A internet passou a aceitar nesta quinta-feira endereços totalmente compostos por caracteres de alfabetos não-latinos, de acordo com uma decisão "histórica" da agência que regulamenta a rede mundial de computadores, a Icann (Corporação da Internet para atribuição de Nomes e Números, na sigla em inglês).
Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos são alguns dos primeiros países a anunciar os chamados "códigos do país" no alfabeto arábico.
A mudança técnica implementada pela Icann também permitirá o uso de caracteres tailandês, chinês e tâmil. Mais de 20 países requisitaram aprovação de domínios nacionais à Icann.
Os domínios estariam "disponíveis para uso imediato", mas a organização admite que ainda deve levar algum tempo até que todos os alfabetos funcionem corretamente, embora isso tenha sido classificado como "formalidades".
‘Histórica’
A mudança foi classificada como "histórica" pelo presidente da Icann, Rod Beckstrom.
A instituição trabalha há anos para implementar essa mudança. Anteriormente, os endereços de websites podiam utilizar alguns caracteres não-latinos, mas os códigos de países, como “.eg” para o Egito, tinham que ser escritos com caracteres latinos.
"Todos os domínios arábicos vão permitir a escrita completa dos nomes da direita para a esquerda", afirmou Kim Davies, também da Icann, em um blog.
Um dos primeiros sites a adotar o endereço completo em arábico foi o do ministério das Comunicações do Egito.
No entanto, países como China e Tailândia já tinham implementado mecanismos para driblar a dificuldade, permitindo que tudo fosse escrito no alfabeto local.
Mas as soluções não eram aprovadas internacionalmente nem funcionavam em todos os computadores.
A Icann alertou nesta quinta-feira que os nomes de domínio internacionalizados (IDN, na sigla em inglês) tampouco devem funcionar em todos os computadores.
Para isso, é preciso que o usuário tenha instalados os alfabetos em seu computador.
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