mesma operadora era R$1,20 e R$1,23 entre operadoras diferentes.

Na modalidade pré-paga os valores praticados pelas operadoras no Brasil são superiores aos de outros países latino-americanos e o preço alto se reflete num baixo uso das linhas. De acordo com a pesquisa Global Wireless Matrix 2008, no Brasil, o assinante pré-pago fala, em média, 70 minutos por mês. No Chile, onde a tarifa por minuto corresponde a R$ 0,43, os usuários da mesma modalidade falam ao celular em média 150 minutos por mês. Segundo o mesmo estudo, a média de uso total do Brasil, somando os assinantes pós e pré-pagos, é de 85 minutos falados por mês, a quarta mais baixa do mundo, atrás apenas do Peru, do Marrocos e das Filipinas.

A explicação para o preço alto pode estar na ausência de uma regulamentação mais forte no setor. `Como a telefonia móvel é prestada em regime privado, as tarifas são definidas pelas próprias operadoras, que apenas comunicam os preços ao órgão regulador. Já na telefonia fixa, os reajustes são definidos pela Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações]`, aponta Estela Guerrini, advogada do Idec.

Respeito ao consumidor

Apesar de pagar caro, o consumidor brasileiro não conta com boa qualidade, já que a telefonia móvel figura entre os setores mais reclamados nos órgãos de defesa do consumidor.

Para o Idec, a portabilidade numérica (que permite que o consumidor troque de operadora e mantenha seu número) e disputa de pelo menos quatro empresas no setor, apesar de positivas, são insuficientes para garantir qualidade aos consumidores. `Se todos os serviços são ruins, todos os atendimentos inadequados e todos os preços são altos, os problemas enfrentados pelos consumidores permanecem`, destaca Guerrini.

Assim, junto com a concorrência, é imprescindível mais respeito por parte das empresas às normas mais básicas de proteção ao consumidor e são essenciais medidas preventivas e repressivas por parte da Anatel para que todos os direitos dos consumidores sejam respeitados.

Britânico que ganhou R$ 26 mi na loteria quer emprego de lixeiro de volta

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Michael Carroll

Michael Carroll disse que gastou todo o dinheiro ganho na loteria

Um inglês que ganhou 9,7 milhões de libras (cerca de R$ 26 milhões) na loteria oito anos atrás quer de volta seu emprego de lixeiro depois de ter gastado toda a sua fortuna.

Michael Carroll, de Norfolk, na Inglaterra, tinha 19 anos quando ganhou o prêmio, em novembro de 2002.

Na ocasião, ele foi apelidado de “grosseirão da Lotto” pelos tabloides por causa de seu histórico de problemas com a Justiça. Ele ainda era monitorado pelas autoridades penitenciárias com uma etiqueta eletrônica - depois de ser condenado por bebedeira e desordem pública - quando foi receber o prêmio.

Ele agora colocou sua casa de seis quartos à venda e está tentando voltar ao antigo emprego para poder sustentar as duas filhas.

A empresa Veolia, que controla a limpeza das ruas na região, no entanto, afirmou que não está contratando novos lixeiros no momento.

Carroll disse à BBC que fez com o dinheiro o que, segundo ele, qualquer garoto de 19 anos faria se ganhasse 9,7 milhões de libras: gastou-o.


A vida de Michael Carroll

  • Novembro de 2002: Carroll ganha 9,7 milhões de libras na loteria enquanto era monitorado pelas autoridades penitenciárias por ter cometido desordens quando estava bêbado.
  • Dezembro de 2002: Ele é multado em 1.300 libras (cerca de R$ 3.500) por não ter pago dois bilhetes de trem no valor de cinco libras cada.
  • Junho de 2003: multado em 12 mil libras (cerca de R$ 32 mil) por ter recebido quase 330 libras (R$ 894) em seguro desemprego quando trabalhava de lixeiro.
  • Julho de 2004: Preso por cinco meses por desobedecer uma ordem judiciária.
  • Fevereiro de 2006: Condenado a nove meses de prisão depois de admitir a acusação de causar desordem.
  • Janeiro de 2007: condenado a dois anos de serviços comunitários por agredir passageiros de trens.

Ele afirma que não se arrepende de nada e lembra, como pontos altos da vida de milionário, as viagens, prostitutas e o dinheiro. Entre os pontos baixos está o vício em crack, que ele conta já ter superado.

“Fiz o que fiz, me diverti, tenho duas filhas lindas, não preciso de mais nada.”

O ex-milionário diz que quer voltar a ser lixeiro porque foi o “melhor emprego” que ele já teve.

“Trabalhava do lado de fora, me divertia com as pessoas na rua”.

Em 2006, quando Carroll foi condenado por tumulto em Norwich, o tribunal ouviu que ele havia cometido mais de 42 ofensas criminais desde 1997.

No passado, ele admitiu à BBC ter gasto 1,2 milhão de libras de sua fortuna (cerca de R$ 3,2 milhões) em cocaína, antes de se livrar do vício.

Ao aconselhar outros jovens que recebam tanto dinheiro quanto ele, Carrol falou: “boa sorte. Não confiem em ninguém, nem na sua família”.

Estudo associa uso de Viagra a perda de audição

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Médicos recomendam procurar ajuda logo para evitar danos permanentes

Um estudo da universidade do Alabama, nos Estados Unidos, descobriu que homens que usam Viagra e possivelmente outros remédios contra disfunção erétil, como Cialis e Levitra, têm duas vezes mais riscos de perda de audição em longo prazo.

Os resultados da análise de mais de 11,5 mil casos de homens com mais de 40 anos foram publicados na última edição da revista especializada Archives of Otolaryngology-Head and Neck Surgery, embora os autores destaquem que são inconclusivos.

"A partir dessas descobertas, parece que a advertência atual do governo (americano) sobre perda de audição e uso de medicamentos PDE-5i (inibidores da fosfodiesterase do tipo 5) é pertinente", afirmou o autor do estudo, Gerald McGwin.

"Embora o estudo tenha limitações, é prudente que pacientes usando esses medicamentos sejam advertidos sobre sinais e sintomas de deficiência auditiva e incentivados a procurar atenção médica imediata para se prevenir contra danos potencialmente permanentes."

Advertência nos EUA

A advertência atual da Food and Drug Administration (FDA) foi feita em 2007, que regulamenta o uso de medicamentos nos Estados Unidos, após a divulgação de vários estudos que reforçavam a relação entre perda de audição e uso de drogas PDE-5i como o Viagra.

O estudo atual, segundo McGwin, é o primeiro epidemiológico a avaliar a relação entre o uso destas drogas e a perda de audição em longo prazo.

Os dados de 11.525 acima de 40 anos que afirmaram usar medicamentos PDE-5i foram recolhidos pelo governo entre 2003 e 2006.

De acordo com McGwin, a relação entre o uso de medicamentos e a perda de audição é mais evidente em homens que usam drogas à base de sildenafil (Viagra), do que tadalafil (Cialis) ou vardenafil (Levitra).

Em parte, isso pode se dever ao fato de que a amostra de homens usando as duas últimas drogas é menor.

Hipertensão pulmonar

McGwin afirma que os resultados mostram que há uma elevação na perda de audição entre os usuários de tadalafil e vardenafil, mas ela não é "estatisticamente relevante".

As drogas PDE-5i foram desenvolvidas inicialmente para tratar de hipertensão pulmonar, mas hoje são amplamente usadas em tratamentos de disfunção erétil.

"As medicações PDE-5i atuam em pacientes com disfunção erétil ao aumentar a circulação de sangue em certos tecidos do corpo. Existem hipóteses de que possam provocar um efeito semelhante em tecidos do ouvido, onde um aumento de circulação poderia potencialmente levar a danos na audição."

Entre as limitações do estudo, citadas pelo próprio autor, estão a amostragem limitada de usuários de tadalafil e vardenafil, a possível falta de precisão nas informações sobre a frequencia no uso do medicamento e pré-condições que poderiam contribuir para a perda de audição.

McGwin recomendou a realização de mais estudos sobre os riscos das PDE-5i.

Solidão pode ser tão nociva quanto o cigarro, diz especialista

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Para especialista o isolamento social pode alterar funções do cérebro

O isolamento social prejudica a saúde e pode ser tão nocivo quanto fumar, de acordo com o pesquisador John Cacioppo, professor de psicologia da Universidade de Chicago e um dos mais renomados pesquisadores sobre solidão dos Estados Unidos.

Um novo estudo realizado por Cacioppo e outros pesquisadores da Universidade de Chicago indica que a solidão afeta o comportamento das pessoas e a forma como seus cérebros funcionam.

A pesquisa, apresentada durante a conferência anual da American Association for the Advancement of Science (AAAS), utilizou exames de ressonância magnética (fMRI) para estudar as conexões entre isolamento social e atividade cerebral.

Os especialistas verificaram que, em pessoas mais sociáveis, uma região do cérebro conhecida como estriato ventral ficou muito mais ativa quando elas observavam imagens de pessoas em situações agradáveis. O mesmo não ocorreu nos cérebros de pessoas solitárias.

O estriato ventral, crucial para o aprendizado, é uma região importante do cérebro, ativada por estímulos que os especialistas chamam de recompensas primárias (como a comida) e recompensas secundárias (como o dinheiro). A convivência social e o amor também podem ativar a região.

Empatia

Os especialistas também verificaram que uma outra região do cérebro, associada à capacidade de empatia com o próximo, ficou muito menos ativa entre os solitários do que nos mais sociáveis quando observavam imagens de pessoas em situações desagradáveis.

"Devido aos sentimentos de isolamento social, indivíduos solitários podem ser levados a buscar um certo conforto em prazeres não sociais", disse Cacioppo. O professor cita como exemplos comer ou beber demais.

De acordo com reportagem sobre o estudo publicada pelo jornal britânico Daily Telegraph, a solidão prejudica a imunidade, provoca depressão, aumenta o estresse e a pressão sanguínea e também aumenta as chances de uma pessoa desenvolver o Mal de Alzheimer.

Indivíduos solitários tendem a ter menos motivação e menos perseverança, o que dificulta a adoção de dietas mais saudáveis e a prática de exercícios. Segundo Cacioppo, um em cada cinco americanos sente solidão.

Voluntárias

O especialista é um entre cinco autores de um artigo publicado na edição mais recente da revista científica Journal of Cognitive Neuroscience.

Como parte do estudo, 23 estudantes do sexo feminino foram testadas para determinar quão solitárias elas eram.

Depois, enquanto seus cérebros eram monitorados com exames de ressonância magnética, as participantes observaram imagens de situações desagradáveis (como conflitos humanos) e de situações agradáveis (pessoas felizes).

Entre as voluntárias classificadas como solitárias, verificou-se uma menor probabilidade de atividade intensa no estriato ventral quando elas observavam pessoas se divertindo.

Embora a solidão possa influenciar a atividade cerebral, a pesquisa também sugere uma relação inversa, ou seja, que a atividade no estriato ventral pode levar a sentimentos de solidão, segundo o pesquisador Jean Decety, outro autor do estudo.

"O estudo levanta a possibilidade intrigante de que a solidão pode ser o resultado de uma redução na atividade associada à recompensa no estriato em resposta a estímulos sociais", disse Decety.

Ao tentar explicar ao jornal Daily Telegraph as razões por trás de um mecanismo como esse nos seres humanos, Cacioppo mencionou as teorias do biólogo britânico Charles Darwin: a necessidade de conexão com o outro teria suas raízes na evolução da espécie.

Para sobreviver e criar seus filhos, humanos tiveram de se unir, diz o pesquisador. Altruísmo e cooperação ao longo da evolução humana permitiram que a espécie florecesse.

A solidão, como a dor física, teria evoluído nos humanos de forma a produzir uma mudança no comportamento. Esse mecanismo, de acordo com Cacioppo, sinaliza a necessidade ancestral do homem de se agregar socialmente.