Secretária do Ensino Superior diz que universidade é um local para convivência e formação de valores
O MEC (Ministério da Educação) vai pedir explicações à Uniban (Universidade Bandeirante) sobre a expulsão da estudante Geisy Arruda, ameaçada de agressão por colegas depois de ir à faculdade com um vestido curto.
A secretária de Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dallari, que a instituição será notificada oficialmente, dentro de um processo de supervisão especial que pode ser aberto a qualquer momento quando há denúncias.
- Uma universidade tem obrigação educacional que precisa estar presente em todos os momentos. É um local não apenas de convivência, mas de formação de valores. Esse caso me parece ter um forte caráter de gênero. O MEC tem o dever de pedir explicações. Seria a mesma coisa em um caso de racismo.
A secretária ressalta que todas as informações que teve até agora vieram das reportagens de jornais e da nota publicitária da Uniban publicada neste domingo (8) para justificar a expulsão de Geisy.
Por isso, Dallari não pode adiantar que medidas poderiam ser tomadas. Isso será feito depois de ouvir a instituição de ensino superior.
Uniban anuncia expulsão de aluna que usou vestido curto
A instituição de ensino vai divulgar uma nota publicitária no domingo (8) em jornais em que argumenta que a estudante usava trajes inadequados, indicando “uma postura incompatível com o ambiente da universidade e [que], apesar de alertada, não modificou seu comportamento”.
Entrevistado pelo R7, o advogado da reitoria da Uniban, Décio Lencioni Machado, afirma que a estudante tinha atitudes provocativas há um certo tempo e que foi alertada mais de uma vez por funcionários e colegas que sua postura era inadequada.
- Nesse dia [22 de outubro], temos relatos de que ela levantou o vestido e permitiu que as pessoas vissem suas partes íntimas, se olhassem por trás. Ela circulou pelos corredores assim, chegou a entrar em sala de aula desse jeito.
A expulsão não ocorreu por causa do vestido curto, mas devido a essas atitudes insinuantes, afirma o advogado. Ele diz que a decisão saiu na noite de sexta-feira (6).
A estudante nega ter levantado o vestido e diz que não foi comunicada pela universidade da expulsão.
Geisy diz ainda que vai voltar para a faculdade na segunda-feira (9), mesmo que tenha sido desligada. Ela considerou a decisão "um absurdo" e disse que vai processar a universidade:
- É mais um motivo para eu processar a Uniban. Eles não enviaram nenhuma carta, nem para o meu advogado, estou sabendo disso pela imprensa.
Os outros estudantes envolvidos na agressão a Geisy serão suspensos, diz o texto da nota.
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