O dólar caiu e fechou abaixo de R$ 1,80 ontem, no menor patamar em um ano, atento a ingressos de recursos e ao recuo da moeda americana no exterior. Interrompendo o movimento de alta das últimas três sessões, o dólar registrou baixa de 0,99% no encerramento, a R$ 1,799 na venda. Na mínima do dia, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 1,797.
"Hoje o que se viu foi fluxo positivo, o que levou a um movimento mais forte de vendas. O mercado está em compasso de espera pelos IPOs, e isso também contribuiu", avaliou o diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo.
Analistas têm ressaltado a expectativa de investidores por mais entradas de recursos no mercado local, especialmente via ofertas de ações e emissões de dívida.
Entre as companhias que planejam ofertas de ações primárias ou secundárias estão Tivit, Multiplan, Rossi, PDG Realty e Santander Brasil, cujo IPO pode alcançar até R$ 15,6 bilhões, um dos maiores do mundo.
"O mercado está muito ofertado", resumiu o operador de câmbio de um importante banco nacional.
A baixa do dólar no cenário externo também ajudava a valorizar o real. Frente a uma cesta com as seis principais divisas globais, a moeda americana cedia 0,9% no final da tarde e caía ao menor nível diante do euro.
O dólar também recuava ante moedas de países emergentes, com o rublo russo e o rand sul-africano exibindo forte alta.
Nos mercados acionários, o viés otimista prevalecia, com a sensação de que a retomada da economia pode estar ganhando força. As atenções estavam voltadas para a renião do Federal Reserve (FED, o banco central americano), que na quarta-feira anuncia como fica a política monetária dos Estados Unidos.
Os índices em Wall Street subiam, enquanto o Ibovespa avançava 1,3% no encerramento das operações no mercado de câmbio doméstico.
O bom desempenho das commodities deu mais combustível à queda da moeda americana. Em Nova York, os futuros do petróleo fecharam em alta de 2,6%. Logo após o leilão diário de compra do Banco Central as cotações recuaram mais ainda. Segundo operadores, isso ocorreu porque os bancos liberaram dólares ao mercado depois de segurarem parte deles durante o dia. Essa "desova" permitiu que a moeda americana acentuasse a queda perto do fechamento.
A taxa de corte definida na operação foi R$ 1,7997.
De acordo com números da BM&FBovespa, o giro interbancário somava cerca de US$ 3,334 bilhões às 16h21, em operações com liquidação em dois dias (D+2).
Na véspera, esse valor havia minguado a US$ 975 milhões.
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