sábado, 16 de janeiro de 2010

ONU faz apelo por US$ 550 milhões para ajuda urgente ao Haiti

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, lançou, nesta sexta-feira, um apelo internacional para arrecadar US$ 500 milhões em ajuda para o Haiti.

Porto Príncipe

Ban disse que estoque de comida e água é crítico

“A maior parte deste dinheiro seria para necessidades urgentes – o estoque de água e comida é crítico”, disse Ban em entrevista coletiva na sede da Organização em Nova York.

Segundo ele, a maioria dos 3 milhões de habitantes da capital haitiana, Porto Príncipe, continuam sem comida, água, abrigo e eletricidade.

“Dado o número de pessoas desabrigadas nas ruas, nós precisamos providenciar abrigo. Nós precisamos de tendas e mais tendas”, disse.

O secretário-geral afirmou ainda que o Programa Mundial de Alimentação da ONU já começou a alimentar cerca de 8 mil pessoas diversas vezes por dia.

Segundo ele, um esforço humanitário significativo está ocorrendo no Haiti e a ONU está mobilizando todos os recursos “o mais rápido que podemos”. A ONU instalou um centro de operação no aeroporto da capital para coordenar os esforços de busca e resgate de 27 equipes vindas de diversas partes do mundo.

Ban anunciou ainda que chegará ao país neste domingo "para demonstrar solidariedade ao povo haitiano". De acordo com um comunicado divulgado pela ONU nesta sexta-feira, o secretário-geral irá avaliar pessoalmente os esforços humanitários e a escala do desastre em Porto Príncipe.

Devastação

A ONU estima que cerca de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas devido ao terremoto.

Agências ligadas à organização acreditam que 3,5 milhões de pessoas no país estão dependendo de ajuda humanitária para sobreviver.

A organização afirma que uma em cada dez casas da capital, Porto Príncipe, foi destruída pelo terremoto de magnitude 7 na escala Richter.

Uma avaliação feita pela missão da ONU no Haiti, com um helicóptero, descobriu que algumas áreas apresentam até "50% de destruição" e muitos prédios desabaram.

"As primeiras estimativas sugerem que cerca de 10% das casas em Porto Príncipe foram destruídas, o que significa cerca de 300 mil pessoas sem casa", afirmou Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários.

Já o Comitê Internacional da Cruz Vermelha sugere que cerca de 70% dos edifícios de Porto Príncipe foram destruídos no terremoto que abalou o Haiti.

Em um comunicado divulgado em Genebra, a organização afirmou que pelo menos 15 áreas da capital haitiana foram muito atingidas pelo sismo e pelos tremores menores, que continuam a afetar a região e aumentam ainda mais a ansiedade no país.

Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, nesta sexta-feira, o envio de 10 mil soldados ao Haiti até segunda-feira.

Obama descreveu a escala da destruicao no país como “impressionante” e a perda de vidas “de partir o coração”.

“Os Estados Unidos farão o que for preciso para salvar vidas e ajudar as pessoas a se recuperarem”, disse o presidente em um comunicado divulgado pela Casa Branca.

Obama ofereceu todo o apoio do país ao presidente haitiano, René Préval, em uma conversa telefônica nesta sexta-feira.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse que os esforços humanitários no Haiti são “a mais alta prioridade do aparato militar americano e todos os recursos estarão disponíveis”.

Segurança

Apesar dos esforços da comunidade internacional, autoridades haitianas e agentes humanitários alertaram nesta sexta-feira para a necessidade de aumentar a segurança de equipes de ajuda por medo de saques e ataques, à medida que aumenta a tensão e a raiva entre sobreviventes do terremoto no Haiti.

Em encontro com o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, na quinta-feira no Haiti, o presidente haitiano, René Préval, teria manifestado sua preocupação com uma revolta popular devido à frustração dos sobreviventes.

Três dias após o tremor que devastou a capital, Porto Príncipe, dezenas de milhares de pessoas continuam a vagar pelas ruas à espera de alimentos, tratamento médico e informações sobre familiares.

"Infelizmente eles estão lentamente ficando mais impacientes e com raiva", disse David Wimhurst, porta-voz da Missão de Estabilização da ONU no Haiti, a Minustah.

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