Agência Nacional de Transportes orientou que boletim de ocorrência fosse feito
A ANTT (Agência Nacional dos Transportes) informou nesta segunda-feira (16) que a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), órgão ligado à Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo, e o consórcio que realiza a obra - formado pelas construtoras OAS, Mendes Jr. e Carioca Engenharia – tentaram autorização para colocar as vigas no viaduto na última quinta-feira (12), entre 22h e 23h. Naquele momento, segundo a ANTT, não seria possível liberar a autorização, o que foi feito apena na última sexta-feira (13), pela manhã. O acidente que provocou a queda de três das quatro vigas aconteceu por volta das 21h de sexta-feira.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) informou que recebeu toda a documentação técnica da obra e os resultados do que for investigado serão divulgados num relatório a ser entregue para a Dersa, uma vez que é o contratante do trabalho.
Mesmo sem o conhecimento da concessionária que administra a rodovia Régis Bittencourt, a Autopista Régis, o consórcio responsável pela construção do Rodoanel e a Polícia Rodoviária Federal interditaram faixasda pista para que guindastes fossem instalados. Os guindastes serviram para içar as vigas. A Dersa diz que avisou, mas não detalhou quando.
A ANTT informou ainda que foi dela a orientação para que a Autopista registrasse o boletim de ocorrência para se preservar em caso de algum acidente. A agência informou que a necessidade de autorização acontece para que sejam tomadas medidas de segurança e avisos aos motoristas que circulam na rodovia. O procedimento é padrão, segundo a ANTT, “uma vez que a concessionária não fora informada da realização das obras e nem a autorizou e, portanto, não adotara as medidas especiais de orientação aos motoristas que trafegavam na BR 116”.
O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) realizou nesta segunda-feira (16) uma vistoria em uma obra de um viaduto que desabou parcialmente na última sexta-feira (13) e constatou que a hipótese mais provável para a queda de três, das quatro pilastras que haviam ali, pode ter sido justamente a fixação delas. Em vez de quatro deveriam ter sido colocadas cinco, que fariam uma espécie de “amarração” que dificilmente cairia, segundo o presidente do Crea-SP, José Tadeu da Silva.
Ainda nesta segunda-feira o Ministério Público Estadual abriu um inquérito para investigar o acidente. A investigação será feita pela Promotoria do Patrimônio Público e Social. A Promotoria quer saber se ocorreu algum ato irregular por parte dos administradores da obra. A liderança do PT na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) informou também nesta segunda-feira que irá ao Ministério Público Estadual e pedirá uma auditoria especial no TCE (Tribunal de Contas do Estado) para investigar responsabilidades no desabamento.
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