O Senado brasileiro aprovou nesta terça-feira, por 35 votos a 27, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul.
Com essa decisão, o ingresso efetivo do país ao bloco passa a depender apenas do Congresso paraguaio. Argentina e Uruguai já votaram pela aprovação.
Durante a votação no Senado brasileiro, representantes da oposição falaram dos “riscos” que a entrada da Venezuela no Mercosul poderá trazer ao bloco, principalmente em função da “postura ditatorial” do presidente Hugo Chávez – mas foram vencidos pela base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Contrário à proposta, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que estava votando “não contra o comércio, mas a favor de um Mercosul que possa garantir a cláusula democrática”.
“O presidente Chávez só não é mais ditatorial porque existe ainda alguma resistência da sociedade civil”, disse o senador.
Em defesa da proposta, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que o presidente Chávez “vai morrer um dia” e que o acordo em questão “é com a Venezuela”.
“Esse mesmo discurso (ideológico) devia ser feito para a China e ninguém fala nada”, disse.
Cronograma
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que em setembro apresentou um relatório contrário ao protocolo de adesão, argumentou em seu texto que o país vizinho não havia cumprido os pré-requisitos técnicos para sua entrada no Mercosul.
Entre esses pré-requisitos, segundo o relatório do senador, está a lista de produtos que ficaria de fora do processo de liberalização comercial.
Apesar dos problemas apontados por Jereissati, os senadores da Comissão de Relações Exteriores aprovaram um parecer favorável ao protocolo. A maioria entendeu que a Venezula estava em “processo de adequação às normas” e que os atrasos seriam “pormenores”.
De acordo com levantamento do Itamaraty, com a adesão da Venezuela o Mercosul passa a constituir um bloco com mais de 250 milhões de habitantes e PIB total superior a US$ 1 trilhão – o que representa cerca de 76% do PIB de toda a América do Sul.
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