domingo, 23 de agosto de 2009

Mercadante diz que errou ao anunciar "renúncia irrevogável"

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Após a repercussão negativa de sua decisão em permanecer na liderança do PT no Senado, mesmo tendo dito que sua renúncia era irrevogável, Aloizio Mercadante (SP) publicou oito mensagens no site de microblogs Twitter para justificar a decisão. "Errei ao dizer que anunciaria uma renúncia irrevogável mas gostaria q vocês conhecessem as razões mais profundas q me levaram a essa decisão", diz o senador no microblog.

Mercadante pensou em deixar a liderança, segundo interlocutores, após ser desautorizado pelo partido na votação do Conselho de Ética, em que foram rejeitados os recursos contra o arquivamento das 11 denúncias e representações apresentadas contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na quinta-feira, Mercadante anunciou sua saída, mas recuou após apelo do presidente Lula. "O presidente disse que sou imprescindível, apesar das divergências diante da postura do PT e do governo frente à crise do Senado", conta o senador no microblog.

"Não posso concordar com sua renúncia da liderança da bancada do PT", diz o presidente Lula em carta, divulgada no site do senador e no Twitter. "A bancada e eu consideramos você, Mercadante, imprescindível para a liderança." No pronunciamento feito na sexta-feira, Mercadante falou em frustração e descrença política ao lembrar o episódio no Conselho de Ética. Disse que sempre foi favorável à investigação dos atos secretos porque contrariam o princípio constitucional da igualdade e da transparência, mas defendeu uma investigação respeitando o direito de defesa.

Os senadores do Conselho de Ética engavetaram, na quarta-feira, por nove votos a seis, os 11 recursos contra o presidente do Senado. As 11 acusações haviam sido arquivadas sumariamente pelo presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney.

Ele alegou que todas as denúncias são baseadas em notícias de jornais e nenhum documento foi anexado para embasar a acusação. A oposição recorreu dos 11 arquivamentos e, por isso, eles foram a votação nesta quarta-feira, sendo vetados definitivamente. Os votos dos senadores do PT, que estavam indefinidos até o início da reunião, determinaram o resultado.

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