A atual onda de calor na Grã-Bretanha só confirma que tudo é relativo na vida. Basta os termômetros londrinos chegarem perto dos 30 graus e as manchetes dos jornais já falam de "milhares de vidas em risco por causa das altas temperaturas".
O nível de alarmismo pode parecer exagerado para quem, como nós brasileiros, já passou por verdadeiras ondas de calor, debaixo de sol escaldante.
Mas Londres não está preparada para o calor e muitos escritórios, ônibus, trens e metrôs não têm ar-condicionado e viram um inferno em dias como esses. Além disso, os ingleses, acostumados com chuva e tempo nublado, correm para torrar no sol assim que ele aparece.
Em 2003, numa onda de calor que durou nove dias e alcançou a temperatura de 38 graus, o recorde na Grã-Bretanha, houve cerca de 3 mil mortes além do número de óbitos normalmente registrado.
Segundo autoridades médicas, um fator que contribui para o alto número de mortes devidas ao calor é que os britânicos se preparam para o sol quando viajam, mas quando estão aqui acham que podem seguir com a rotina e abrir mão do protetor solar, das roupas leves e de beber muita água.
Na verdade, é tudo questão de costume. Nós brasileiros, aproveitamos qualquer temperatura abaixo dos 20 graus para tirar do armário as botas e jaquetas de couro.
Meu pai, que visitava Londres pela primeira vez na semana passada, já prometeu que nunca virá para cá no inverno. "Se no verão já faz esse frio!"
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