A gigante de softwares Google está desenvolvendo um sistema operacional para computadores pessoais, em um desafio direto ao líder de mercado, o Windows, desenvolvido pela Microsoft.
O Google Chrome OS (operating system) será voltado inicialmente para netbooks, computadores portáteis menores, mais baratos e com menos recursos que os laptops.
Máquinas equipadas com o Google Chrome OS devem estar no mercado em meados do ano que vem. A idéia é, no futuro, usar o sistema operacional também em PCs.
"Rapidez, simplicidade e segurança são os aspectos-chave do Google Chrome OS", anunciou a empresa em seu blog oficial. Segundo a Google, o sistema operacional será uma "extensão natural" do seu navegador de internet, Chrome.
O novo sistema operacional será um software de código aberto (open source). Para a Microsoft, a notícia vem poucos meses antes do lançamento da nova versão do seu sistema, o Windows 7.
Volta aos princípios
Os autores do post, Sundar Pichai, vice-presidente de produtos do Google, e Linus Upson, diretor-engenheiro da empresa, disseram que o novo sistema foi desenhado "para ser rápido e leve, iniciar e levá-lo para a internet em questão de segundos".
"Os sistemas operacionais que os usuários têm à disposição foram desenhados em uma era em que não havia a rede", eles argumentaram, acrescentando que o Chrome OS é "nossa tentativa de repensar o conceito de sistemas operacionais".
A pesquisa levou os programadores de volta aos princípios, afirmaram. "Estamos redesenhando completamente a arquitetura de segurança subjacente do sistema, de forma que os usuários não tenham que lidar com vírus, programas malignos e atualizações de segurança."
Para a Google, um sistema operacional "tem simplesmente que funcionar".
A gigante de software já possui um sistema operacional para telefones celulares, que também pode ser usado em netbooks. O Chrome OS será voltado também para laptops e computadores de mesa de usuários que passam muito tempo conectados.
Competitividade
O anúncio pode mudar dramaticamente o mercado de sistemas operacionais, especialmente o nicho da Microsoft, cuja participação nele é de cerca de 90%.
"Este é um grande anúncio", disse um analista, Rob Enderle, presidente do grupo Enderle. "É a primeira vez que temos no mercado um sistema operacional competitivo de fato. Este tem o potencial de balançar as coisas e é a primeira tentativa real de fazer frente à Microsoft."
O analista disse à BBC que "a Google está chegando (neste nicho) de cabeça fresca", e que o Chrome OS "é o primeiro sistema operacional pós-internet, baseado em uma série de serviços da web, desenhado de baixo para cima e repensado para um mundo conectado".
No ano passado, a empresa lançou seu navegador Chrome, anunciado como para "pessoas que vivem na web - procurando informações, checando emails, acompanhando as noticias, comprando ou simplesmente mantendo o contato com os amigos".
Para Stephen Shankland, da CNET, o lançamento tem grandes implicações.
Isto é a Google soltando a mãe de todas as bombas sobre sua rival, a Microsoft.
MG Siegler, do blog TechCrunch
"Uma é mostrar quão séria é a proposta da Google de tornar a rede uma base não apenas para páginas estáticas, mas aplicativos ativos, especialmente os seus próprios, Google Docs e G-mail", ele afirmou.
"Outra é iniciar uma nova competição com a Microsoft e, potencialmente, dar uma nova razão para autoridades de regulação da concorrência prestarem atenção aos passos da Google."
Para outros analistas, as motivações da Google são bastante claras.
"Um dos principais objetivos da Google é tirar a Microsoft (do mercado), destruir sistematicamente a sua participação no mercado", disse Enderle. "A Google quer eliminar a Microsoft e esta é uma batalha única. A estratégia é boa. A grande questão é: será que vai funcionar?"
Em um blog popular, TechCrunch, o autor de uma postagem sobre o tema, MG Siegler, disse que é preciso "ser claro sobre o que isto realmente é".
"Isto é a Google soltando a mãe de todas as bombas sobre sua rival, a Microsoft."
A companhia de Bill Gates deve lançar o seu Windows 7 no fim deste ano para substituir o Windows Vista e o Windows XP, que já tem oito anos. Segundo a empresa, hoje 96% dos netbooks funcionam com Windows.
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