O regime militar da Argentina censurou pelo menos seis músicas de Roberto Carlos, entre elas Desayuno (versão em espanhol de Café da Manhã), durante o período da ditadura, nos anos 70.
Um documento divulgado pelas autoridades argentinas lista cerca de 150 canções censuradas para a radiodifusão durante o período e inclui ainda músicas de Donna Summer, Rod Stewart, Eric Clapton e Pink Floyd.
A lista inclui canções de protesto mas, em grande parte, inclui também canções de teor supostamente sexual, ou que falam sobre o uso de drogas, como Cocaine, de Eric Clapton.
O documento foi divulgado pelo Comitê Federal de Radiodifusão (Comfer), o órgão estatal que controla o funcionamento e os conteúdos das emissoras de rádio e TV do país.
O chefe do órgão, Gabriel Mariotto, disse à BBC Mundo que a lista foi encontrada em um escritório do Comfer, quando se arquivavam outros documentos.
"Quando apareceu esta lista de temas censurados, me pareceu muito importante levá-la a público", disse Mariotto.
Censura
Além de Desayuno, as canções Tu Cuerpo, El Progreso, Los Botones, Ilegal, Imoral ou Engorda e Se busca, também de Roberto Carlos, foram censuradas ou classificadas como não aptas a serem tocadas durante o horário de "proteção ao menor", em que crianças e jovens poderiam estar escutando rádio.
Sob o título "canções cujas letras se consideram não aptas para ser difundidas pelos serviços de radiodifusão", estão incluídos outros clássicos da música internacional, como Light My Fire, do The Doors e Je T'aime... Moi Non Plus, do francês Serge Gainsbourg.
Além das músicas românticas, vários autores das chamadas "canções de protesto", como o chileno Victor Jara, a americana Joan Baez e o espanhol Victor Manuel aparecem entre os censurados.
Entre os argentinos, estão incluídos Leon Gieco e Maria Elena Walsh, cujas músicas se converteram em um hino à resistência.
E nem mesmo o tango escapou da censura argentina. La Bicicleta Blanca, de Astor Piazolla e Horacio Ferrer se encontra entre as músicas censuradas.
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